domingo, 5 de fevereiro de 2012
Sonhos à venda (Além da Imaginação) e os paraísos artificiais
O vídeo acima, Sonhos à venda, de 1985, pertence a série Além da Imaginação, que fez muito sucesso nos EUA e Brasil, por mesclar ficção, mistério, suspense.
Eis o argumento do vídeo: "Em um futuro distante, mulher (Meg Foster) aproveita seu período de descanso durante o estressante trabalho e instala-se em uma máquina que gera fantasias idílicas. Só que algo sai errado..."
Tudo começa bem, com o som de caixinha de música de trilha sonora, um local paradisíaco, uma família perfeita, mas de repente algo começa a confundir a mulher, que logo desperta do sono. Tudo não passou de um sonho comprado em uma fábrica em que as pessoas, em férias, vestidas com trajes que lembram astronautas, adentram em suas pequenas cápsulas do tempo e viajam para paraísos artificiais.
Foi Charles Baudelaire que chamou de Paraísos artificiais as "satisfações momentâneas que os homens buscavam para fugir da mediocridade existencial a que a grande maioria estava condenada, mesmo que o despertar daquele fugaz momento edênico tivesse horríveis consequências".
Um belo material para tratar de história e ficção, fantasia e realidade, presente, passado e futuro, sonhos e decepções... De fato, coisas repetitivas nos fazem refletir sobre nosso cotidiano, e muitas vezes nos despertam para uma outra realidade além de nossa imaginação...
Como num imenso videogame em 3D, a moça depois de desperta é alertada pelo funcionário da empresa que vende sonhos, que ainda tem mais 6 minutos de vida naquele local, antes de ter que voltar para o trabalho. Talvez uma crítica ao nosso moda de vida, que só consigamos muitas vezes sermos felizes apelando para esse diversos paraísos artificiais que nos são oferecidos: internet, jogos eletrônicos, bebidas, drogas etc Muitas pessoas dedicam horas a fio diante de um computador em redes sociais, mas nem sempre sendo o que de fato são, vivendo avatares, perfis fakes, como se fossem outros. Idealizações.
9 minutos de vídeo para tratar de diversos assuntos entre pais e filhos, professores e alunos.
Afinal, parafraseando Renato Russo, em sua canção Índios: "(...) o futuro não é mais como era antigamente".
Que lição esse filme nos traz? Que devemos trabalhar para viver, mas não viver para trabalhar. Que o lazer deve ser preservado e não comercializado. Que os sonhos melhores de serem vividos, são aqueles de olhos bem abertos, acordados... E com pessoas de carne e osso, independente de estarem próximas ou distantes...
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