domingo, 20 de janeiro de 2013
Negros no Porão: do escravo ao rei (Pelé) / arte e cultura na educação
O vídeo acima, Negros no Porão (1998), de Fernando Mozart, é uma preciosa animação de apenas 40 segundos, que inicia com uma gravura de Maurice Rugendas, fazendo a passagem de escravo ao rei (Pelé). Analogia do esporte como uma nova alforria, talvez... Uma realização da TVE Brasil, com roteiro, direção e produção de Fernando Mozart (fmozart.baum@gmail.com), animação de Mauro Heitor e som de Chico Adnet.
Uma animação que apesar do pequeno tamanho se presta a diversas interpretações, sob o ponto de vista da arte, cultura, história, educação, esporte, sociedade etc.
Negros do Porão é um daqueles vídeos que tenho garimpado no baú da memória e envolvido as redes sociais (como Twitter e Facebook), no auxílio à pesquisa.
Eu tinha assistido essa criativa e original animação em Brasília, alguns anos atrás, numa formação MEC/Proinfo/SEED, mas não recordava o nome da mesma. Através de contato, via e-mail, com o professor Alberto Tornaghi - que foi meu formador, à época -, atual editor da Revista Educação e Cultura Contemporânea, do Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade Estácio de Sá do Rio de Janeiro, RJ, Brasil, pude recordar o nome do vídeo.
A partir daí, consegui encontrar uma versão (acima) de Negros do Porão, no You Tube, através de links do Festival do Minuto.
Indico também um outro vídeo criativo de Fernando Mozart, chamado Pau-Brasil que em poucos segundos deixa sua mensagem contundente, utilizando a obra de Cândido Portinari para tratar e desmatamento, exploração dos recursos naturais, do meio ambiente etc:
PAU-BRASIL
O terceiro vídeo de Fernando Mozart, também traz a arte plástica como pano de fundo para discutir educação e sociedade. Trata-se de Elevação da Cruz, pintura de Pedro Perez (abaixo), cujo vídeo de 2000 promove "Uma crítica à catequização dos índios na época do descobrimento do Brasil".
Sugestões de Atividades: Uma breve pesquisa no Google sobre o vídeo Negros no Porão, com propostas de aula no Portal do Professor MEC (sugerida pelo prof. Alberto Tornaghi), e o Educa Tube achou algumas possibilidades de seu uso pedagógico. Vejam só algumas delas a seguir (links):
Visões do negro na poesia romântica - prof. Wendell de Freitas Amaral (Juiz de Fora, MG)
O tráfico de escravos africanos sob o olhar do poeta Castro Alves - prof. Leide Divina Alvarenga Turini (Uberlândia, MG)
O Educa Tube tem reiterado por diversas vezes e postagens sua opinião do uso da arte e da cultura no ambiente escolar, não apenas como atividade introdutória (dinâmica de grupo), mas como recurso pedagógico e crítico de análise social. Os vídeos em questão e outros tantos divulgados neste blog demonstram estas possibilidades, que vem de encontro ao que o filósofo e educador italiano Pier Cesare Rivoltella chama de mídia-educação, e seu pensamento de que "o professor do futuro deverá ser um mídia-educador". O Educa Tube diz mais, um arte-educador em sentido amplo, não apenas na análise da obra de arte em si, mas da arte como recurso didático no ambiente escolar, em vista de que o aluno, fora da escola ouve música, dança, vê vídeos e tudo mais, mas com caráter apenas recreativo.
O editor deste blog é suspeito, pois filho de artista plástico, criou em 2006 para seu pai, o pintor José Américo Roig, o Zeméco (falecido em 2010), o blog Olhar Virtual, que serve de acervo digital de sua vida e obra, que proporcionou através desta um resgate artístico, histórico e cultural de sua cidade natal, São José do Norte, RS, Brasil, estampada em suas telas, desde marinhas a casarios, figuras populares a paisagens que não existem mais, salvo em tela, tinta e moldura.
Utilizando-se da arte (música e videoclipes), o editor do Educa Tube criou em 2010 e repetiu em 2011, respectivamente, no ensino fundamental e médio, com alunos da rede pública municipal e estadual de Rio Grande, RS, Brasil, o Projeto Clipes que parecem Curtas, em que apresentava histórias cantadas e propunha aos alunos uma narrativa escrita sobre a leitura daquelas imagens (interpretação e produção textual). Um dos momentos mais significativos foi quando da apresentação do videoclipe Minha Alma, da banda O Rappa, aliado a fragmentos do livro O Cortiço, de Aluízio Azevedo, e após pesquisa no Google por imagens de favelas e cortiços, pedir aos alunos que comparassem tempo, espaço e histórias narradas no clipe e no livro. Foi uma atividade significativa para educador e educandos.
Unir arte, cultura, educação e sociedade, é sempre uma iniciativa que dá bons frutos.
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