domingo, 6 de outubro de 2013
Batemos em professor: reflexão do filósofo Paulo Ghiraldelli
O vídeo acima Batemos em professor, foi indicação via Facebook da colega e amiga Ivanise Meyer, educadora do Rio de Janeiro, RJ, Brasil e editora do blog Baú de Ideias.
Trata-se de reflexão do filósofo Paulo Ghiraldelli que faz também um desabafo sobre a realidade da escola pública, dos professores e dos governos, principalmente em função das greves de professores no Brasil e a reação, muitas vezes violenta dos governos.
Deixemos de lado o "politicamente correto", e coloquemos mesmo os "pingos nos is"...
Por bater no professor, não precisamos levar "ao pé da letra" tal expressão. Não é preciso fazer como o policial militar, vulgo "Tiago Tiroteio", do Rio de Janeiro, RJ, que publicou em seu perfil do Facebook a foto de um cacetete quebrado com a legenda "Foi mal, fessor", fato que causou repúdio e indignação nas redes sociais (vejam link desta notícia, ao final desta postagem).
Bater em professor é também não dar a devida valorização, que não é apenas remuneração salarial, requer capacitação continuada, plano de carreira digno, estrutura escolar adequada aos desafios do século XXI, além de apoio político e social.
É curioso ver que recentemente o país teve uma série de manifestações de rua, da sociedade pedindo mudanças no comportamento dos políticos, fato este deflagrado pelo preço dos transportes coletivos, mas esta mesma sociedade não reconhece que os professores estão nas ruas - em função de greves por valorização profissional e melhoria na educação de todos -, já fazem décadas. Mas o paradoxal nisto tudo é que a mesma população que se indigna com os políticos, não se solidariza com a luta histórica dos professores. Quiçá, por ser a escola um local que antes depositavam as esperanças no futuro de seus filhos, e hoje em dia, apenas depositam seus filhos lá, para poderem trabalhar... Escola não pode ser sinônimo de creche ou depósito de filhos dos outros... Assim como biblioteca não pode ser considerada depósito de livros. Escola e biblioteca precisam ser locais de descobertas. E para isso, há que se valorizar uma e outra, começando pelo papel social de ambos (professores e livros) em uma sociedade mais justa.
Muitos são os casos de professores que têm apanhado ou sofrido graves ameaças, não apenas de alunos, mas de seus pais, que se omitem e depois agem em defesa do agressor... A escola é cobrada pela sociedade de ter que resolver os problemas que ela não causou. Não é a escola que está em crise, é a sociedade! A escola apenas replica, em menor escala, a falência ética e moral da sociedade, cada vez mais consumista e individualista. Não é a escola que elege os políticos que vão definir metas, diretrizes, projetos de governo... A escola não tem autonomia financeira nem política para definir seus rumos...
Como sempre afirmei e repito, neste blog: "Para mim, educação é um ato universal, de diálogo, e está acima de fronteiras digitais ou reais, e de divisões administrativas (federal, estadual, municipal). Educar é dialogar. Minha bandeira é a da luta constante pela educação de qualidade e da justiça social, que só se pode obter uma através da outra. O resto é retórica, de querer justificar o injustificável, de defender o indefensável".
PM exibe cassetete quebrado, diz 'foi mal, fessor' e causa repúdio na web
Vejam, abaixo, a ótima resposta da professora Telma Castro Silva ao PM (clique duas vezes na imagem para ver melhor):
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