quinta-feira, 23 de janeiro de 2020

Sinfonia dos macacos: uma bela metáfora da educação entre o clássico e o popular, o rígido e o flexível, a cópia e o talento natural




O vídeo acima Monkey Symphony (Sinfonia dos macacos), descobri na rede social digital e trata-se para mim, de, além de uma ótima animação, também uma bela metáfora da educação, não apenas a musical, mas a pedagógica e a social, ao mostrar a disputa musical de dois jovens chimpanzés: um seguido o modelo clássico e o outro o popular, e entre modelos de educação, um rígido e calcado na memorização e outro mais flexível e dando vazão ao talento natural.
Quem lida com educação sabe que, em alguns momentos, a prática escolar deve ser calcada na memorização de fórmulas, conceitos, regras, mas que não pode se ater apenas a esse método. É preciso também ser flexível, permitindo uma didática que favoreça o diálogo entre gerações, e valorizando o talento nato que alguns alunos já trazem e outros precisam descobrir, seja nas artes, na cultura nos esportes, na tecnologia ou outra área qualquer.
Os dois chimpanzés, no fundo, flertam com os dois modelos: do clássico ao popular. Heitor Villa Lobos foi um compositor e maestro brasileiro que popularizou a música erudita através de suas sinfonias, como as Bachianas Brasileiras, por exemplo. Monteiro Lobato fez o mesmo na literatura com a figura do caipira, do caboclo, colocando como protagonistas figuras típicas do interior do país em seu O Sítio do Picapau Amarelo. Cândido Portinari, nas artes plásticas, com suas séries de pinturas emblemáticas, também trouxe para as galerias de arte e murais, mundo afora, os trabalhadores nos cafezais, os sertanejos e retirantes.
Saber promover essas diálogos entre as artes e a cultura, a educação e a tecnologia, a escola e a sociedade é papel essencial do educador do século XXI.

O "Bom Sucesso" da leitura depende do incentivo aos livros e à literatura, como é feito de forma lúdica por essa telenovela



O vídeo acima, encontrei na página do Facebook da Bibliotecária e trata-se de belíssima cena da telenovela Bom Sucesso (2019/2020), em que os autores incentivam o hábito da leitura, divulgando livros e escritores.
Uma iniciativa relevante, pois segundo notícias, o número de venda de livros, dos mencionados na trama televisiva, aumentaram expressivamente desde o início de sua veiculação. Segundo jornal, a "busca por livros citados na trama registraram aumento de mais de 5.000%".
Apenas uma telenovela conseguiu isso, imaginem então se tivéssemos um canal de TV, tipo a TV Escola em canal aberto à população, divulgando arte e cultura, além da educação. Seria uma verdadeira revolução social. Seria a nossa BBC de Londres, no hemisfério sul.
Falar de poesia e literatura em geral, atualmente, parece um ato revolucionário, diante de certas manifestações agressivas de pessoas que desconhecem o poder libertário, emancipador e socializante de um livro.
Parafraseando a cena acima divulgada, qual seria o seu livro? Quem seria seu personagem? Eu, como poeta, escritor e professor, confesso, que me considero às vezes um Quixote enfrentando gigantes, às vezes desejo ser apenas O Pequeno Príncipe, noutras o Príncipe de Maquiavel, noutras, Dante em busca de Beatriz, em sua Divina Comédia, noutras algum dos heterônimos de Fernando Pessoa, ou apenas Fernão Capelo Gaivota, voando pelo céu da imaginação.
Não tenho assistido telenovelas sequer TV aberta nos últimos anos, por questão de tempo e outras coisas mais, mas que cenas como essas despertam o interesse em narrativas visuais, realmente isso fazem.
Mais uma vez, parabéns aos autores de "Bom Sucesso" Rosane Svartman e Paulo Halm por essas inserções na trama por eles escrita.
Abaixo, reportagem que destaca também a iniciativa da telenovela:

'Bom Sucesso' conquista público e incentiva leitura ao falar de forma lúdica de obras clássicas

quarta-feira, 22 de janeiro de 2020

No mundo ideal: paródia da animação Aladdin e a rede social digital




O vídeo acima No mundo ideal, é uma paródia da animação Aladdim que descobri no Facebook e tem uma letra humorada, criativa e original, transpondo o mundo dos contos de fadas e das mil e uma noites para o mundo - bem tão ideal assim - das redes sociais digitais.
De fato, no mundo ideal há situações incompatíveis com certos procedimentos da rede, às vezes, antissocial.
Um bom material para refletir sobre o cotidiano e as relações humanas entre o mundo ideal, o real e o virtual.

segunda-feira, 13 de janeiro de 2020

Do amor à primeira vista ao amor à Sétima Arte: cinema, tecnologia, imaginário e sociedade



