quarta-feira, 8 de abril de 2015
Campanha de doação de medula, simula busca por par ideal e mostra o quanto é difícil encontrar alguém compatível
O vídeo acima, Par Perfeito - Um match pode salvar vidas, descobri via portal Catraca Livre , trata-se criativa e comovente campanha de doação de medula, que simula a busca por um par ideal, no caso o par perfeito (no sentido mais amplo deste termo), do ponto de vista da compatibilidade, mais do que sentimental ou consanguínea.
Conforme o Catraca Livre: "O mote foi a rede de relacionamento Tinder, que se propõe a formar casais. No vídeo feito para a campanha, pessoas foram convidadas a encontrar um par para namoro por meio de um telão. O aplicativo faz a busca, mostra algumas fotos e diz que não há ninguém compatível. A chance, diz a mensagem, é de 1 em 50. Depois, o usuário é convidado a refletir o quanto é difícil para pessoas que precisam de um doador de medula, em que a chance de encontrar alguém compatível é de 1 em 100 mil. Pelo site da campanha, os potenciais doadores podem esclarecer suas dúvidas sobre o processo de cadastro, encontrar o hemocentro mais próximo e compartilhar a causa".
Se arranjar um par amoroso, a chance é de 1 em 50 e alguém compatível quanto a medula de 1 em 100 mil, para se conseguir compatibilidade educacional, não basta empatia, simpatia, mas didática e metodologia adequadas, experiência de vida, conhecimento de mundo seu e do alunado, afeto, avaliação, autoavaliação, crítica e autocrítica, etc.
Já passamos a fase do professor "paizão" e do "sargentão". Nem um nem outro são mais compatíveis com o mundo atual, que requer uma compatibilidade entre o domínio de classe e o domínio de conteúdo, um dependendo do outro. Não basta inteligência, mas competência para a resolução de problemas, incentivando, motivando os alunos a fazerem o mesmo, a resolução de problemas, não só no campo educacional como social, tecnológico etc.
Existem profissionais inteligentíssimos, mas sem didática alguma o que gera uma incompatibilidade com o alunado. Da mesma forma, parece existir às vezes certa incompatibilidade de alguns alunos com a escola, mas que podem ser melhor integrados, se conhecida a realidade familiar, social, escolar.
Como bem disse Leon C. Megginson, e que me reporto à questão da educação e da própria compatibilidade do ser com o mundo ao redor: "Não é o mais forte que sobrevive, nem o mais inteligente, mas o que melhor se adapta às mudanças".
Hoje, a propaganda, a publicidade têm se adaptado melhor às mudanças do mundo, pelas formulações de suas campanhas, criativas, poéticas, surpreendentes, mais do que a própria educação, que deveria ser uma das locomotivas da transformação da sociedade. A educação tem sido um dos vagões, quando deveria assumir essa liderança, esse protagonismo de ações. Até existem projetos e atividades criativas, surpreendentes, inovadoras, mas são na maioria das vezes ações individuais que são capitalizadas para a escola, e não projetos político-pedagógicos da própria instituição de ensino. Mudar essa lógica é algo que leva tempo, é um processo ainda lento, mas que acredito que seja irreversível, mas que requer como o mote da campanha: uma doação entre professore e alunos, gestores escolares e gestores públicos e toda a comunidade escolar e a sociedade em geral em busca desta compatibilidade entre teoria e prática, discursos e ações concretas e eficazes.
Saber utilizar a força das redes sociais, digitais ou não, é um grande desafio para os educadores do século XXI. Algo que os publicitários já o fazem com maestria.
Do contrário, continuaremos reproduzindo o paradoxo do Curupira: "Olhos vidrados para o futuro, pés virados para o passado".
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