quinta-feira, 12 de março de 2015
A Rolha Pedagógica: Breve reflexão sobre metodologia e tecnologia na educação
A imagem acima, de uma rolha em formato de pendrive, encontrei na internet, ao buscar imagem (AQUI), para ilustrar o texto que segue, que me foi enviado por e-mail, pelo colega e amigo Robert Betito, educador de Rio Grande, RS, Brasil, e trata-se de material que considero ótima oportunidade para abrir um debate sobre a importância da metodologia e da tecnologia na educação, principalmente considerando a primeira como a principal e a segunda como acessória, que serve para qualificar o processo de ensino-aprendizagem:
ROLHA PEDAGÓGICA
Um Supervisor visitou uma escola fundamental. Em seu trajeto observou algo que lhe chamou a atenção: Uma professora estava entrincheirada atrás de seu escritório, os alunos faziam a maior bagunça; o quadro era caótico.
Decidiu, então, se apresentar:
- Com licença, sou o Supervisor... Algum problema?
- Estou completamente perdida senhor, não sei o quê fazer com estas crianças... Não tenho lâminas de apresentações, não tenho livros, o ministério não envia sequer o mínimo material didático, não tenho recursos eletrônicos, não tenho nada novo para lhes mostrar, nem o quê lhes dizer!
O Supervisor, que era um docente de alma, viu uma rolha sobre o escritório, a tomou, e com serenidade oriental falou com as crianças:
- Alguém sabe o que é isto?
- Uma rolha! - gritaram os alunos surpresos.
- Muito bem. E de onde vem a rolha?
- Da garrafa. Uma máquina a coloca. De uma árvore. Da cortiça. Da madeira. – respondiam as crianças animadas.
- E o que dá para fazer com madeira? – continuava entusiasta o docente.
- Cadeiras. Uma mesa. Um barco!
- Muito bem, Então teremos um barco. Quem se anima a desenhá-lo? Quem faz um mapa na lousa e indica o porto mais próximo para o nosso barquinho? Escrevam a qual Estado brasileiro corresponde. E qual é o outro porto mais próximo que não é brasileiro? A qual país corresponde? Alguém lembra que personagens famosos nasceram ali? Alguém lembra o que produz esse país? Por acaso, alguém conhece alguma canção desse lugar?
E assim, começou uma aula variadíssima de desenho, geografia, historia, economia, música, etc.
A professora ficou muito impressionada. Quando a aula terminou, comovida, disse ao Supervisor:
- Senhor, nunca esquecerei a valiosa lição que hoje me ensinou. Muitíssimo obrigada!!!
O tempo passou. O Supervisor voltou à escola e procurou pela professora. A encontrou novamente encolhida atrás de seu escritório, os alunos, outra vez, em desordem total.
- Mas, professora, o que houve? Lembra de mim?
- Mas é claro, como poderia esquecê-lo? Que sorte que o senhor voltou! Não encontro a rolha. Onde a deixou?
Enrique Mariscal
Quando alguém não tem vocação para aquilo que deve realizar, nunca vai achar a rolha!
Observação do Educa Tube:
De fato, este texto serve para breve reflexão sobre a questão da tecnologia da informação e da comunicação (TIC) no ambiente escolar, sem o devido planejamento, adequação à realidade local, sem vinculação ao conteúdo a ser ministrado etc. Mais que uma ótima ferramenta e aliada neste processo, as TIC poderão ser apenas rolhas perdidas para quem já viu no computador pessoal, depois no notebook e internet, e hoje nos tablets e smartphones grande rolhas para revolucionar a educação.
O que de fato pode ser inovador é a metodologia no uso de prosaicas rolhas de cortiça ou de rolhas digitais no ambiente educacional. O próprio livro didático pode ser uma rolha ou uma bengala do mau professor.
Por esta e outras histórias, reais ou imaginadas, inspiradas em fatos reais, é que ouso dizer que o bom professor jamais será substituído por qualquer tecnologia que seja inventada, se ela for tão-somente pensada como uma rolha que substitui outra rolha e nada mais.
Inovação deverá ser primeiro pensada em termos metodológicos que incluam as inovações tecnológicas, respeitando a realidade local, de cada escola e comunidade. Sem isso, poderemos reproduzir a professora do texto, que apenas copiou literalmente o ensinamento do supervisor, sem a devida reflexão e visão das inúmeras possibilidades de uma rolha no seu fazer pedagógico, além do tecnológico.
Uma bela reflexção..👏
ResponderExcluirUma boa reflexão
ResponderExcluirAff. Esse texto é grosseiro. É uma forma de dizer ao professor q ele não precisa de material pra dar aula, dizer a ele q quando faltar material não deve reclamar não deve reclamar pois o bom professor só precisa de giz e lousa. Professor portanto deva continuar usando matérias para arte os recicláveis, de geografia use somente o mapa, n precisa de livros , nada disso. Caso vc reclamar vc é incompetente.
ResponderExcluirmuito distorcida a forma interpretada, entendo o levantamento crítico da criatividade pedagógica, a inovação não perpassa em uso pelo uso de um material simples ou uma tecnologia mais avançada se o professor não vai saber como o aluno chegar ao entendimento do assunto, e de maneira alguma exclui a responsbilidade da gerencia em colocar a disposiçao os materiais didáticos disponíveis como ferramenta do fazer pedagógico.
ExcluirAs vezes mesmo com a tecnologia na mão , alguns não sabem o que fazer. Lógico que uma ferramenta de qualidade na mão de um grande profissional o serviço sai com rapidez e facilita o trabalho, mas um grande profissional na falta de uma ferramenta ele pensa em outra coisa.
ResponderExcluirFantástico texto,para estar à frente de uma turma de estudantes requer planejamento, intencionalidade, autorregulação, prazer.
ResponderExcluirEntender que o outro está em formação e que nós enquanto professores estamos ali para contribuir , agregar. Uma formação acadêmica de excelência requer esforço e comprometimento.
Não gostei. Professores precisam ser motivados, valorizados, a carreira é desgastante e pouco reconhecida. Esse texto só destrói ainda mais a imagem do professor, o desqualifica e coloca-o como uma pessoa despreparada e passiva.
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