quinta-feira, 13 de maio de 2021
Força estranha: mais que letra de canção, pura poesia, filosofia, sociologia, aliada a cena emblemática do cinema brasileiro [Pixote e a intertextualidade entre a vida e a arte]
O vídeo acima, Caetano Veloso, Moreno Veloso, Zeca Veloso - Força Estranha (Ao Vivo) ft. Tom Veloso, descobri no YouTube e é um momento único para a MPB - Música Popular Brasileira, essa reunião de gerações em torno de uma das canções mais belas, profundas, poéticas, filosóficas que conheço.
Força Estranha possui letra de Caetano Veloso e foi imortalizada na interpretação do cantor Roberto Carlos [veja versão deste ao final desta postagem].
Uma letra escrita em 1978, cheia de paradoxos e de versos simbólicos, metafóricos, poéticos e filosóficos que promovem no ouvinte ou leitor muitas reflexões, como: "Eu vi muitos cabelos brancos na fronte do artista/ O tempo não para e no entanto ele nunca envelhece/ Aquele que conhece o jogo, do fogo das coisas que são/ É o sol, é o tempo, é a estrada, é o pé e é o chão".
Logo a seguir, link para a letra completa:
FORÇA ESTRANHA - LETRA
Trabalhar com música, cinema, literatura, arte em geral, no fazer pedagógico, é uma ótima forma de promover o diálogo entre gerações, a intertextualidade, a troca de experiências, além de uma escrita criativa, a partir das referêcias entre textos e contextos históricos.
A seguir, outro exemplo intertextual é a poderosa e comovente cena do filme Pixote: a lei do mais fraco, de 1982, dirigido por Hector Babenco, em que a personagem Lilica questiona sua condição humana: "O que pode esperar uma bicha da vida?"; e, logo em seguida, canta alguns versos de Força Estranha [1978]. Uma cena que trata de questões filosóficas e sociológicas. Um filme terrivelmente atual por conta de diversas questões que contém. Algumas delas que ainda não foram resolvidas pela sociedade brasileira, principalmente no que tange a desigualdade social, a violência policial, de pessoas levadas à marginalidade, entre outras situações drásticas. Ainda mais quando sabemos que o menino que protagonizou Pixote, Fernando Ramos da Silva, tempos depois, acabou sendo morto num confronto com a polícia, após se envolver com o mundo do crime e de cometer assaltos, numa triste coincidência entre Arte e Realidade [vide reportagem a respeito AQUI]:
Estes versos iniciais de "Força Estranha" continuam ecoando pelos corredores do tempo, de uma forma estranha e com uma força renovada: "eu vi um menino correndo;/ eu vi o tempo.../ brincando ao redor do caminho daquele menino./ eu pus os meus pés no riacho,/ e acho que nunca os tirei./ o sol ainda brilha na estrada / e eu nunca passei./ eu vi a mulher preparando.../ outra pessoa./ o tempo parou para eu olhar para aquela barriga.[...]"
Força Estranha, arranjo e interpretação de Roberto Carlos:
Observação:
Esta postagem é de autoria de José Antonio Klaes Roig, professor, escritor e poeta, além de editor do blog Educa Tube Brasil. http://educa-tube.blogspot.com
José Antonio Klaes Roig ou Zé Roig, como gosta de ser chamado, possui o Prêmio de Professor Transformador [2020] e seu blog Educa Tube Brasil, o Prêmio de um dos melhores blogues educacionais do Brasil [2020], conforme selos estampados na coluna à direta desta postagem.
Sugiro uma revisão gramatical do post. Existem alguns poucos erros q necessitam ser corrigidos.
ResponderExcluirProfessor, como o Sr interpreta o trecho "E a coisa mais certa de todas as coisas não vale um caminho sob o Sol"
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