domingo, 30 de outubro de 2016
De quem é a escola? A quem a escola pertence? Aula de cidadania de estudante secundarista
O vídeo acima Ana Júlia assembleia legislativa do Paraná - PEC 241, descobri nas redes sociais e trata-se de fala emocionada e comovente da estudante secundarista Ana Júlia Ribeiro, de 16 anos, aluna do Colégio Estadual Manuel Alencar Guimarães, proferida na Assembleia Legislativa do Paraná, Brasil, representando as mais de 850 escolas e institutos federais ocupados no estado, na tarde de quarta-feira (26/10/2016), defendendo a legitimidade das ocupações e dando aula de cidadania aos deputados estaduais, em manifestação também contra o Projeto de Emenda Constitucional, popularmente chamado de PEC, de número 241, agora PEC 55, que congela por 20 anos recursos para educação, saúde e outras áreas.
Já no início de sua fala, Ana Júlia pergunta aos presente: De quem é a escola? A quem a escola pertence?
Pergunta que me faço sempre como educador e faço a outros colegas pois a escola só existe e os professores funcionários, prédio e tudo mais em função do aluno. O objetivo principal de uma escola existir é em função de educar alunos. A escola não é feita primeiro para empregar profissionais da educação. A escola é a própria educação viva e um direito fundamental e constitucional, tão importante como a vida.
Em minhas andanças por escolas, conversando com professores e alunos sobre metodologia, tecnologia, arte, cultura e educação, tenho descoberto muitos projetos pedagógicos relevantes, e alunos que se destacam por sua visão de mundo. Jovens que leem escrevem, produzem material audiovisual. Jovens que trazem em si conceitos que foram incorporados nos equipamentos eletrônicos como: convergência, mobilidade, portabilidade interatividade, intuitividade e muito mais.
Uma escola é reflexo da sociedade, mas uma escola democrática deve estar aberta à reflexão, e não cerceada em seu pensamento crítico. Deve-se estimular o debate de ideias, a argumentação, a réplica, a tréplica e não impedir que opiniões circulem, ou que só sejam admitidas ás que certas figuras políticas considerem válidas. br /> O próprio equívoco que alguns têm é de confundir ocupação com invasão. Ninguém invade algo quando defende o direito de uma educação de qualidade, melhoria do ensino, defesa de um direito constitucional aviltado por um projeto contrário ao bom senso. E em segundo plano, há que se posicionar contra outro projeto denominado "Escola Sem Partido", que se diz combater a doutrinação ideológica na escola, mas que tenta cercear o pensamento crítico de professores e alunos.
Primeiramente cabe definir o que é doutrina e ideologia, que por si só são essenciais em qualquer área do conhecimento humano. Existem doutrinas jurídica, religiosa, política, filosófica etc. Da mesma forma ideologia é algo além de questões partidárias. Todos têm uma ideologia que é justamente um conjunto de ideias sobre o mundo. A própria política é o exercício de representar e ser representado, de tomar decisões sobre sua vida e da sociedade, que vai além da questão partidária. Tomar partido sobre algo não requer obrigatoriamente estar vinculado a uma agremiação política.
A grande confusão está na postura dos próprios autores deste projeto (já criticado por juristas, jornalistas, professores e outras categorias), alguns destes idealizadores da "Escola Sem Partido", que são, sim, doutrinadores no sentido religioso e com mandatos eletivos, tentando impor aos outros sua visão de mundo, aliados a pseudo apartidários, que curiosamente foram eleitos recentemente, e que denúncia indicam que são financiados por grandes grupos políticos e econômicos.
Se de fato houvesse a tal doutrina partidária que acusam professores e alunos, quem sabe as câmaras de vereadores, assembleias legislativas e Congresso Nacional teriam cada qual sua bancada da Educação, quando na realidade vemos ter se formado a chamada bancada BBB: da Bíblia, do Boi e da Bala, ou, respectivamente, de doutrinadores religiosos, com suas igrejas, redes de rádio e TV, os grandes ruralistas e os policiais, além das bancadas de banqueiros e outros mais.
Se a Educação tivesse tal poder de doutrinação, alegado por seus críticos, o desmonte de programas sociais e educacionais não estaria em curso.
E o mais sério em tudo isso é o total desconhecimento por parte de alguns sobre a realidade da escola pública no Brasil, tentando legislar sobre o que não têm profundo conhecimento, inclusive recebendo propostas de pessoas sem nenhuma vinculação com a educação.
Segundo o escritor e semiólogo Umberto Eco: "Todos os textos escolares nazistas ou fascistas baseavam-se em um léxico pobre e em uma sintaxe elementar, com o fim de limitar os instrumentos para um raciocínio complexo e crítico", e impossível não pensar nesta citação, toda vez que projetos visam tão-somente cercear a opinião, o debate e ainda por cima, limitar recursos públicos à educação.
Pelo jeito, foi preciso uma estudante para dar uma aula de cidadania a quem deveria ser também professor, no sentido de ter conhecimento de causa e não apenas doutrinas vagas sobre um tema tão relevante e fundamental à própria sociedade.
sábado, 29 de outubro de 2016
Crianceiras: aplicativo infantil transforma poemas de Manoel de Barros em música por Márcio Camillo
O vídeo acima CRIANCEIRAS, descobri via portal Nota Terapia, e trata-se de aplicativo infantil traz poemas de Manoel de Barros musicados por Márcio Camillo e pode ser baixado gratuitamente pelo link abaixo ou no Play Store:
CRIANCEIRAS - APLICATIVO INFANTIL DE POESIA MUSICADA
Conforme o Nota Terapia: "Em homenagem aos 100 anos de Manoel de Barros, o Oi Futuro está patrocinando um aplicativo voltado para o público infantil no qual os pequenos podem assistir clipes musicais com as poesias do autor. As músicas são de Márcio de Camillo e as ilustrações de Martha Barros, filha do poeta. O app, que pode ser baixado gratuitamente nos aparelhos com Android e iOS, é um desdobramento do espetáculo de Márcio, com o mesmo nome.
Os clipes contam com atividades interativas, em que as crianças podem pintar e desenhar a partir da história contada, além de explorar o poema que acabaram de ouvir. As crianças ainda podem personalizar fotos com temas das ilustrações".
