quinta-feira, 24 de julho de 2014
Quase Idênticos: experimento social em exposição de arte surpreende pelo resultado (Arte, Educação e Sociedade)
Eles Deram Chiclete para Só um Destes Gêmeos... por videosvirais
O vídeo acima, Quase Idênticos, descobri na rede social e trata-se de um experimento social que fizeram em uma exposição, fazendo perguntas simples sobre aspectos de dois irmãos, gêmeos idênticos, só que um sério e outro descontraído, mascando chicletes. Cada pessoa questionada tinha que apertar um entre dois botões, para indicar qual dos gêmeos correspondia àquela indagação. O resultado é surpreendente e tem muito a ver mais com a aparência do que com a essência das pessoas, até pelo fato que o mascar de chicletes, justamente, é o grande diferencial entre duas pessoas que se aparentam tanto, seja no sentido consanguíneo, como no estético.
Um ótimo material para refletir sobre a educação e a sociedade e discutir modelos, formas, metodologias de ensino-aprendizagem, às vezes, binárias, tipo questionários que tem só como opção o "sim" e o "não", o "bem" e o "mal", o "vilão" e o "heroi", o "um" e o "zero" etc.
Educar é muito mais do que replicar receitas de bolo da vovó, que deram certo em sua época e que hoje já não se sustentam mais, precisam ser atualizadas, recicladas, reorganizadas; ou de formas com verniz de modernidade, mas que são no "fundo do baú sem fundo da memória", apenas métodos arcaicos de padronização da escolarização, calcados demais na memorização por repetição condicionada de exercícios, fórmulas, cópias, do que na aprendizagem significativa, amparada na construção coletiva do conhecimento, nas trocas de experiências e na divulgação de descobertas.
Um vídeo pra discutir os estereótipos e os rótulos presentes tanto na escola como na sociedade em geral, inclusive na questão do chiclete, do boné, do fone celular e outras situações que fazem parte do cotidiano e identidade dos jovens do século XXI, que em boa parte são proibidas por professores formados no século XX e escolas criadas, estruturalmente, no século XIX.
Mascar chiclete, assim como opção religiosa ou política, cor de pele, corte de cabelo, orientação sexual e outras coisas mais não fazem de alguém um ninguém, não fazem de uma pessoa tanto vilão como heroi.
Vídeos como estes servem para que educadores e gestores escolares e públicos debatam formas de utilização de projetos semelhantes, adaptados a situações diversas, pois nada é de fato idêntico, nem mesmos os gêmeos assim chamados, pois se olharmos bem, as impressões digitais na ponta dos dedos, o fundo do olho e outros dados biométricos, assim como as impressões interiores, a identidade emocional de cada um é totalmente diversa.
Pensar projetos semelhantes sem levar em conta a realidade local e não promover as devidas adaptações é fazer mais receita de bolo, que pode até funcionar bem numa cozinha. Entretanto, escola não é educação culinária. Cada escola possui uma realidade local e cada professor e aluno possuem uma realidade individual.
Isto não significa que pessoas diversas não podem trabalhar de forma integrada, coletiva, tanto cooperativa entre educadores e colaborativa entre professores e seus alunos, respeitando a identidade de cada um.
Logicamente que existem traços semelhantes entre as pessoas, sejam físicos ou emocionais, e são estas situações que aproximam uns aos outros, seja no esporte, na cultura, na arte e na sociedade em geral.
O Educa Tube Brasil sempre reforça uma observação: "Quando conheço os pais entendo os filhos..." E esta assertiva é decorrente de interações no Planeta Educação e serve para que possamos analisar o que de fato é idêntico em essência e o que é tão somente em aparência.
Se os filhos são reflexos de seus pais, cabe à comunidade escolar debater suas semelhanças e diferenças e encontrar um denominador comum a todos, de uma forma ampla e não apenas limitada a apertar botões, como no vídeo experimento em questão. Algo que mostra que recursos tecnológico por si só não podem dimensionar fatores tão inerentes à condição humana.
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