quinta-feira, 13 de fevereiro de 2014
Dramaticidade e Educação: O drama moderno do professor (Entre a realidade e a ficção)
O vídeo acima Professor é preso por atentado ao pudor!, foi me indicado via Facebook da colega e amiga Suzi Barros, arte educadora de Rio Grande, RS, Brasil.
Trata-se de vídeo falso (aliás, uma crítica à drmática situação de alguns professores), em que parece essas inúmeras reportagens da TV tradicional, que só mostram aspectos negativos da Educação, em que um suposto professor é preso por atentado gravíssimo ao pudor por mostrar o demonstrativo de seu salário aos alunos. Uma brincadeira criativa para discutir o verdadeiro valor, não apenas econômico mas social, da Educação e dos educadores.
Um suposto telejornal, com falso repórter - na verdade todos são atores - vai investigar o que fez o professor Chio estar preso, entrevistando a diretora da escola, o delegado de polícia, pais e alunos...
O mais irônico e trágico desse vídeo é o depoimento do falso professor que, perguntado se desejava liberdade ou continuar preso, não hesita na resposta: "- Eu preferi ficar preso. Com o salário que eu ganho e não consigo me alimentar direito. Pelo menos aqui, a minha comida está garantida".
Culpa-se muito os políticos pelo descaso coma Educação, pelos baixos salários pagos aos educadores, pela falta de infraestrutura das escolas e tudo mais. Entretanto, se pararmos para pensar, a mídia tradicional também tem seu papel de culpa nesse ciclo vicioso, quando dá mais destaque a situações vexatórias e de violência escolar, do que a projetos - e existem muitos - exitosos, feitos muitas vezes de forma individual por professores criativos, dedicados, inovadores, que ficam restritos apenas à sala de aula, à escola e quando muito à comunidade escolar.
Sem exagero, podemos afirmar que situações de violência escolar sempre têm espaço amplo de cobertura, são destaque na mídia, chegam até tornarem-se manchetes de jornais e telejornais. Enquanto isso, práticas educacionais relevantes, na maioria dos casos, quando divulgadas, são notas de rodapé de página, com espaços curtos de tempo e espaço nos veículos de comunicação de massa.
Essa lógica perversa e inversa da mídia e da sociedade, de buscar sempre a mentalidade de "reality show" é que deve ser mudada, a começar pela valorização do que é relevante e não apenas o que dá audiência...
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