domingo, 9 de janeiro de 2022
Coração Vago: clipe que parece curta, numa intertextualidade entre cinema e música, aproximando dois clássicos da Sétima Arte
O vídeo acima, Heart Vacancy [Coração Vago], é um belíssimo videoclipe do grupo vocal The Wanted [Os Procurados] e me remeteu imediatamente ao projeto que desenvolvi a partir de 2010, com alunos do ensino fundamental e depois do ensino médio, intitulado CLIPES QUE PARECEM CURTAS, de propor à narrativa visual uma interpretação e leitura imaginante, em que da palavra cantada surgisse uma palavra contada pelos jovens, muitas vezes preenchendo lacunas, dando novos finais, interpretando dados, observando a sequência lógica das cenas, a continuidade, a coesão e coerência da descrição, como se numa redação para o Enem.
"Heart Vacancy" é belo, criativo e encantador, pois flerta, de forma inetrtextual com dois clássicos da sétima arte, os famosos e maravilhosos "Cinema Paradiso" [1988], de Giuseppe Tornatore e "A Rosa Púrpura do Cairo" [1985], de Woody Allen. O clipe, primeiro mostra uma pequena vila, parecendo italiana, em que famílias se reúnem na rua para assistir a uma filme com cenas de uma família no interior de uma casa reunidas, e, em um segundo momento e plano, o protagonista do filme em questão percebe o interesse amoroso de uma espectadora em especial, retribuindo o afeto e atravessando a tela rumo à sua amada, como na obra de Allen.
Uma pequena história de amor, em múltiplos sentido: do amor entre um homeme e uma mulher, de uma fã e seu galã, da arte com a vida, da ficção com a realidade, etc.
Dando margem a uma interpretação livre do título da canção, de certa fomra, quando o coração está vago ele não impõe, geralmente, muitas barreiras, não delimita muitas fronteiras, que poderão ser ultrapassadas se a imaginação, a magia, a alegria, a simpatia e empatia favorecerem a relação entre duas pessoas que se olham, vindas de mundos tão diferentes, como se morassem em outra dimensão, independente de religião, raça, orientação sexual, classe social etc.
Um clipe que tem um tom de comédia romântica com os dois clássicos acima citados, em que o amor humano é pano de fundo para a grande declaração de amor à Sétima Arte, feita por Tornattore e Allen.
O final humorado, quando o casal retorna ao filme e as demais personagem enconsta o rosot na tela, tentando atravessá-la demonstra que não basta desejo, é preciso sentimento, emoção, talento, vocação no que se faz, nos ritos de passagem que a vida nos indica, que nem ser professor, por exemplo. Não basta estar diante de alunos, como se fossem espectadores diante de uma tela de cinema ou uma imagem projetada por um datashow. O espetáculo deve continuar com a participação do aluno, também como protagonista e não coadjuvante ou figurante do filme da nossa vida. O aluno quando atravessa a tela da informação que gera conhecimento, nunca mais será o mesmo e isso também é uma pequena declaração de amor à Educação emacipadora, libertária e inclusiva em todos os sentidos.
Quem nunca se apaixonou por uma personagem de livro ou filme? Quem não sonhou de olhos abertos em ser o protagonista do filme da própria existência?
No trânsito entre realidade e ficção, personagens de clássicos da Literatura ou do Cinema parecem ser mais reais que seres de carne e osso; pessoas reais, muitas vezes agem de forma caricata, como personagens de ficção. Quem não as encontrou em seu cotidiano, tanto uma como outra, que atire o primeiro livro ou smartphone no chão...
O coração quando está vago deve ser preenchido com informação que gera conhecimento, seja da pessoa amada, do cursos que se está participando, da profissão que se escolhe, da família que nos adota, do grupo social que nos acolhe...
Um clipe que parece um curta, e que me proporcionou essa reflexão sobre cinema, literatura, vida, amor, educação e muito mais. Se a vida imita a arte, o vice-versa tambem acontece, quando "passa um filme em nossa cabeça" em certas situações do cotidiano.
Abaixo, trailer's dos filmes mencionados anteriormente e quem merecem uma revisitação à luz do videoclipe em questão:
Por fim, a seguir, link para o PROJETO que desenvolvi usando clipes como se fossem curtas:
PROJETO CLIPES QUE PARECEM CURTAS
Observação:
Esta postagem é de autoria de José Antonio Klaes Roig, professor, escritor e poeta, além de editor do blog Educa Tube Brasil. http://educa-tube.blogspot.com
José Antonio Klaes Roig ou Zé Roig, como gosta de ser chamado, possui o Prêmio de Professor Transformador [2020] e seu blog Educa Tube Brasil, o Prêmio de um dos melhores blogues educacionais do Brasil [2020], conforme selos estampados na coluna à direta desta postagem.
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