domingo, 16 de junho de 2013
O Navio Negreiro, de Castro Alves: arte, educação e sociedade
O vídeo acima, O Navio Negreiro, descobri no You Tube, e trata-se de edição de vídeo do famoso poema de Castro Alves, com declamação do ator Paulo Autran, com imagens e slides de cenas de escravidão, boa parte extraídas do filme Amistad (1997), de Steven Spielberg, e serve para trabalhar com arte, cultura, literatura, história e sociedade, além de promover uma reflexão sobre a origem do chamado "transporte coletivo" no Brasil, que ainda mantém intacto, de certa forma, em metrôs, ônibus e outros, esta concentração de pessoas rumo ao trabalho, na maioria das vezes sendo transportados de forma precária. Muitos dos problemas da atualidade são ecos deste passado que ainda não passou...
Pesquisando na web (link), achei este interessante detalhe histórico sobre este poema, um dos mais conhecidos da literatura brasileira, escrito por Castro Alves, quando tinha apenas 22 anos de idade:
"O Navio Negreiro – Tragédia no Mar foi concluído pelo poeta em São Paulo, em 1868. Quase vinte anos depois, portanto, da promulgação da Lei Eusébio de Queirós, que proibiu o tráfico de escravos, de 4 de setembro de 1850. A proibição, no entanto, não vingou de todo, o que levou Castro Alves a se empenhar na denúncia da miséria a que eram submetidos os africanos na cruel travessia oceânica. É preciso lembrar que, em média, menos da metade dos escravos embarcados nos navios negreiros completavam a viagem com vida".
Aproveitando este tema, achei nos vídeos correlatos do You Tube, este outro, logo abaixo, intitulado "Navio Negreiro dos tempos de hoje", com narração do ator Lázaro Ramos, que lida com a questão social dos apenados, tratados também como escravos e muitos deles, herdeiros diretos desta herança maldita que foi a forma como conduziram o fim da escravidão, no país, que não apenas retardou com diversas leis a liberdade dos escravos, como ao final, promoveu a marginalização da maioria destes, antes confinados em senzalas, depois vivendo em favelas e/ou prisões. Com a vinda de colonos italianos, alemães etc, os escravos libertos passaram a viver ao léu, e logo uma lei contra a chamada "vadiagem", passou a enquadrar e a discriminar a maioria deles, por não terem trabalho, nem local para morar. Se dependesse do pensamento de certos senhores e suas capitanias hereditárias, a escravidão ainda não teria sido abolida neste país!! Protelaram com diversas leis, feitas pelos senhores de escravos, disfarçados de beneméritos, para retardar o máximo a liberdade... Isto é fato.
Para saber mais sobre a Lei da Vadiagem e sobre os escravos, que antes eram deixados literalmente às margens dos mares, mortos ou com vida, e depois às margens da sociedade, com a abolição, vejam link abaixo, e façam sua própria pesquisa complementar.
Revista Raça: 120 anos de abolição, início do balanço
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