sábado, 23 de julho de 2016
Equilíbrio: curta-metragem de animação que serve como metáfora da tecnologia na educação
O vídeo acima "Balance" (Equilíbrio, em alemão), trata-se de formidável curta-metragem de animação, um tanto quanto minimalista, que descobri no Twitter de Brian Brushwood, de Austin, Texas, EUA.
O curta, em linguagem visual, dirigido por Christoph e Wolfgang Lauenstein, conta a história de uma curiosa plataforma que flutua no espaço neutro, onde cinco homens estranhos e idênticos, exceto pelo número que trazem às costas, convivem num mundo distópico, até que surge um dia misteriosa caixa com um mecanismo, tipo de dar corda, que provoca um novo convívio naquele ambiente antes acomodado, interferindo naquele trabalho em equipe, que começa a querer se tornar individualizado, cada um deles querendo inspecionar a tal caixa sozinho.
O interessante é que o equilíbrio entre os cinco seres é obtido através de pequenos passos em que um dá e os demais precisam se ajustar para que a plataforma continue estabilizada, um movimento mecânico, sistemático, padronizado, uniformizado, sem muito tempo nem espaço para inovações.
23, 35, 51, 75 e 77 são os números de cada um, e não sei se há alguma questão matemática envolvida nessa escolha ou é aleatória...
Os cinco homens tiram de dentro do casaco curiosas varas de pescar, ajustáveis, e cada um arremessa a linha numa direção, até que um deles consegue algo pescar e os demais ficam todos posicionados no sentido contrário para manter o balanço, o equilíbrio da situação.
E o que é pescado é a estranha caixa hermeticamente fechada com uma argola exterior.
O peso da caixa descompensa aquele equilíbrio medido e calculado.
A argola é uma espécie de corda para mecanismo musical...
Todos recolhem suas varas de pescar e começam a disputar a misteriosa caixa, tentando utilizar seu peso para trazê-la para perto de si... E a caixa passa a ser motivo de discórdia entre 35 e 77.
Um a um, acaba sendo expulso daquele ambiente. Até que só sobra um, precisando ficar imóvel na outra extremidade da plataforma, para manter a estabilidade do local.
A breve reflexão que o Educa Tube Brasil faz, saindo do campo artístico para o educacional, é que , primeiramente, há que se buscar o equilíbrio entre teoria e pratica, entre tradicional e moderno.
Que a cada geração existe uma caixa misteriosa sendo introduzida no ambiente educacional, como uma nova plataforma, capaz de maravilhas. Assim já foi considerada "caixa" da TV, do computador, do retroprojetor e depois do datashow, do notebook, e agora as "caixas" são o tablet, o smartphone e o que virá depois...
Há também que pensar outros conceitos como o novo, a novidade e o inovador; o pontual e o estrutural; o ideal e o possível; a mobilidade das coisas e das gentes; a convergência de máquinas e pessoas, etc.
Afinal, nem tudo que é novo, de fato é inovador, transformador; há que se lutar pelo ideal mas também saber lidar com as possibilidades no ambiente de trabalho, com a simplicidade que pode permitir a continuidade de ações (como este blog sempre destaca); de que alunos e professores móveis e converGENTES no ambiente escolar como muitos o são fora dele...
Enfim, a tecnologia em geral e a tecnologia educacional, em especial, podem ser caixas que para uns são mágicas e para outros trágicas. Mágicas pois muitos pensam que basta apertar botões e tudo se resolve num passe de mágica. Trágicas quando a encaram como uma bomba-relógio prestes a explodir em seu colo se ao apertar uma tecla, ou algo semelhante, estarão cortando o fio errado e detonando um artefato explosivo. Nem 8 nem 80...
Precisamos de equilíbrio no uso das tecnologias, sejam elas digitais ou não... Mas não um equilíbrio mecânico, robotizado, como no vídeo acima, mas um equilíbrio que seja atingido graças ao planejamento, a organização, a didáticas e metodologias adequadas ao que se propõe, seja usando tablets, internet, smartphone, lousa digital ou livros impressos, rádio, TV, giz e quadro...
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