quarta-feira, 6 de julho de 2011

Você não pode ser meu professor


Fonte: http://youtu.be/R1KaIH1_YbM

O vídeo acima, "Você não pode ser meu professor", com apenas 2 minutos de duração, se presta a diversas reflexões, mas o considero também uma pequena provocação àqueles que resistem a se integrar as novas possibilidades das TICs e mídias na educação, ou por desconhecimento, pré-conceito, preconceito, falta de tempo etc etc etc.
O vídeo foi indicação, via e-mail, de Jerusa Souza, que atua como multiplicadora em Núcleo de Tecnologia Educacional e professora da rede municipal de ensino de Jequié, na Bahia, Brasil, a quem agradeço o envio do link.
No vídeo em questão, um menino, filmado por seu pai, critica a postura daquele professor que sequer é imigrante digital, quando os alunos já são nativos neste meio.
Diz ele:
"Se você não sabe usar a internet não pode ser meu professor, eu preciso de alguém que sabe o que eu sei. Encontre-me na web, pelo menos, na metade do caminho."
Eis o grande debate que tem tomado conta de todos aqueles que atuam com as TICs e as mídias na educação: tratar da resistência ao novo e do uso adequados das tecnologias, além da mera recreação, no ambiente escolar. Afinal, se pensarmos bem, a televisão é usada nas escolas há bastante tempo, mas normalmente para compensar o dia chuvoso, a falta de professor, passando filmes nem sempre com uma proposta pedagógica, etc.
O que falta é o professor do século XXI se apropriar desses meios, muitas vezes, dialogando com seus alunos, vendo suas possibilidades, pois a parte mecânica o jovem sempre dominará melhor que o adulto, e isso acontece desde que o mundo é mundo.
A cada revolução tecnológica surge um vilão: aquele que substituirá o que existe até então. O livro no século XV já foi uma assombroso tecnologia, como depois a fotografia, o cinema, a televisão, depois o computador, agora a internet. E o que virá depois? Pouco me importa, desde que eu não feche a porta...
O problema para mim não é o uso do equipamento em si, pois este o jovem aprende, e vejam o documentário O buraco no muro, que demonstra experiência de inclusão digital com crianças de uma favela de Nova Déli, que jamais tiveram um microcomputador; e aquele PC, instalado justamente no buraco do muro de uma empresa de tecnologia, fez com que, de forma autodidata, as crianças se apropriassem da ferramenta e viajassem na internet e tudo mais, sem qualquer tipo de auxílio.
Portanto, os meios, as ferramentas, o aluno sempre usará de forma autodidata, more em Nova Iorque, Nova Déli ou Nova Friburgo...
Mas e o professor, quando deixará a postura de Magister Dixt (o mestre disse) e perceberá que em tempos modernos, o diálogo, as trocas, a colaboração e a cooperação entre dois mundos diversos (o do educador e o do educando), poderá gerar informação, aprendizagem e conhecimento mútuos?
Faço a todos os que temem as TICs e as mídias a mesma pergunta que encerra o vídeo acima:
- Você acha que é possível ser um educador na era da informação e não usar o computador nem a internet?
A lição que aprendi, desde que passei a trabalhar em NTE é de que para manipular, utilizar, descobrir o funcionamento das ferramentas tecnológicas, se superarmos nossos tabus, medos, proibições etc, não precisamos de professor. Podemos ser autodidatas.
Mas para crescermos como seres humanos, e não pessoas robotizadas e preparadas tão-somente para o trabalho e a mão-de-obra barata, para a vida mecânica e sem cor, para isso, precisaremos "toda vida e mais seis meses" de um educador que seja o mediador entre o ideal e o possível, entre o sonho e a realidade, entre a informação e o conhecimento... A vivência, a experiência de vida, a formação, a habilitação e a "pedagogia do exemplo" são insubstituíveis e nenhuma máquina jamais poderá superar isso, mesmo em se tratando de Inteligência Artificial.
Por mais que possa se achar tudo ou quase tudo no Google, no You Tube na Wikipedia e outros portais digitais, jamais bites superaram a carga de informação e a velociadade de neurônios livres, prontos sempre a novas descobertas, sem a necessidade de um sistema operacional ou uma programação robotizada...

Para continuar nesta provocação, iniciada pela indicação de vídeo da colega Jerusa, indico abaixo o link para um texto de minha autoria, publicado no meu blog literário ControlVerso; um conto que fiz, inspirado em um texto sobre uso das tecnologias na educação, de autoria da amiga e colega chilena Marcela Momberg, editora do blog Educação 2.0 e Redes Sociais. Neste conto, trato dessa eterna batalha entre os dois mundos: o Novo e o velho Mundo, "o Novo e o Velho Testamento" entre duas gerações.

Entre o Cabo das Tormentas e o da Boa Esperança

3 comentários:

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