Belíssima iniciativa de unir arte e tecnologia, poesia e música, cultura e sociedade.
Inovação pode ser algo simples, uma nova ação sobre algo já existente, transformando as coisas... Como transformar poesia em música, via este aplicativo, que além de tudo, ainda tem mais três opções: desenhar, ler poemas e editar fotos com algumas figuras e molduras.
sexta-feira, 28 de outubro de 2016
Literatura e Controle social: Os mundos distópicos de Orwell e Huxley e a atualidade
O vídeo acima, Literatura e Controle social, explica de forma didática, direta e objetiva "o mecanismo de controle social como foi imaginado por George Orwell, autor de 1984, e Aldous Huxley, autor de Admirável Mundo Novo!".
Como pergunta o perfil que postou: "Qual dos mundos se parece mais com o nosso?"
Orwell e Huxley foram dois grandes escritores que captaram o surgimento de regimes totalitários em sua origem, mas como o próprio vídeo demonstra, George Orwell pensava o mundo presente à sua época, tanto que 1984 é um espelhamento de 1948, ou seja, a inversão dos dois dígitos finais. Orwell tratava do fascismo ao seu tempo.
Já Aldous Huxley, mais visionário, captou a tendência da humanidade desde a antiguidade, pelo famoso panis et circus (pão e circo), e a alienação que decorre do prazer sem limites, de uma programação permissiva, e o mais paradoxal de tudo: do controle social que advém desse aparente descontrole da falta de limites e valores, através de uma programação focada na cultura inútil e não na cultura geral.
Vemos hoje, que mesmo com a informação dispersa na rede mundial e nas redes sociais, as pessoas acreditam piamente em boatos, em charlatões, na desinformação. Daí o papel social cada vez maior do professor como aquele que desperta o senso crítico do aluno. Talvez por isso mesmo, governos e/ou políticos autoritários queiram cercear por todos os meios a autonomia do professor, inventando pretextos (Escola Sem partido, por exemplo), para atingir este controle social.
Um ótimo vídeo para incentivar a leitura de livros e de mundos, distópicos e reais; para discutir filosofia, sociologia, arte e cultura, história e memória, política e sociedade.
Como bem escreveu Willian Mac-Cormick: "A escrita é bomba de efeito moral. Por vezes lacrimeja, paralisa, assusta. Mas, geralmente, traz consigo um efeito colateral".
Posteriormente à publicação desta postagem, encontrei nas redes sociais esta instigante entrevista feita em 1958 por Mike Wallace com Aldous Huxley, que complementa o vídeo acima:
quarta-feira, 26 de outubro de 2016
Dia dos Mortos e a Cultura Mexicana em belíssima e comovente animação para reflexão
O vídeo acima Dia dos Mortos, descobri via Facebook da colega e amiga Carla Kalindrah, arte educadora do Rio de Janeiro (RJ), Brasil e trata-se de belíssima e comovente animação sobre a Cultura Mexicana.
Um vídeo que preza pela beleza e delicadeza das imagens e da história, e que mescla arte, cultura e sociedade.
Uma bela narrativa visual e cíclica que cativa o espectador.
Trabalhar com arte e cultura na sala de aula, independente da disciplina estimula a alteridade, do colocar-se no lugar do outro, incentiva a criatividade, favorece a interação, ainda mais, como este blog sempre destaca: a atual geração é audiovisual e interativa. Usar imagens, vídeos músicas, fotografias, revistas, cenas de filmes, recortes de jornais, jogos, esportes promovem a convergência do social com o formal. E este blog está repleto de ações e projetos neste sentido.
Um vídeo para ser usado não apenas em festas de Halloween, mas para tratar de memória, história, vida e morte. Que se presta às aulas de artes, história, filosofia, sociologia e muito mais.
terça-feira, 25 de outubro de 2016
A felicidade começa com um sorriso: Contagiemo-nos mais com as coisas boas da vida
O vídeo acima A felicidade começa com um sorriso, descobri via Facebook do colega e amigo Jarbas Novelino, educador de São Paulo (SP), Brasil e editor do blog Boteco Escola.
Trata-se de vídeo que mostra um flagrante no metrô (não pude verificar a origem, mas acredito que seja algum experimento social, por conta dos diversos ângulos de gravação), em que um homem aparentemente assiste um vídeo em seu tablet e começa a rir sem parar, fato que contagia os demais passageiros, alguns de forma direta, outros, levando um tempo maior para arrancar-lhes um sorriso.
Assim acontece no cotidiano, quando educadores, contagiamos alguns de imediato e outros levam mais tempo para que possamos tocá-los no sentido educacional.
A resistência inicial, seja a esboçar um sorriso ou um apoio a uma atividade, depende das estratégias de interação que o educador se propõe.
O vídeo em questão serve também para refletir sobre o fato de que a maioria das pessoas pode ser sugestionada, tanto para o bem como para o mal. A maioria é cordial, mas pode ser influenciada por bons ou mal exemplos. E que o educador deve ter essa consciência de sua influência no ambiente escolar.
É possível contagiar um grupo aos poucos nesta grande viagem do conhecimento que é a educação.
segunda-feira, 24 de outubro de 2016
Sala Aberta: O que acontece quando aluno ensina aluno? E o canal Pedro Ensina
O vídeo acima Filosofia - Consciência Mítica X Experiência Filosófica trata-se do primeiro vídeo da série Pedro Ensina, do canal de vídeos do aluno PEDRO LUZ, que foi destaca do portal SALA ABERTA, cujo tema é "O que acontece quando aluno ensina aluno?
Conforme matéria do portal Sala Aberta (que este blog reproduz a seguir):
"Aluno do 2º ano do ensino médio do Colégio Dante Alighieri (São Paulo-SP), Pedro Luz, 16, sempre teve facilidade para tirar as dúvidas de seus colegas de classe, principalmente, durante o período de provas. Contudo, no começo de 2015, ele percebeu que mesmo se esforçando não conseguiria ajudar a todos que recorriam a ele. 'As dúvidas eram muitas e sobre diversos temas', relembra. Foi quando Pedro decidiu se juntar aos amigos João Magnani e Arthur Brazão e fundar o canal no Youtube 'Pedro Ensina', onde ministra conteúdos de física, química e filosofia.
