sexta-feira, 21 de janeiro de 2022
O espelho verdadeiro e "a arte de ser você mesmo": palestra inspiradora de Caroline McHugh ao TED
O vídeo acima, A arte de ser você mesmo, descobri no YouTube e é uma interessantíssimo e instigante palestra de Caroline McHugh ao TED, que são pequenas conferências mundo afora, contando com especialistas em alguma área, contando alguma experiência relevante entre 15 a 20 minutos.
Antes de tudo, recomendo que ativem legendas e tradução nos ícones no canto inferior direito da tela de exibição do vídeo.
Conforme sinopse do YouTube: "Nessa palestra inspiradora, Caroline McHugh explica que o nosso único trabalho nessa vida é ser tão bom quanto conseguirmos em sermos nós mesmos.
Caroline é fundadora e CEO do IDEOLOGIA, um movimento dedicado a ajudar indivíduos e organizações a serem completamente distribuídos, versões originais de si mesmos e autora de um livro chamado "Never Not a Lovely Moon: The Art of Being Yourself" ["Nunca uma Lua Não Adorável: A arte de ser você mesmo"].
Inspiradora mesmo, e o que mais me despertou a atenção, já de início, foi o conceito de "ESPELHO VERDADEIRO", traziudo por Caroline, que é um mecanismo de observação desenvolvido pelos irmãos John e Catherine Walters, em Nova Iorque, que trata-se de um espelho duplo que reinverte a imagem que vemos, que já é uma inversão da nossa, nos mostrando a verdadeira imagem que os demais nos veem. Afinal, se prestarmos bem a atenção, quando nos olhamos num espelho simples, o que vemos é nosso reflexo invertido, já que se partimos o cabelo para a esquerda, no espelho mostrá à direita do que vemos.
Dessa forma, quando dizemos que somos o espelho de alguém, estamos de fato projetando-nos numa imagem que vemos de forma direta, mas quando nos enxergamos em qualquer tipo de superficie reflexiva, estamos nos vendo de um jeito indireto, que não é o mesmo que os outros nos percebem.
Sermos nós mesmos, então, sob está perspectiva, é usarmos um espelho duplo, tipo a história e a literatura, a ciência e a arte, a poesia e a matemática, etc, para assim podermos ver o mundo mais amplo e menos invertido... ou convertido. Vermos o mundo de forma côncava e convexa. De certa forma, quando lemos um livro, vemos o mundo com os olhos emprestados por alguém...
Caroline indica que no espelho regular procura-se reafirmação da autoimagem, e, penso que talvez por isso mesmo o desconforto que temos com fotos 3x4, dizendo-nos que aquela imagem capturada não parece conosco. Não parece cokm a nossa autoimagem...
Porém, no "espelho verdadeiro" ocorre a revelação das coisas como de fato são, e como bem diz Caroline: "[...] pessoas que têm medo de ser elas, vão trabalhar para aquelas que não têm medo".
Que vivemos com base em arquétipos e modelos, até o nascimento da consciência, principalmente em relação ao outro: ao estranho, ao estrangeiro, e o início das fronteiras, barreiras e bandeiras que a sociedade impõe...
Em busca da autenticidade, identidade, Caroline propõe o "Complexo do eu", que é um teste para saber se alguém tem complexo de superioridade, inferiodade ou um termo interessante: o de interioridade, um neologismo para sensiblidade e orientação, sem ser preciso referir-se a alguém, sem estar acima ou abaixo do outro, mas simplesmente ter como referência a si mesmo, ser você mesmo, de forma simples, sem grandes preocupações em fazer um tipo, interpretar uma personagem.
Para isso, é preciso conhecer as caracterísitas do que ela denomina de "Os quatro eus":
Primeiramentem, a percepção de contexto e o vício de aceitação [e que chamo de sentimento de tribo];
Em segundo lugar, a persona, a imagem que se quer que os outros tenham de nós e o poder de adaptação;
O terceiro círculo, o do ego, que é o que você pensa de si e, por fim, o quarto círculo: o Você mesmo, o espiritual acima do físico ["Minha vida é a minha mensagem", Gandhi, ilustra essa ideia].
Pensando além, lembrei de duas citações. Uma do filósofo existencialista francês Jean-Paul Sartre: "Não somos aquilo que fizeram de nós, mas o que fazemos com o que fizeram de nós” e a outra citação, do escritor e jornalista uruguaio Eduardo Galeano: "Somos o que fazemos mas somos especialmente o que fazemos para mudar o que somos".
Enfim, "Ser ou não ser, eis a questão!", diria Hamlet, um dos personagens mais complexos e humanos de Shakespeare.
Mais do que nos vermos no espelho, sermos o espelho do que acreditamos é buscar essa autoimagem no espelho verdadeiro, independentemente da superfície que nossa imagem possa ser captada.
Uma ótima palestra que serve para uma aula de filosofia, sociologia, história e muito mais...
Observação:
Esta postagem é de autoria de José Antonio Klaes Roig, professor, escritor e poeta, além de editor do blog Educa Tube Brasil. http://educa-tube.blogspot.com
José Antonio Klaes Roig ou Zé Roig, como gosta de ser chamado, possui o Prêmio de Professor Transformador [2020] e seu blog Educa Tube Brasil, o Prêmio de um dos melhores blogues educacionais do Brasil [2020], conforme selos estampados na coluna à direta desta postagem.
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