domingo, 24 de março de 2013
Arte na Estação Ferroviária de Viena: Flashmob Carmina Burana
O vídeo acima, Flashmob Carmina Burana, descobri no Facebook da professora Raquel Rolando Souza, educadora e pesquisadora de Rio Grande, RS, Brasil e minha orientadora no mestrado e agora no doutorado em Letras / História da Literatura (FURG).
Trata-se de performance de "Músicos, bailarinos, coristas e orquestrantes da Viena Volksoper [que] se camuflaram primeiramente entre os passageiros que estavam aguardando na Estação Ferroviária da cidade. Depois sacaram seus arcos e violinos improvisando a música mais conhecida da ópera de Carl Orff “Carmina Burana”, deixando os viajantes pasmos. Isto foi o que aconteceu no dia 23 de abril de 2012, em um flash mob com o objetivo de aproximar as pessoas à ópera: A julgar pelo rosto das pessoas, o objetivo foi atingido, muitos dos passageiros ficaram surpresos e se divertiram com a apresentação.
Aquela máxima da canção Nos Bailes da Vida (vídeo abaixo), de Milton Nascimento que "todo o artista tem de ir aonde o povo está", faz-se presente neste vídeo e em outros momentos que tenho presenciado, como certa, uma peça do Grupo de Teatro Dupla Face do colega e amigo Can Robert Brasil, que encenada ao ar livre, na Avenida Rio Grande, próximo da Igreja, no balneário Cassino, Rio Grande, RS, Brasil e depois em São José do Norte, RS, promoveu interação de atores com público, aqueles se misturando aos transeuntes. Alguns dois jovens atores estavam disfarçados de meninos de rua, e foi curioso o olhar atento de alguns da plateia, ora para os atores declarados, ora para os atores dissimulados... A mesma peça, encenada em um shopping da cidade de Rio Grande, segundo Can Robert, fez os seguranças do local interpelarem os atores, achando que se tratavam mesmo de meninos de rua, forçando a reflexão do público para os mecanismos de segurança e de discriminação em nosso entorno.
Parafraseando Nos Bailes da Vida, "todo educador tem de ir aonde o aluno está" e trazê-lo para o Planeta da Educação. Os jovens de hoje são acusados muitas vezes de alienação, de gostarem de coisas duvidosas, mas se pararmos para pensar com o se pode gostar de algo que não se conhece, se a grande mídia impede o acesso a arte e cultura popular e erudita, preferindo investir no que chamo de a "ditadura do banal e do mais do mesmo", ou seja, quando criam um modismo é 100% apenas isso e nenhuma diversidade, como se só existisse aquele tipo de música etc. Cabe ao educador mostrar outras formas de arte e cultura, e o ambiente escolar é um palco para essas descobertas.
E já que esta postagem fala de educação e música, aproveito para relembrar outro sucesso de Milton Nascimento, chamado Coração de Estudante (vide abaixo), em que ele canta acompanhado de uma orquestra sinfônica. Não é por mero acaso que maestro significa mestre em espanhol, e que mestre é sinônimo de professor. Música e educação são duas formas de atingir o coração e a mente do aluno.
Nenhum comentário:
Postar um comentário