'A ideia do canal surgiu como uma forma de atender à essa demanda. Nós buscávamos, com isso, aumentar a abrangência das explicações, pois não só um vídeo pode ser acessado por qualquer um e em qualquer lugar, como também ele fica disponível no futuro para quem quiser rever a matéria. Ou mesmo para alunos mais novos, que ainda aprenderão aquilo na escola', explica o estudante."
O trio começou focando as aulas nos próprios colegas de sala e no restante do colégio. 'A diferença é justamente que somos alunos também. Por isso, temos um contato bem maior com outros estudantes, conseguindo identificar mais facilmente quais são as dúvidas comuns e buscar outras maneiras de explicar o conteúdo, sob o ponto de vista dos alunos', conta. Os jovens se surpreenderam, contudo, quando passaram a receber mensagens e comentários de estudantes de todo o Brasil. 'Foi uma surpresa receber a primeira mensagem de um menino que nem conhecíamos nos parabenizando e dando sugestões. Os comentários de alunos de outras escolas nos deram um incentivo a mais para continuar com os vídeos', relata.
As aulas de filosofia são as mais acessadas no canal. 'O formato com que apresentamos esse conteúdo específico na internet ainda é pouco explorado por outros produtores de videoaulas', justifica Pedro. Contudo, o garoto confessa que prefere ensinar química e física porque tem mais facilidade nesses assuntos".
Algumas coisas que chamam a atenção no canal e nas videoaulas é justamente que vídeos incorporam o ponto de vista do aluno para aluno, em formato leve com média de 10 minutos cada vídeo, resumindo temas complexos de forma simples, por tópicos. Uma estrutura que pode ser incentivada por professores se adotarem a metodologia do seminário integrado, em que certos conteúdos podem ser divididos com grupos de alunos para apresentação aos demais sob orientação e mediação de um professor, gravando o conteúdo para acervo digital da disciplina e da escola, e como parte da própria avaliação escolar do aluno.
Ações assim dão maior desenvoltura, autoconfiança, independência ao aluno.
O editor deste blog, quando ainda aluno, dava aulas aos seus colegas do ensino médio, quando nem imaginava que se tornaria anos mais tarde, um educador. Naquele tempo internet, microcomputador, gravação de vídeo não era algo acessível, pelo contrário. Hoje, não apenas alunos como professores podem produzir seus materiais audiovisuais e criar um blog ou um canal de vídeos no You Tube para compartilhar de forma aberta ou restrita a grupos suas videoaulas sobre os mais variados temas. Os jovens Youtubers já se apropriaram dessa importante ferramenta de interação, para criar seus vídeos sobre temas que lhes interessam. Alguns professores já se tornaram destacados Youtubers também, mas ainda há um espaço a ser melhor explorado pro professores, escola e a educação.
Este blog educacional tem destacado em diversas postagens como o You Tube pode ser tanto uma imensa máquina do tempo para que se recupere audiovisuais do passado, bem como um imenso repositório e acervo digital universal do presente às gerações futuras.
Abaixo, link para o canal de vídeos de Pedro Luz:
PEDRO LUZ: E A SÉRIE PEDRO ENSINA
sexta-feira, 21 de outubro de 2016
Morador de rua canta a capela e vídeo é editado em estúdio com arranjo musical fabuloso
O vídeo acima All I Know, descobri via Facebook do amigo Fernando Luís, músico de Rio Grande (RS), Brasil e trata-se de flagrante de apresentação de Ellison Red Anderson, morador de rua (à época) que canta a capela e viralizou na internet.
Posteriormente José Quiroga, músico do QUIROGA Slow Jam Remix, editou o vídeo, fazendo um arranjo musical e tocando diversos instrumentos sobre o vídeo original, criando uma versão remix fabulosa.
Um dos exemplo de como inovar é transformar as coisas, dando-lhes nova versão e de como a simplicidade permite a continuidade das ação, ressignificando-as, reconfigurando-as.
Na educação, tenho visto diversas ações assim, transformadoras de situações iniciais, ampliando suas possibilidades, com simplicidade e criatividade.
Que este vídeo sirva de inspiração para outros talentos, estejam na música, na canção, na educação ou na edição de vídeos.
quinta-feira, 20 de outubro de 2016
O Mundo Além da Palavras, por Jalal-ud-Din Rumi, poeta e sábio do séc. XII
O vídeo acima O Mundo Além da Palavras, foi indicação via Twitter da amiga Carmen Regina Dias, poeta de Cascavel (PR), Brasil e editora do blog poético Divan, e trata-se de edição de imagens a partir de poema de Jalal-ud-Din Rumi, poeta e sábio islâmico do século XII.
"Dentro deste mundo há um outro mundo impermeável às palavras./ Nele, nem a vida teme a morte, nem a primavera dá lugar ao outono/ (...) Para mudar a paisagem, basta mudar o que sentes", assim inicia o belíssimo poema, declamado na voz da atriz Letícia Sabatella.
Como sempre inicio minhas falas em escolas e outros locais, quando envolve arte, cultura e sociedade, digo que "Tudo é poesia na vida, seja na tragédia, na comédia ou na tragicomédia do cotidiano". Tudo é arte e esta deveria fazer parte do ambiente escolar, pelas possibilidades de sensibilizar nossa humanidade. Através da arte e da cultura damos vazão a nossa criatividade, algo essencial para pensar a educação no século XXI, em que os jovens são intuitivos, colaborativos, estão conectados entre si e via equipamentos eletroeletrônicos; e que a dança, a música, o teatro, o esporte e outras manifestações deveriam dialogar com as demais disciplinas do ensino formal.
Na educação e na sociedade podemos mudar nossa paisagem interior e a exterior, a partir do que sentimos e do que expressamos; pois dentro de nós existe um imenso universo de possibilidades que pode se expandir pela interação com o outro. Quando conhecemos melhor o outro, seja o aluno ou o professor, o pai e o filho, o amigo, o colega, tudo toma outra dimensão, e surge um mundo além das palavras, por conta das ações coletivas.
