quarta-feira, 11 de agosto de 2021
"A banalidade do mal": de Hannah Arendt à atualidade (cena de filme e reflexão filosófica terrivelmente atual)
O vídeo acima, trata-se de cena emblemática do filme Hannah Arendt [2012] sobre o conceito cunhado por essa filósofa, que é a "banalidade do mal", em função de sua observação do julgamento de oficiais nazista, no pós-guerra, principalmente de Adolf Eichmann, um burocrata do sistema nazista que não se sentia arrependido de ter mantido em pelno funcionamento os trens de carga que levavam judeus e outras minorias aos campos de concentração e extermínio. Dizia ele que apenas cumpria ordens superiores. Lembra algo ou alguém que manda e o outro obedece?
Como disse Arendt, "crimes praticados por seres humanos que se recusaram a ser pessoas", que desumanizavam as demais pessoas, e que criaram a morte em escala industrial, como numa linha de produção macabra, que levava por linhas de trem até campos de concentração, e depois a implantação de fornos crematórios. A banalidade do mal, no sentido dos crimes contra a humanidade, pois independetemente da raça, religião, orientação sexual, ou o que fosse, cada prisioneiro morto era humano.
Arendt também refletiu sobre a questão da mediocridade vinculada a atos abomináveis, o que se pode notar nos atos fascistas, nas ondas de ódio e intolerância feitos por pessoas medíocres, acima de tudo, e perversas, acima de todos. Para ela , a negação da humanidade é um ato de negar a principal característica humana: o ato de pensar, raciocinar, se reconhecer como parte de um todo. E ainda concluiu: "[...] a incapacidade de pensar reduz o indívíduo a incapacidade de fazer juízos morais equilibrados, sensatos, o que permite que pessoas comuns pratiquem crimes em escala monumental". E a pandemia tem demonstrado isso, o descaso com o outro, o lucro acima de tudo, o desprezo pelos direitos humanos etc. Nada mais atual que o pensamento de Arendt e seu conceito de "banalidade do mal" neste século XXI, de Fake News em massa que lembram o processo de propaganda de Goebbels, ministro de Hitler, de que "uma mentira repetida mil vezes se tornava verdade" entre outras coisas mais.
Cena do passado que talvez explique muito a índole ou falta de... dos "cidadãos de bem" de qualquer tempo e espaço.
Cena que pode ser vista tambem no Facebook, na página Farofa Filosófica, segue link a seguir:
HANNAH ARENDT E A BANALIDADE DO MAL
No link abaixo, é possível assistir o filme completo, para lembrar, jamais esquecer e nunca mais repetir tamanha atrocidade:
HANNAH ARENDT E A BANALIDADE DO MAL - FILME E LIVRO
Segue também, versão legendada do referido filme, no YouTube:
Para complementar esta postagem recomendo também a ótima palestra "HANNAH ARENDT; A CAPACIDADE DE JULGAR", proferida pelo prof. José Alves de Freitas Neto, ao Café Filosófico, link AQUI, e logo abaixo:
E, por fim, a interessante conversa no canal MAIS GEO [dos professores Lobão e Rocha], sobre o mesmo tema, com participação do professor Domingos Santos [Dumas]:
Observação:
Esta postagem é de autoria de José Antonio Klaes Roig, professor, escritor e poeta, além de editor do blog Educa Tube Brasil. http://educa-tube.blogspot.com
José Antonio Klaes Roig ou Zé Roig, como gosta de ser chamado, possui o Prêmio de Professor Transformador [2020] e seu blog Educa Tube Brasil, o Prêmio de um dos melhores blogues educacionais do Brasil [2020], conforme selos estampados na coluna à direta desta postagem.
Excelente reflexão sobre a lógica genocida que está em vigor no Brasil
ResponderExcluirGrato pela visita e comentário.
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