domingo, 7 de abril de 2013
O Mágico e o Ilusionista na Educação
O vídeo acima, O Matemático, trata-se de divertida propaganda sobre o Rock in Rio Festival 2013, em que um professor de matemática faz cálculos matemáticos em alta velocidade e trata do uso das probabilidades de forma divertida, associando ao contexto do aluno, ou seja, à música; e lembra-me o trabalho desenvolvido pelo colega e amigo Rafael Procópio, educador do Rio de Janeiro, RJ, Brasil que faz pequenos vídeos de matemática e ciências, unindo o útil ao agradável, ou seja, o conteúdo matemático e científico, associado ao cotidiano do aluno (cinema, música, história, ciências, literatura etc). O professor Rafael Procópio mantém dois canais de vídeo no You Tube: o Matemática Rio e o Ciências Gerais, e recentemente, em evento educacional na cidade maravilhosa, foi comparado merecidamente por Cláudia Costin, titular da SME - Rio, a Salman Khan, o famoso professor do You Tube. E mais, Costin disse que Rafael é melhor, no que concordo plenamente, pois Procópio, além de fazer vídeos curtos, às vezes se fantasia de personagens de ficção, usa de irreverência e bom humor para passar um conteúdo complexo de forma simples e direta.
No vídeo abaixo, A Mágica e o Ilusionismo - Projeto Personas, trata-se do trabalho de 12 anos de Gilberto Banin, mágico e ilusionista, que despertou para o mundo da magia, graças ao seu pai, e que hoje é especialista em close-up magic, que é a técnica de fazer desaparecer objetos, entortar talheres e fazer mágicas impressionantes com o baralho.
Aquilo que o aluno não consegue enxergar, nem imaginar, abstrair, é ilusão, manipulação... O que ele vê, acredita, entende, é mágica, magia, encantamento...
Gilberto Banin diz em seu vídeo: "Eu não faço truque, eu faço mágica, eu encanto as pessoas..." O bom educador, de certa forma, pensa e age desta maneira.
Os dois vídeos acima, selecionei para ilustrar esta postagem por conta de uma reflexão que fiz nas redes sociais (Facebook) sobre educação a partir da comparação da mágica e do ilusionismo, em um sentido mais pedagógico do que artístico. Uma reflexão que começou com uma conversa no Facebook com a colega Elis Zampieri, educadora de Curitibanos, SC, Brasil, editora do blog Sobre Educação e continuou no mesmo espaço virtual com o colega Rafael Procópio, do Rio de Janeiro, RJ, Brasil.
Eis, abaixo, reproduzo a referida reflexão, que inclusive o colega e amigo Rafael Procópio gostou e editou uma imagem com fragmento dela:
O MÁGICO E O ILUSIONISTA: Estava conversando com uma coleg'amiga que me pediu algum vídeo que pudesse abordar o comprometimento profissional do professor, e indiquei 2 cenas do filme O Espelho Tem 2 Faces (cinema e educação), no Educa Tube, que ela mesma me indicara, e comentei com ela que para mim só existem 2 tipos de educador (seja pai ou professor): os mágicos e os ilusionistas... Os MÁGICOS são estes que sabem encantar, tornar algo complexo em coisa simples, pelas associações que fazem, e ainda conseguem tirar coelhos de cartola, pombas das mangas etc; já os ILUSIONISTAS, são aqueles que somem, desaparecem, se escondem, iludem primeiro a si mesmos, depois aos alunos, achando que ninguém percebe... O aluno, melhor do que ninguém, sabe distinguir os mágicos dos ilusionistas. O mágico faz da tecnologia uma mera ferramenta de apoio e com ela faz magias; já para o ilusionista, as TIC são bengalas essenciais, que sem elas não consegue se apoiar... Para refletir...
Em uma postagem em que usei um vídeo sobre mágica e ilusionismo, até comentei que todo educador deve ser uma espécie de Mister M... Ele tem que mostrar o segredo da mágica ao aluno, seja física, matemática, química, biologia, artes, o que for... Aquele que guarda para si o segredo, na educação, é o ilusionista, que quer reter o conhecimento, que é algo universal...
O bom mágico educacional é aquele que ao desvendar o segredo de sua disciplina, de complexa tornando-a simples, promove o encanto e a magia do aprender no aluno... Tive grandes mágicos e pequenos ilusionistas em minha formação, mas sorte que os Mágicos foram e são a maioria, do contrário, a maioria das escolas nem funcionaria. O mágico é por vocação, ilusionista, nem tanto... Se bem remunerados, os mágicos farão magias e encantos melhores ainda; já, os ilusionistas, continuarão sendo o que são e bem pagos.
Lembro-me que certa vez, por trabalhar com tecnologia educacional, fui chamado para auxiliar na instalação do equipamento multimídia na escola. Deixei o que estava fazendo para instalar notebook, datashow, equipamento de som, tela de projeção, verificar instalação elétrica, testar tudo e beleza. Quando a palestrante iniciou a reunião com professores para falar de avaliação, utilizou como dinâmica de grupo apenas um slide, com uma mensagem motivadora e só... Isso mesmo! Apenas um slide e nada mais e depois ficou o resto da reunião no método tradicional. Confesso que fiquei aborrecido por ter deixado de fazer algo para que todo aquele trabalho fosse apenas para a projeção de uma simples mensagem que poderia ser entrega em papel. Lógico que o meio ambiente agradeceu a iniciativa da palestrante (menos papel e mais texto em formato digital), mas o objetivo da tenologia ali, para mim, foi mero "verniz de modernidade" e poderia ser dispensado. Não trouxe magia, foi mero ilusionismo, no sentido mais pedagógico do termo.
Há mágicos, que usam ou não tecnologia para encantar, e ilusionistas que usam datashow, internet etc para fazer mais do mesmo, iludindo a si mesmos, achando que são "moderninhos"... Puro verniz e nada mais... Quando a tecnologia é mais importante do que o conteúdo e a metodologia, há ilusionismo; quando a tecnologia é apenas um apoio ao fazer pedagógico, há magia, pensa o Educa Tube. :-))) (by José Antonio Klaes Roig).
Para comprovar isto, indico um ótimo vídeo produzido pelo professor Rafael Procópio para seu canal de vídeo no You Tube, Matemática Rio, chamado TRIGONOMETRIA - Truque para Decorar Seno, Cosseno e Tangente | Matematica Rio. Um breve vídeo que associa, através da memorização, a forma de calcular ângulos, a partir da Coca-Cola. Vejam que interessante e divertida forma de unir o útil ao agradável, feita por este educador que, além de tudo, é um ótimo MateMÁGICO:
Muito legal o artigo, José! Obrigado pelas palavras.
ResponderExcluirCaro Rafael, precisamos muito dessa pedagogia do exemplo, de professores inspirando a outros educadores, fazendo jus ao nome de rede social, com caráter educacional... E que bom que podemos estabelecer estas trocas de conteúdos e experiências uns com os outros. Um abraço, meu amigo, e sucesso em teus projetos. Zé Roig.
Excluir