O vídeo em questão mescla uma série de fatores que podem ser reproduzidos em atividades artísticas, culturais e educacionais: mesclar texto, áudio, música, imagens com um resultado incrível, dependendo da criatividade do grupo. Um poema, a voz de quem declama, imagens de pinturas como pano de fundo e o resultado é arte pura. Algo que pode ser adaptado a outros temas no ambiente escolar.
quarta-feira, 19 de outubro de 2016
Mantenha-se firme: Todo mundo sofre (arte, cultura e sociedade)
O vídeo acima Hold on (Mantenha-se Firme), descobri no You Tube e trata-se de campanha da organização não governamental Médicos Sem Froteiras, que "leva ajuda médico-humanitária a pessoas afetadas por conflitos armados, desastres naturais, epidemias, desnutrição e exclusão do acesso à saúde".
Uma belíssima versão e um lindo arranjo musical da canção Everybody Hurts (Todo Mundo Sofre), da banda R.E.M., videoclipe legendado, logo a seguir:
Dois vídeos para lembrar a todos de nossa humanidade, e relembrá-los que todos sofrem, todos se machucam, mas tudo é possível de remediar. A arte e cultura podem ser terapêuticas no convívio social. A arte faz que vejamos o mundo com os olhos dos outros. A arte nos provoca o sentido da alteridade, do colocar-se no lugar do outro que sofre, que se machuca, que supera seus limites.
Aquele que ainda se apieda de seu semelhante, ainda conserva sua humanidade; aquele que consegue se ver refletido no outro, ainda é um ser humano. aquele que desce de sua torre de marfim e conhece a realidade de sua comunidade, mantém sua dignidade humana.
Um vídeo para sensibilizar àqueles que se consideram superiores aos outros, que promovem o bullying, o racismo, o preconceito e a discriminação...
Um outro mundo é possível, se cada um fizer a sua parte... Aquele que e solidário nunca estará solitário...
segunda-feira, 17 de outubro de 2016
Geometria no Cinema: Como moldar a maneira de pensar e de evocar sentimentos em filmes
O vídeo acima Movie Geometry - Shaping the Way You Think (Geometria no Cinema: como moldar a maneira de pensar, tradução livre do blog), descobri na rede social, no portal UpdateorDie, que indica "Como a geometria é capaz de evocar sentimentos em filmes".
Conforme o portal: "Em 'Movie Geometry', o cineasta Jack Nugent examina o uso de formas geométricas observando como eles são empregados para evocar certos sentimentos e reações.
Cores, texturas, iluminação e precisão geométrica são atributos necessários para que o cinema ganhe consistência e colabore para a visualização e imersão.
Esse tipo de estratégia é usada principalmente em animações quando, por exemplo, um rosto fino é visto como mau, um redondo como bom e um quadrado como teimoso.
De acordo com o vídeo, nossos cérebros enxergam esse conceito de forma intuitiva, já que são projetados para ver as coisas cortantes e pontiagudas como mais ameaçadoras"
De forma intuitiva, a atual geração, que é audiovisual, interage com sofisticados equipamentos eletroeletrônicos, que trazem embutidos em si, justamente os conceitos de intuição, interatividade, conectividade, mobilidade, convergência, portabilidade etc.
Pensar a geometria e a matemática em toda parte, através da arte, além de valorizar o conteúdo formal, trabalha com valores artísticos e culturais, favorecendo a interação com a atual geração, que convive fora da escola com vídeos, filmes, música, dança, esportes.
Associar o conhecimento formal ao cotidiano é dar sentido e significado ao próprio ato de educar. E assim como faz o cinema, moldando o pensamento e evocando sentimento, o educador do século XXI, além de ter essa consciência, precisa também valer-se dela para motivar seu alunado, despertar a curiosidade, estabelecer o diálogo, instigar novas descobertas, trabalhar em coautoria etc.
Observação: Acionem as legendas, clicando nos ícones na barra do menu da janela do vídeo, no canto inferior direito, e no símbolo da engrenagem, escolhendo a opção "traduzir".
domingo, 16 de outubro de 2016
Multiculturalidade: Sinfonia de Beethoven tocada por 167 Theremins no Japão (música e tecnologia)
O vídeo acima "Symphony No.9, Boogie" by Matryomin ensemble "Da", descobri na rede social, através do portal Open Culture e trata-se de uma ação multicultural.
Imaginem só "Ode à Alegria", da Sinfonia nº 9, do alemão Ludwig von Beethoven, tocada com 167 Theremins, colocados dentro Bonecas Russas, em Tóquio, no Japão. E o efeito é uma BONITEZA só!
Theremin é um instrumento musical eletrônico que não requer contato físico do tocador, criado pelo inventor russo Leon Theremin (vejam vídeo sobre o mesmo, ao final desta postagem).
No caso do vídeo, chamaram-no de "Matryomin", instrumento novo que une theremin dentro de uma matryoshka, que é o nome dado às bonecas russas, em que uma pequena fica escondida dentro de uma média, que de fica dentro de uma grande.
O matryomin é uma inovação do theremin. O inovar é transformar algo dando-lhe outra função. Assim deveria ocorrer na educação. Que o datashow (projetor multimídia) não seja apenas uma atualização do retroprojetor de slides, que foi uma atualização do mimeógrafo...
Educar é também saber unir arte e cultura, música e tecnologia requer inventividade, criatividade e sensibilidade, tocando fundo a alma do educando.
sábado, 15 de outubro de 2016
Leonore Goldschmidt: A professora que desafiou Hitler criando escola particular para alunos perseguidos pelo fascismo
O vídeo acima A professora que desafiou Hitler, foi indicação via e-mail do professor Robert Betito, de Rio Grande (RS), Brasil, e é um incrível documentário do History Channel sobre a vida e obra de Leonore Goldschmidt, uma professora de origem judia que percebendo a intolerância surgir na Alemanha, pós-1933, com a ascensão de Hitler ao poder, e após sua demissão, criou com outros 5 professores a "Escola Judia Dra. Leonore Goldschmidt", para receber alunos judeus, que eram perseguidos pelo fascismo.
Leonore, sempre com uma aguçada percepção do que estava em curso, e uma visão à frente, começou a preparar seus alunos a viver fora da Alemanha nazista, já temendo o pior que se efetivou, ensinando-os tudo em inglês.
