quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012
Como treinar o seu dragão (cinema, educação e sociedade)
A cena acima, da animação Como treinar o seu dragão, apresenta o universo do cinema que pode ser utilizado na educação, seja o longa-metragem com os alunos, seja fragmentos e cenas na formação de professores, quanto à didática e à metodologia. Já assisti duas vezes a essa animação que possui belo visual, cenas divertidas e motivadoras, com uma mensagem universal.
Soluço, o menino viking não é o modelo de guerreiro que seu pai - Estoico, o imenso - deseja, a começar por não gostar de matar dragões. Moram numaa pequena ilha que é frequentemente assolada por furiosos dragões... Soluço é aprendiz do mestre de armas Bocão e uma noite, resolve por conta própria ajudar a defesa da aldeia, atingindo sem querer um dragão com seu arpão. O menino tenta agradar o pai, mesmo sem vocação. Soluço treina com outros recrutas - dentre eles a menina Astrid - a como enfrentar os dragões.
No dia seguinte, sempre acompanhado de seu bloco de anotações, onde escreve e desenha sobre o mundo ao redor, encontra o dragão que atingiu na noite anterior. Diz que é viking e que vai matar o dragão e arrancar seu coração, mas apieda-se e o solta das redes. O pequeno dragão voa com dificuldade, com a calda machucada. Da convivência que estabelece diariamente com o dragão ferido, apelidado de Banguela, observando-o de longe, e com os recrutas, nos treinamentos sobre como matar dragões, percebe que o conhecimento que todos têm sobre dragões não é o mesmo que ele estabelece com o seju dragão de estimação, e desse conhecimento, acaba se valendo para enfrentar os dragões cativos em seu treinamento, logo se tornando especialista na questão. A observação é essencial para estabelecermos qualquer tipo de interação no mundo real, seja com pessoas ou "dragões". É preciso em parte ser um eterno aprendiz, munido de bloco de notas para fazer registro dessas expedições... E conhecer os "cuspidores de fogo pelas ventas", para poder estabelecer uma efetiva comunicação.
Soluço percebendo problemas de aerodinãmica no voo de Banguela, por conta de seu machucado, pensa e cria um dispositivo mecânico para suprir essa lacuna. Mas precisa colocar em prática e voar. Assim o educador também precisa de, munido do conhecimento empírico e das observações, colocar em prática as soluções que acha convenientes, isso se chama estágio inicial... de qualquer tipo de interação social. Mais, Soluço procura um livro antigo, que resgistra todo conhecimento da aldeia sobre dragões - exceto o Fúria da Noite - que ninguém sabe nada a respeito. Os demais recrutas recusam-se a ler esse livro. Hoje, essencial ler, e ler muito sobre o tema que iremos abordar. A falta de leitura cria o "achismo", o experimentalismo sem amparo suficiente e os equívocos de interpretação, os conceitos relativos, os pré-conceitos e os preconceitos...
Ao levar peixe para alimentar o dragão, Soluço estabelecer um contato e contrato de confiança - é preciso alimentar os sonhos e o conteúdo de quem convive conosco também para ambos alçarem voos longos... Ao acoplar o mecanismo composto de aba de couro, que simula parte da calda machucada, que é presa por cinto, Soluço acaba voando junto com Banguela pelos céus, um dependendo do outro... Parceria. Os dois vão aprendendo um com o outro: Soluço a voar, e o dragão a reaprender a voar... Aprendizagem constante e continuada... Em um mundo dinâmico, não batsa voar é preciso reaprender a voar constantemente, reciclar, se atualizar, pois as coisas mudam. Como li certa vez: cuidado se sabe todas as respostas, pois as perguntas podem mudar. Fato!
No retorno do voo, o pai Estoico, sabendo das façanhas no domínio de dragões, dá a Soluço seu elmo, para seguir a tradição familiar... Ou seja, matar dragões... Soluço e Banguela, a cada voo passam a ter uma visão panorãmica do mundo, lá do alto... E descobrem o ninho do dragão imenso... Soluço quer mostrar outra realidade à sua aldeia, que resiste em mudar o pensamento sobre o mundo e as coisas. O menino descobre que nem todos os dragões são iguais - assim como as pessoas. Assim como os alunos e os próprios professores, cada um tem seu jeito de ser e é preciso estabelecer uma forma de comunicação entre ambos... É preciso que cada qual conheça o mundo do outro... O professor precisa conhecer o universo do aluno e este saber que existe vida antes da informática e da internet e que o conhecimento humano é fruto das sucessivas gerações...
Por fim, unindo o conhecimento adquirido, com o trabalho coletivo de seus amigos recrutas, Soluço lidera seu povo junto ao ninho do temido dragão gigante, conseguindo a redenção com o pai. O filme é um pouco diferente do livro de Cressida Cowell, conforme atesta a crítica literária/cinematográfica (vídeo abaixo), assim como são diversas as adaptações da literatura para o cinema, pois são mídias diferentes e requerem muitas vezes esses ajustes para poder contar uma boa história no formato diferenciado. O que importa é que a história de Como treinar o seu dragão traz uma mensagem universal, que serve bem seu uso na educação, a medida que valoriza a observação, a anotação, a experimentação das coisas ao redor.
Como dito no início desta postagem, um ótimo material para ser usado com alunos, mas também na formação de professores, para tratar de didática e metodologia. Mais uma postagem da série CineEducação, que reúne cenas ou filmes inteiros para tratar de temas relacionados ao cinema e à educação.
CABINE LITERÁRIA - análise crítica do livro
http://youtu.be/uQVJIV-kvy0
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