segunda-feira, 13 de junho de 2011

O buraco no muro (inclusão digital na Índia)


Fonte: http://www.youtube.com/watch?v=Xx8vCy9eloE

O vídeo acima, chamado O buraco no muro (The Hole in The Wall), conheci, através de indicação da coleg'amiga Tania Vigorito, que foi minha tutora na pós-graduação em Midias na Educação (NEAD-IFRS Campus Rio Grande).
Como consta da apresentação do referido vídeo no You Tube, trata-se de "Uma experiência muito bem sucedida de inclusão digital na Índia, que vale a pena conhecer".
Nesse pequeno vídeo, através da reportagem de Rory O'Connor podemos ter uma ideia de um projeto paradoxal num mundo igualmente paradoxal, em que convivem o secular com o moderno, a pobreza extrema com a alta tecnologia, uma grande empresa e uma favela.
O Dr. Sugata Mitra, chefe de Pesquisa e Desenvolvimento da companhia NIIT, que é um apaixonado por educar crianças pobres, em 1999, criou o método chamado "O buraco no muro", ao instalar justamente no muro que divide a empresa e uma favela de Nova Déli, na ìndia, um computador de alta velocidade, conectado à internet, disponibilizando seu uso ás crianças do local. Conectar o universal ao particular, o global ao local, um dos grandes desafios das TICs, mídias e educação.
Dr. Mitra disse que o seu método de abrir um buraco no muro é uma forma de criar uma porta para mudar a sociedade no futuro.
Um pequeno gesto e uma grande iniciativa que demonstram que os paradoxos se comunicam, dialogam, convergem, colaboram e compartilham experiências.
No vídeo, percebemos como, mesmo sendo apenas um computador, muitas crianças interagem e conseguem aprender em grupo, sem nenhum tipo de instrutor, aprendendo a linguagem computacional.
Gosto de reforçar isso, pois muitas vezes, nas escolas, alguns reclama da falta de computadores para atender turmas de mais de 30 alunos, quando ás vezes só t~em no Laboratório de Informática, apenas 10. E ai, sempre digo: e ai? Levem os alunos e vejam como eles interagem em grupos, ficando às vezes 3, 4 por máquina, e alguns PCs até sem ninguém. A criança compartilha melhor as coisas, brinquedos etc do que os adultos, e isso acontece desde sempre. Saber disso pode auxiliar, não apenas no uso das mídas e TCs na educação, mas no próprio processo de ensino-aprendizagem.
São os chamados nativos, que mesmo que nem tenham acesso às tecnologias, dominam em poucos minutos a parte mecanica do processo, precisando, logicamente e sempre, a figura do professor, do educador, como um mediador do processo de ensino-aprendizagem.
No vídeo é destacado o menino Rogender, que foi o primeiro a aprender a usar sozinho o computador, e que gosta de pesquisar notícias na internet.
Perguntado sobre qual a sua definição sobre internet, disse:
"É aquilo que você pode fazer qualquer coisa". Precisa dizer mais?
Precisamos, como educadores, também abrir buracos no muro da educação tradicional, criando portas ao conhecimento mais integrado entre professores e alunos.
O vídeo em questão é mais que uma motivação, é uma prova de que mesmo em situações extremas, paradoxais, é possível conviver o antigo com o moderno, o tradicional com o contemporâneo e dessa comunicação, estabelecer de fato um diálogo, em prol da Educação.

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