Leonore, em parceria com a embaixada britânica, conseguiu um professor para ensinar inglês aos alunos. A professora possui um extraordinário pensamento estratégico e tático em suas ideias e ações diante de um período tão perigoso. E literalmente a professora criou uma escola para preparar seus alunos para o mundo, para a vida fora da Alemanha nazista. Um oásis no meio da arquitetura do caos.
Julien Bryan era um jornalista contratado pela propaganda nazista para fazer um filme ressaltando o regime, mas conseguiu ver os dominós caindo, antes do fato ocorrer, e contrabandeou seu filme para os Estados Unidos, denunciando o que viu, no documentário "Dentro da Alemanha Nazi".
Enfim, um documentário necessário para valorizar professores, escolas e lembrar períodos sombrios da história da Humanidade, que pensávamos estarem condenados ao passado e vez em quando surgem com seus fantasmas nos assombrando. Algo essencial para que fatos como estes nunca sejam esquecidos e jamais repetidos!
sexta-feira, 14 de outubro de 2016
#SouProfessor: Vista essa camisa (Ser professor é ser humano)
O vídeo acima, #SouProfessor, trata-se de manifestação em defesa da educação, do professor da Unicamp Leandro Karnal, e me foi indicado via Facebook da colega e amiga Marisa Barreto Pires, de Rio Grande (RS), Brasil.
Segundo Karnal, o professor é condenado à esperança, pois estabelece uma ponte entre o conhecimento formal e à sociedade, já que o professor trabalha com conteúdo, mas também educador de uma atitude.
Karnal, citando Rubem Alves diz que "Nós plantamos carvalhos e não eucaliptos", plantamos para os netos, para as novas gerações.
O magistério, para Leandro, "é uma função humana, ser professor é reinventar e se recriar".
De acordo com o Instituto Península, produtor do referido vídeo: "Acreditamos que o professor é a peça-chave para o desenvolvimento de uma sociedade melhor".
Não basta o reconhecimento da importância do professor e da educação pela sociedade, mas a devida valorização, que implica boa remuneração, formação continuada, condições de trabalho adequadas, espaços para trocas de experiências, avaliação e autoavaliação, respeito e dignidade.
Reconhecimento sem valorização é como a vida sem liberdade. Há que não apenas o professor vestir essa camisa, mas a sociedade abraçar essa causa, em prol de uma educação de qualidade.
Alguns ESTÃO professores, como segunda opção, os chamados "burocratas do saber", mas muitos SÃO professores, pois fazem o que gostam e por nada trocam de profissão, apesar dos pesares, que não são poucos.
Ser professor é ser humano, em duplo sentido, enquanto ator social, consciente de sua função na sociedade e enquanto ser que precisa ser respeitado por quem desconhece sua importância e às vezes propõe medidas que depreciam, denigrem, deturpam sua função...
Pela autonomia do professor e por práticas menos invasivas no ato de educar...
Como dizia Paulo Freire: "Educar é ter a consciência do inacabamento", pois é um processo contínuo, por toda a vida...
quinta-feira, 13 de outubro de 2016
Concerto para hortaliças da Orquestra de Cordas da Grota e a Semana de Cultura na Agricultura
O vídeo acima Concerto para hortaliças, foi indicação via Facebook da colega e amiga Carla Kalindrah, arte educadora do Rio de Janeiro (RJ), Brasil e, como ela diz: "Daquelas coisas que tornam as humanidades do ser visíveis, palpáveis, palatáveis, audíveis, sinestésicas, hiperestésicas!".
Trata-se, como demonstra a apresentação do vídeo de "parceria entre Agenda Gotsch e Orquestra de Cordas da Grota em um harmônico final de semana de cultura na agricultura (e vice-e-versa!)".
Segundo dados, sobre a Agenda Gostch: "Um suíco chamado Ernst Gotsch, que se mudou para o Brasil na década de 80, trabalha desde então em sua fazenda com a implantação de agroflorestas fundamentadas na Sucessão Natural de Espécies e que propiciam a recuperação dos solos trabalhados. Por meio de um modelo de agricultura que prescinde de insumos externos, Ernst Gotsch reflorestou 480 hectares de área degradada no sul da Bahia. A fazenda desenvolveu seu próprio microclima, 14 nascentes de água foram recuperadas e a fauna repopulou o lugar. O efeito extra de sua intervenção é a colheita agrícola. O experimento tem sido disseminado e adaptado a diferentes regiões e climas nos últimos 30 anos. Neste modelo de agrofloresta, o insumo mais importante é o conhecimento. Assim nasce o Projeto Agenda Gotsch, a partir do qual dois jornalistas visitam a fazenda de Ernst Gotsch para registrar conceitos, implantações e manejos do agricultor. A produção dos vídeos e textos ajudarão produtores de todo o mundo a adotar técnicas agrícolas verdadeiramente sustentáveis".
Projeto que vem ao encontro do que o Educa Tube Brasil sempre destaca: de que é a simplicidade que permite a continuidade das ações, usando a criatividade e a identidade com a realidade local.
Um ótimo material para discutir sustentabilidade, meio ambiente, arte, cultura, agriCultura e muito mais no ambiente escolar.
quarta-feira, 12 de outubro de 2016
Admirável Gado Novo: Entre a arte e a cultura, a música e a sociologia
O vídeo acima Admirável Gado Novo, descobri no You Tube, e trata-se de primorosa edição de imagens em time-lapse de Moacir Silveira, da Vídeo Arte Uberaba, a partir de letra e canção homônimas de Zé Ramalho, que pela sua construção ética, estética e poética, torna-se um material universal, atemporal e essencial para refletir sobre arte, cultura, música, educação, tecnologia e sociedade.
