quinta-feira, 15 de abril de 2021
Quarentena, Pandemia e Loucura: A Máscara da Morte Rubra, de Edgar Allan Poe, conto do Romantismo terrivelmente atual
O vídeo acima, A Mascara da Morte Rubra, é uma dramatizando do canal Conto um Conto, em que narra esse conto de terror do mestre Edgar Allan Poe, que em tempos de quarentena, pandemia e loucura [política e social], parece terrivelmente atual.
Para quem quiser ler este clássico da literatura gótica e romântica, indico a ótima matéria abaixo, da Revista Prosa Verso e Arte, que traz o texto original de Poe.
O parágrafo inicial do texto parece tremendamente semelhante a muita coisa que acontece no Brasil atual, basta ler este fragmento:
"Por muito tempo a 'Morte Rubra' devastara o país. Jamais pestilência alguma fora tão mortífera ou tão terrível. O sangue era seu avatar e seu sinal — a vermelhidão e o horror do sangue. Surgia com dores agudas, súbitas vertigens; depois, vinha profusa sangueira pelos poros e a decomposição. As manchas vermelhas no corpo, em particular no rosto da vítima, estigmatizavam-na, isolando-a da compaixão e da solidariedade de seus semelhantes. A irrupção, o progresso e o desenlace da moléstia eram coisa de apenas meia hora. Mas o príncipe Próspero sabia-se feliz, intrépido e sagaz. Quando seus domínios começaram a despovoar-se, chamou à sua presença um milheiro de amigos sadios e frívolos, escolhidos entre os fidalgos e damas da corte, e com eles se encerrou numa de suas abadias fortificadas. Era um edifício vasto e magnífico, criação do gosto excêntrico, posto que majestoso, do próprio príncipe. Forte e alta muralha, com portões de ferro, cercava-o por todos os lados. Uma vez lá dentro, os cortesãos, com auxílio de forjas e pesados martelos, rebitaram os ferrolhos, a fim de cortar todos os meios de ingresso ao desespero dos de fora, e de escape, ao frenesi dos de dentro. A abadia estava amplamente abastecida. Com tais precauções, podiam os cortesãos desafiar o contágio. O mundo externo que se arranjasse. Por enquanto, era loucura pensar nele ou afligir-se por sua causa. O príncipe tomara todas as providências para garantir o divertimento dos hóspedes. Contratara bufões, improvisadores, bailarinos, músicos. Beleza, vinho e segurança estavam dentro da abadia. Além de seus muros, campeava a 'Morte Rubra'".
Para ampliar o tema, indico o vídeo a seguir, com resenha literária de Christian Araújo sobre o texto em questão:
Observação:
Esta postagem é de autoria de José Antonio Klaes Roig, professor, escritor e poeta, além de editor do blog Educa Tube Brasil. http://educa-tube.blogspot.com
José Antonio Klaes Roig ou Zé Roig, como gosta de ser chamado, possui o Prêmio de Professor Transformador [2020] e seu blog Educa Tube Brasil, o Prêmio de um dos melhores blogues educacionais do Brasil [2020], conforme selos estampados na coluna à direta desta postagem.
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