domingo, 11 de setembro de 2011

O escafandro e a borboleta: mais que um simples piscar de olhos #CinEducação [longa e curta-metragem]




O vídeo acima. trailer do filme O Escafandro e a Borboleta, estrelado por Mathieu Amalric, foi indicação da coleg'amiga Simone Einsfeld Zogbi, professora da educação especial na EEEF Barão de Cêrro Largo, em Rio Grande - RS - Brasil, que foi professora parceira, em 2009, no projeto de aprendizagem sobre uso de blog como ambiente de EaD (com suas turmas de 4ª série do ensino fundamental, na época), na minha especialização em Mídias na Educação.
Filme que utilizo para ilustrar a série #CinEducação, que propõe a utilização de algumas cenas de filmes de cinema para discutir a própria educação e o papel social do educador, e de sua metodologia no contexto educacional.
Vejo neste belo e profundo filme a possibilidade de discutir o próprio processo de ensino e aprendizagem, e das diversas possibilidades de sempre desenvolvermos uma metodologia de interação com alguém, independente da limitação física, neurológica etc que essa pessoa possa ter.
O paciente, internado no hospital, consegue se comunicar e depois até escrever um livro inteiro, apenas piscando o olho esquerdo (única região do corpo que possui movimentação), e graças a dedicação das terapeutas, é desenvolvida uma nova linguagem, uma nova forma de comunicação... Uma espécie de "código binário" natural, em que um piscar de olho significa SIM, e dois, NÃO.
Muitas vezes, alguns alunos, por timidez ou não, parecem estar confinados cada qual em seu mundo particular, como escafandristas, e estabelecer um diálogo com alguns desses é um processo lento, como o que é retratado no filme.
Neste processo de ensino e aprendizagem, estamos todos aprendendo, através da própria interação e, às vezes, pensamos em desistir, achando que não aprenderemos jamais (seja a andar de bicicleta, a tocar violão, aprender uma lingua estrangeira, a pilotar um automóvel,a manipular um microcomputador etc); ou desistimos, acreditando que não conseguiremos também ensinar. O verdadeiro educador desiste de desistir, quando percebe que a aprendizagem acontece de forma variada e que cada um, mesmo em um grupo aparentemente homogêneo, acontece de forma diferente e individual. Somos todos diferentes. Amamos de forma diferente, ainda que ambos apaixonados; vivemos de forma diferente, ainda que alguns sejam gêmeos, quando gestados. Enfim, fazer a diferença é justamente respeitar os diferentes estágios da vida, das coisas e das pessoas, não desistindo de acreditar em si mesmo e em quem em nós deposita suas esperanças.
A vida passa num piscar de olhos para alguns. Mais que um piscar de olhos, devemos sempre refletir sobre o nosso papel social, seja como educadores ou alunos, estabelecendo formas diferenciadas para situações e pessoas diferentes, visando sempre a comunicação.

Destaco fragmetos poéticos do livro, ditado em um piscar de olhos:

- "Memórias de um náufrago nas praias da solidão";
- "(...) os enfermos cujo destino os deixaram à margem da vida..." e
- "O texto não existe até que seja lido".
Recentemente, descobri o vídeo a seguir que remete ao filme, já que trata de fato verídico, envolvendo também a comunicação pelos olhos, no caso o código morse e um soldado feito de prisioneiro passando uma mensagem:



Pesquisando no YouTube, encontrei esse vídeo, adaptando o longa para curta-metragem, baseado no livro autobiográfico de Jean-Dominique Bauby:



Observação: Esta postagem é de autoria de José Antonio Klaes Roig, professor, escritor e poeta, além de editor do blog Educa Tube Brasil. http://educa-tube.blogspot.com José Antonio Klaes Roig ou Zé Roig, como gosta de ser chamado, possui o Prêmio de Professor Transformador [2020] e seu blog Educa Tube Brasil, o Prêmio de um dos melhores blogues educacionais do Brasil [2020], conforme selos estampados na coluna à direita desta postagem.

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