Conforme apresentação do próprio Moacir Silveira:
"Zé Ramalho é, sem sombra de dúvidas, um dos cantores e compositores de maior prestígio em todo o Brasil. Ele começou sua carreira em meados dos anos 70, sempre fazendo sucesso, tanto pela poderosa voz quanto pela criatividade e sensibilidade poética de suas composições. Suas canções misturam temas político-sociais, cultura nordestina, mitologia, quadrinhos, psicodelia e misticismo. No embalo dos ritmos nordestinos, Rock, Blues e Folk Music ele desperta paixões entre os amantes da boa música. 'Admirável gado novo', escrita em 1979, fazendo parte do álbum 'A Peleja do Diabo com o Dono do Céu', é uma das mais conhecidas de Zé Ramalho, virando inclusive hino popular. Chegou até a ser censurada pelo regime militar, devido ao forte conteúdo político de sua mensagem. Em 1996, esta música voltou às paradas de sucesso ao ser incluída na trilha da novela global 'O Rei do Gado', como tema de personagens ligados ao MST (Movimento dos Sem-Terra). O próprio título faz alusão às ideias contidas no livro 'Admirável Mundo Novo', de Aldous Huxley. A mensagem contém uma poderosa crítica ao governo militar, que no entender do compositor, deu as costas para o povo do campo, marginalizando-o deixando-o à margem da sociedade e à mercê da ignorância e alienação cultural".
Os versos fortes de Zé Ramalho, em Admirável Gado Novo, são de uma beleza e dureza, que permitem estabelecer elos de ligação entre o passado e o presente, vide link abaixo, a íntegra da letra:
ADMIRÁVEL GADO NOVO - LETRA DE ZÉ RAMALHO
Estudar a História de um país pela arte, cultura, pela MPB (Música Popular Brasileira) pode ser um ótimo projeto pedagógico, pois as manifestações artísticas e culturais são de fato atemporais e permitem um diálogo entre épocas e gerações. Sem falar na análise crítica sobre os diversos planos de discurso: o ético, o estético, o histórico, o filosófico, o sociológico etc.
Fazer estudos comparados entre música e literatura, como no caso da canção de Zé Ramalho e o livro de Aldous Huxley também é algo para ver as influências da obras e autores, uns nos outros. E requer a intertextualidade e a interdisciplinaridade entre História e Arte, Educação e Cultura.
terça-feira, 11 de outubro de 2016
A casa do futuro e a ideia que tinham nos anos 1960 do que viria a ser a Internet
O vídeo acima, Como era a ideia de Internet nos anos 1969, descobri no You Tube e trata-se, na verdade, de um fragmento do curta-metragem de 1967, produzido pela Philco-Ford, intitulado The Home Of The Future: Year 1999 A.D. (A Casa do Futuro: Ano 1999), que pode ser assistido na íntegra, logo a seguir e, como o título indica, traz uma versão preconcebida do que acreditavam que seria o futuro, lá nos anos 1960.
Tanto o primeiro, que mostra mais um conceito do que seria a internet, como o segundo vídeo que trata dos avanços tecnológicos e a concepção de futuro, demonstram que "Algumas das previsões parecem estar certas enquanto que outras mais parecem ainda peças de ficção como o seriado Star Trek".
Evidentemente que a ideia daquele tempo tem conceitos ainda daquele tempo, como botões, canetas, papel, vários monitores, desktops, sem vislumbrar situações que hoje trazem em si a mobilidade, o toque na tela, bluetooth e muito mais.
A cada geração, trazemos conceitos da anterior e avançamos em situações impensadas, como será no futuro, nem tão distante assim, a Internet das Coisas, conectando todos os equipamentos eletrônicos que dialogaram entre si, e que antes era apenas enredo de filme de ficção científica.
Ainda não temos o carro voador do desenho animado de Os Jetsons, nem o teletransporte de Star Trek, mas temos os drones, o wi fi, o smartphone. O antigo comunicador de Star Trek é o telefone móvel, apenas sem a função de teletransportar as pessoas. Ainda... :-)
Dos anos 1990 para cá, muita coisa avançou em termos tecnológicos, e a tendência é que o conceito de Smart em TVs e telefones, integrando diversas funções, a Internet das Coisas e outras mais, promova novos avanços tecnológicos nas próximas décadas.
A Internet em geral, como o Google e o You Tube, em especial, podem ser considerados como máquinas do tempo, pois disponibilizam quase tudo, como uma enciclopédia mundial ou a Biblioteca Universal, como o escritor Jorge Luiz Borges tratava em um de seus contos fantásticos.
Nos anos 80/90, já cantava a Legião Urbana, na canção Índios, que "O futuro não é mais como era antigamente". A cada geração, a visão do futuro encontrará fatos que foram previstos e outros continuam no imaginário. Mas é justamente esse imaginário que move todos os projetos, ideias e ações.
segunda-feira, 10 de outubro de 2016
Herói Todo Dia: Há Sempre Uma Maneira de Tornar a Vida Melhor (Saúde, educação e inovação)
O vídeo acima There's Always a Way To Make Life Better (Há Sempre Uma Maneira de Tornar a Vida Melhor), foi indicação via Facebook do colega e amigo Robson Garcia Freire, educador do Rio de Janeiro (RJ), Brasil.
Trata-se de campanha da agência de publicidade Ogilvy & Mather London, do Reino Unido, Everyday Hero (Herói todo dia) realizada em outubro de 2016, sobre inovação e cuidados com a saúde, em que mostra o dia agitado de um super-herói ao seu jeito, gente como a gente, sem nenhum super poder que não a alegria de viver, o amor ao trabalho e ao seu semelhante. Homens aranhas como esse, conheço às dezenas, que não trocam seu jeito de ser nem de viver por nada nem dinheiro algum. Muitos deles são educadores, sejam pais/mães ou professores(as), que acordam cedo, fazem mil coisas e ainda se divertem, alegrando a vida dos que com eles convivem. Pessoas que não esperam premiações, mas são inovadoras ao seu jeito, e que fazem seu trabalho, sem chamar a atenção, mas que possuem o reconhecimento daqueles que com eles convivem.
Inovamos quando fazemos coisas novas ainda que com coisas antigas, transformando-as. E este blog está repleto dessas indicações.
Pensando na saúde escolar e na saúde familiar, há que se pensar não apenas em um corpo saudável mas uma mente sadia, que exercite a solidariedade, a alteridade, a empatia, o espírito de viver em comunidade na sala de casa, na sala de aula, na sociedade. Ao professor e ao aluno devem ser dadas as condições mínimas para a convivência em um ambiente saudável a todos.
