terça-feira, 10 de dezembro de 2013
A inovação da solidão e Conectado, mas só?
O vídeo acima A Inovação da solidão, foi indicação via Facebook da colega e amiga Josane Batalha Sobreira, educadora de Campinas, SP, Brasil e editora do Josobreira's Blog. Trata-se de vídeo inspirado no livro de Sherry Turkle (vídeo palestra ao TED, logo abaixo), chamado "Conectado, mas só?", em que a mesma fala de "As redes sociais parecem ser a solução para um medo que todos temos: a solidão. Elas estão modificando a nossa forma de agir e de pensar. Como resultado disso estamos cada vez mais solitários".
De fato, há que se pensar mais na qualidade do que na quantidade. E de que o excesso influencia na qualidade do relacionamento, da formação, da própria educação... Se o ideal, como demonstra o vídeo, são grupos de até 150 membros humanos, para proporcionar intimidade, identidade, e adequado relacionamento social, pensar uma escola com 50 alunos por sala, em nada favorecerá a qualidade da educação e do ato de educar. Sem falar no convívio social, pois é impossível a um educador dar a devida atenção a cada aluno, atuando mais no atacado do que no varejo, mais no geral do que no individual...
Conforme demonstra o vídeo: O homem (espécie humana) é sim uma criatura social, e o mundo moderno e ocidental idolatra a individualidade e o consumismo. Neste contexto, as redes sociais podem isolar e tornar solitárias as pessoas, ainda que sigam e sejam seguidas por dezenas, centenas, milhares de pessoas, colecionando amigos como selos (avatares). Há uma falsa intimidade e uma profunda superficialidade, muitas vezes, quando o parecer vale mais do que o ser... Há uma construção de um perfil com base em sms, emails, postagens em blogs e redes sociais, que tornam-se "ilhas da fantasia", onde as pessoas escolhem melhor ângulo da imagem, e tudo mais... A exposição é programada: "Eu compartilho, portanto eu existo", segundo o vídeo, parece ser uma máxima do momento atual.
Se pararmos para observar o movimento retilíneo e uniforme das redes sociais, as postagens relevantes não são curtidas nem compartilhadas na mesma proporção que são as piadas, os vídeos e as imagens, muitas vezes de gosto duvidoso, jocoso, irreverente, apelativo...
Há que se valorizar a importância de momentos off line, de evitar a exposição e autopromoção exageradas. Como educadores, precisamos saber expor ideias, projetos, atividades coletivas, em que o eu é um dos atores sociais do processo em si e não o seu protagonista. Precisamos ser mais solidários do que solitários, estejamos on line ou não...
Vejam abaixo, palestra "Conectado, mas só?", com a psicóloga Sherry Turkle, dada ao TED, em 2012:
Aqui, apresentação do vídeo no You Tube: "Esperamos mais da tecnologia mas será que esperamos menos um do outro? Sherry Turkle analisa como os nossos dispositivos e personalidades online estão redefinindo conexão humana e comunicação - e nos pede para pensar profundamente sobre os novos tipos de conexão que queremos".
Um vídeo em que destaco alguns tópicos como "robos sociais", em que "esperamos mais da tecnologia do que de nós mesmos", promovendo o que Turkle chama de "a ilusão do companheirismo sem a necessidade da intimidade e as exigências da amizade", juntamente com a "necessidade de estar conectados".
O educador do século XXI precisa conhecer esses mecanismos de interação social e as implicações dessas situações para poder refletir, divulgar, debater no ambiente escolar tais situações e estabelecer estratégias adequadas de interação (do ponto de vista pedagógico, tecnológico e social), usando ou não as tecnologias da comunicação e da informação (TIC). Conectar o aluno ao conteúdo programático e programar-se para a conexão com o mundo do aluno, como forma de estabelecer um melhor diálogo, mais que um objetivo, é uma necessidade. Afinal, citando Fernando Pessoa: "Navegar é preciso, viver não é preciso", pensando nestes versos em seu sentido e significação universal, pois "navegar", seja em embarcação ou na internet, mais que necessidade, requer precisão, de dominar os equipamentos e ter uma visão mais ampla de cada situação...
Precisamos saber inovar metodológica, didática e socialmente, e não apenas pensar inovação sob ponto de vista tecnológico. Promover formas de interagir coletivamente e não nos isolarmos diante de telas e mais telas...
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