Existem sim seres humanos que tornam a vida melhor de seu semelhante, com simplicidade, criatividade, bom humor, alegria e gentileza... Nem todos somos super-heróis, mas podemos ser o que sonhamos. Ou parafraseando versos de canção da banda Engenheiros do Hawaii: "Somos quem podemos ser. Sonhos que podemos ter". Sonhos que se tornem realidade, quando sonhados de olhos acordados, em conjunto, com planejamento, organização e espírito coletivo.
domingo, 9 de outubro de 2016
Inovar é transformar: não importa o instrumento de trabalho, mas o conceito que ele contém
O vídeo acima, intitulado "O som da pá virada", literalmente, foi indicação da colega e amiga Carla Kalindrah, arte educadora do Rio de Janeiro (RJ), Brasil e trata-se de uma menção à expressão "pá virada", que na sabedoria popular refere-se a pessoas irreverentes, agitadas etc.
Neste caso, pode-se dizer também que refere-se à inovação que, ao meu ver, é saber utilizar algo já existente, em um novo sentido, ou seja, inovador, transformador. Uma pá que é pra cavar, adaptada a cordas e outros elementos de uma guitarra, permite ao músico Justin Johnson fazer belos acordes e despertares.
Inovar é isso: Não importa o instrumento (se de trabalho ou de arte), o que importa é o conceito (musical ou outro) nele presente. Sem pá... lavras... Mais um exemplo de inovação, que é transformar algo noutra coisa, usando a criatividade, a simplicidade, que permitem a continuidade das ações.
Quem disse que pá foi feita apenas pra fazer buracos na terra? Quem disse que guitarra é apenas um pedaço de madeira com cordas? Quem disse que escâner é um equipamento específico pra digitalizar imagens, e que a câmera de uma máquina fotográfica ou um smartphone não podem ser pensadas como tal? Todas as coisas trazem um conceito inicial, mas todas as coisas podem ser pensadas além de seu sentido original. Inovar é pensar além do óbvio, do trivial. Ainda que se use coisas triviais, do cotidiano em nossa inovação... Inovação é uma nova ação, que pode ser feita sobre coisas antigas, reconfigurando-as...
Inovar, na educação, seja do ponto de vista metodológico ou didática, usando ou não tecnologias digitais, também tem muito disso, de transformar o antigo em algo inovador, quando transformador.
sábado, 8 de outubro de 2016
As crianças de hoje diante da tecnologia dos anos 1980 e breve reflexão sobre a educação e a sociedade
O vídeo acima Kids of Today vs 1980's Technology, descobri no You Tube e é um divertido material editado por Jeremy Auten que coloca as crianças da atualidade diante de tecnologias do passado, lá dos anos 1980 e serve justamente para desmistificar a ideia de genialidade que alguns têm sobre a atual geração, que tem seu valor, mas que demonstra que cada geração tem sua forma de interação com as tecnologias em curso.
Os professores de agora, quando crianças utilizavam essas tecnologias, agora peças de museu, também com desenvoltura. A questão não é qual geração soube melhor lidar com as tecnologias do seu tempo, mas que todos podem aprender uns com os outros. E que atualmente são as crianças que ensinam os adultos no uso dos equipamentos eletroeletrônicos.
O grande diferencial, ao meu ver, é conceitual. As máquinas da atualidade trazem embutidas os conceitos da interatividade, da intuitividade, da convergência, da mobilidade, da portabilidade. Conceitos que não estavam tão presentes nos equipamentos do passado, que eram maiores, mais pesados e pouco integrados.
Hoje, um pequeno smartphone contém diversas funções que antigamente eram feitas em separados, como fotografar, gravar áudio, gravar vídeo, telefonar, ouvir música, jogar, assistir TV, sem falar funções que surgiram uma década depois, com o advento da popularização da internet, como mensagem de texto, correio eletrônicos, download, pesquisa online, troca de arquivos digitais etc.
Por isso, não podemos criticar a geração passada por ser menos intuitiva, interativa, móvel e convergente, se esses conceitos eram inexistentes à sua época.
Da mesma forma que não podemos nos precipitar, ao ver este vídeo, achando que a geração atual só sabe manipular as tecnologias em curso. Logicamente é uma geração que incorporou os conceitos de seu tempo e não consegue imaginar coisas que faz hoje de forma integrada, sendo usadas de forma separada e com limitações: Botões, joy stick quando hoje tudo é com toque na tela ou outro tipo de controle, até por sensro de movimento (Kinect); fita magnética quando muitas vezes a mídia nem é mais física e é compartilhada de forma digital por bluetooth, wifi, whatsApp, etc. Tudo parece mesmo "crazy" (louco) para os jovens da atualidade.
Entretanto, podemos, sim, criticar àqueles educadores, sejam pais ou professores, que são refratários à interação com novas tecnologias no cotidiano, pois é um processo irreversível, a medida que avançam as pesquisas e os protótipos de realidade virtual, realidade aumentando, de internet da coisas (que é justamente integrar e fazer interagir os equipamentos eletroeletrônicos entre si).
O futuro, não apenas da educação, mas da própria sociedade é incentivar a interação, a interatividade, a mobilidade e a convergência mais do que entre pessoas e máquinas, mas das pessoas entre si, de pais com filhos, de professores com alunos, de escola com a comunidade.
Avançamos muito enquanto tecnologias, mas precisamos que as metodologias na educação se adaptem a esse novo mundo que é dominado pelas crianças e jovens fora do ambiente escolar, e que na escola ainda é visto com receio, quando poder ser mais um aliado ao fazer pedagógico, como é o livro didático.
Nem 8 nem 80. A tecnologia não pode ser vista como um bicho-de-sete-cabeças nem como uma varinha mágica. Não pode ser bengala nem adversário. É um elemento a mais a ser avaliado.
Vídeos como este servem para refletirmos juntos sobre a importância dessas viagens no tempo entre jovens e adultos, para trocas de experiências, para debate de ideias, para estabelecer um diálogo entre gerações.
Observação: As legendas e sua tradução podem ser ativadas, clicando no ícone ao lado da engrenagem e depois nessa (pra selecionar o idioma), no lado inferior direito da janela de reprodução do vídeo.
quinta-feira, 6 de outubro de 2016
E se os animais selvagens comessem Fast Food? (animação crítica sobre alimentação e sedentarismo)
O vídeo acima, E se os animais selvagens comessem Fast Food?, foi indicação do colega e amigo Robson Garcia Freire, educadora do Rio de Janeiro (RJ), Brasil e trata-se de uma crítica, divertida e reflexiva animação que serve para discutir educação alimentar e prática esportiva, no ambiente escolar e familiar.
De acordo com o portal Autossustentável, a campanha “Rollin’ Wild” (algo como “Natureza Selvagem Rolando”, em tradução livre) pretende chamar a atenção dos consumidores para os perigos deste tipo de alimentação processada.
Conforme apresentação no You Tube: "Um vídeo criado por estudantes para o Festival Internacional de cinema de Animação de Stuttgart, retrata como seria a vida selvagem se os animais comessem fast food, além de suas presas naturais. Uma animação muito bem humorada que transforma os animais em verdadeiros balões. Eles simularam algumas situações típicas que animais selvagens fazem, como caçar, dormir e comer, mas imaginando o quão difícil seria executá-las caso eles fossem bichos obesos".
Um vídeo que pode ser utilizado de forma intertextual com o documentário Muito Além do Peso, já destacado anteriormente pelo Educa Tube Brasil e pode ser acessado no link abaixo:
Muito além do peso: muito além de um documentário sobre obesidade infantil
Dados indicam que crianças e jovens sedentárias cada vez mais tornam-se obesas, e mais que uma questão de estética é um caso de saúde pública. Neste contexto, cada vez mais importante a educação alimentar, a educação física e a prática esportiva dentro e fora da escola.
quarta-feira, 5 de outubro de 2016
OMG: Pois ser jovem nada tem a ver com cronologia mas com estado de espírito
O vídeo acima, O.M.G. - Old Men Grooving (Aged 40-60) 3 FLASH MOB, encontrei no facebook da colega e amiga Semíramis Alencar, educadora do Rio de Janeiro (RJ), Brasil e trata-se de criativa e irreverente apresentação de grupo de dança, formado por jovens de 40 a 60 anos de idade, para quem a juventude nada tem a ver com cronologia mas com estado de espírito, tenham 8 ou mais de 80 anos...
Um exemplo de como quando fazemos algo que gostamos, seja dança, música, esportes, arte em geral, nos tornamos joviais e exemplo contagiante a outros mais. Quando um trabalho em grupo é feito por pessoas que visam o mesmo objetivo, tudo fica mais fácil aos olhos de quem observa.
A prática de esporte, da educação física nas escolas deveria ser incentivada e jamais flexibilizada ou tornada não obrigatória, ainda mais quando muitos vivem uma vida sedentária, diante de aparelhos eletroeletrônicos.
Mas um aviso: só se é jovem quando se sente jovem. Não basta querer ser, tem que se sentir assim, para que a atividade tenha autenticidade e promova a identidade com o outro.
terça-feira, 4 de outubro de 2016
Dança de Shiva: Não é efeito visual digital, mas pura sincronia de dançarinas surdas
O vídeo acima, que intitulei A Dança de Shiva, descobri no Facebook da colega e amiga Carla Kalindrah, arte educadora do Rio de Janeiro (RJ), Brasil e trata-se de deslumbrante e fabulosa apresentação de grupo de dança que simula a deusa Shiva e o bailado.
Inicialmente pensei tratar-se de uma projeção ao fundo, um efeito visual digital, mas que nada, pura magia da sintonia e sincronia de um trabalho em grupo! E mais impressionante, quando pesquisando as legendas em russo, li comentário de que todas as bailarinas são surdas, o que deixa mais incrível o resultado, pois não ouvem a canção!
Um exemplo de coordenação em grupo, de magia e precisão, de razão e emoção, de criatividade e espiritualidade.
Nos comentários do Facebook vi alguém dizer que lembra o clipe Where Have You Been (Onde você esteve), de Rihanna, logo abaixo, mas há que se dizer que deve ser justamente o contrário. A cantora norte-americana que se inspirou na dança de Shiva, e provavelmente seu clipe possua efeitos de computação gráfica. Mas que permite uma atividade intertextual entre os dois vídeos:
domingo, 2 de outubro de 2016
Fabio Bruschi: Prêmio Educador Inspirador da Feira de Ciências do Google 2016
O vídeo acima Inspiring Educator Award Winner 2016, foi indicação via Facebook da colega e amiga Elenara Stein Leitão, arquiteta de Porto Alegre (RS), Brasil e editora do blog Arquitetando Ideias.
Trata-se de reconhecimento feito ao professor Fabio Bruschi, de Londrina (PR), Brasil, vencedor do Prêmio Educador Inspirador 2016, promovido pelo Google Science Fair (Feira de Ciências do Google, tradução livre deste blog).
Mais que o prêmio internacional é o reconhecimento que um professor possa ter por parte de seus alunos, alguns que de forma comovida expressam toda a sua gratidão. Como Fábio, muitos educadores não tem a dimensão de seu papel social na vida de seu alunado. Mas a maioria dos educadores são referências, espelhos (que podem ser tanto positivos como negativos) para seus alunos.
Nas Feiras de Ciências das escolas é possível perceber o interesse dos alunos por experimentos criativos e comprometidos com a sociedade. Tenho visitado algumas dessas feiras de ciências, em escolas públicas e privadas, e vejo essa consciência global, com o meio ambiente, com a inovação, com a simplicidade...
O que faz de você um grande professor?, pergunta feita a Fabio e sua resposta diz muito: "Ser professor é ajudar as pessoas a aprender a aprender!" De fato, aprender todos podem, de forma autodidata, por EaD, mas a importância de um professor, com formação específica, além do notório saber é essencial, pois é alguém especializado, que investiu numa carreira, que gosta do que faz, que repasso ao aluno sua experiência de vida, sua bagagem sentimental, seu exemplo de vida.
A mesma pergunta feita ao professor foi dirigida a seus alunos e as respostas são motivadoras, comoventes e inspiradoras mesmo. Já dizia Platão que "O que faz andar o barco não é a vela enfunada, mas o vento que não se vê". Fato! A educação é esse barco e o professor esse vento que move o conhecimento! Pois assim também dizia Platão, que "A parte que ignoramos é muito maior que tudo quanto sabemos". E ai se justifica a importância de termos educadores inspiradores entre nós, como Fabio e outros mais que existem por ai, nem todos conhecidos, reconhecidos e premiados, mas que igualmente fazem o diferencial no ato de educar.