O vídeo acima Sleeping Beauty Proposal (Original!) (Proposta de Bela Adormecida, tradução livre), descobri via Facebook do professor Literatura Inglesa Valter Henrique De Castro Fritsch, a FURG - Rio Grande - RS- Brasil e trata-se de iniciativa criativa, original e encantadora> O jovem Lee Loechler levou sua namorada Sthuthi David, em 30 de dezembro de 2019, a uma sala de cinema para verem o filme preferido dela, a animação “A Bela Adormecida” (1959) produção original da Disney de exatos 60 anos atrás.
Só que Lee teve uma ideia genial, editar a cena final do referido filme, incorporando ele como o príncipe e a namorada como Aurora. Entretanto, num mundo cada dia mais conectado, não basta ter uma ideia criativa e original, é preciso se associar a outros talentos para que o projeto se torne uma ação, nesse caso, coletiva já que não apenas contou com o apoio da animadora australiana Kayla Coombs que levou seis meses para reeditar a cena mais icônica, em que o Príncipe Phillip acorda a Princesa Aurora com um beijo, tudo para que ambos se parecesse com o casal do mundo real.
Mas mesmo assim, para que a surpresa ficasse completa, era preciso um cinema para reproduzir o filme e a cena final reeditada e para que isso ocorresse de forma pensada pelo namorado, foi preciso combinar com outras pessoas e entidades. Primeiro, com o Coolidge Corner Theatre, depois com familiares, amigos e "algumas pessoas que Lee Loechler encontrou no Reddit" que gostaram da ideia e lotaram a sala do cinema, sem chamar a atenção de Sthuthi.
Ao final, foram felizes para sempre, já que a moça aceitou o pedido de casamento do rapaz.
Mais que isso, cabe pequena reflexão sobre o poder do amor e da arte, sobre o poder do amor à sétima arte e do poder do amor à primeira vista. Num mundo cada vez mais dominado pela tecnologia, valer-se de um filme clássico de 60 anos de lançamento pra falar de amor na atualidade é algo genial, pois mostra o poder do imaginário do cinema, do amor e da tecnologia (em sua reedição). Mostra também como, por mais que a tecnologia avance com seus efeitos visuais, os clássicos, tanto da Literatura, da Música, bem como do Cinema são ternos e eternos. Que por mais que se tenha televisor 3D, 4K, Full HD Home theather e tudo mais nada supera a magia de um telão numa sala escura, dividindo emoções com ilustres desconhecidos, amigos, familiares e outros mais. Que, por fim, que as tecnologias, acusadas tanto de afastarem as pessoas, em algumas situações promovem justamente a interação, integração, colaboração, como essa notícia demonstra, já que Lee precisou além da ideia genial, se associar a pessoas distantes como a animadora, os amigos que fez no Reddit o cinema, sua rede de amigos e familiares etc.
Cinema, Música e Literatura são linguagens universais e atemporais, pois aproximam pessoas, independente do tempo e do espaço, e, inclusive, não importando o idioma que falem, o país que morem, o time que torcem, a religião que adotem etc. O imaginário coletivo também ajuda nesse diálogo entre gerações: 1959-2019.
De certa forma, somos todos A Bela Adormecida, e precisamos do Cinema, da Música, da Literatura e outras artes para nos despertarem do torpor do cotidiano. O que seria de nós e do mundo sem a Arte a Cultura?!? Impossível de imaginar os humanos sem a dança, a música, a escultura, a arquitetura, o cinema, a literatura e todas as formas de expressão que preservam nossa Humanidade e mantém nossa sanidade mental.

segunda-feira, 6 de janeiro de 2020

Projeto HoaxBusters com professor Estevão e seus alunos do ensino médio e a checagem de notícias na internet




O vídeo acima Projeto de Hoaxbusters, uma ótima iniciativa colaborativa do professor Estevão Zilloli com seus alunos do ensino médio de Ourinho, interior de São Paulo Brasil, que transformaram-se em caçadores de boatos na web, e as famosas Fake News (notícias falsas).
Conforme o referido vídeo, o prof. Estevão prefere usar o termo Hoax (farsa, boato, enganação), por isso o nome do projeto HoaxBusters, caçadores de farsas. Segundo o professor Estevão, o projeto usa método semelhante ao científico, estimulando o senso crítico do alunado. Depois da checagem as notícias recebem um dos nove selos possíveis, que vão além do simples "verdadeiro" ou "falso". Enfim, uma ótima e relevante iniciativa em tempos de boatos, teorias da conspiração e notícias falsas. Tanto e relevante que o projeto não sendo obrigatório e elaborado às sextas-feiras à tarde e tem ótima receptividade e participação dos alunos.
Além disso, há uma intertextualidade com o filme Ghostbusters (Os caça-fantasmas) no título do projeto, um grande sucesso do cinema no ano 1984, vide trailer abaixo:



Projeto escolar que também remete aos famosos Mythbusters: Os caçadores de mitos, do Discovery Channel:



Abaixo a notícia completa do projeto escolar HOAXBUSTERS no portal da EBC:

Alunos de SP viram caçadores de boatos na web

domingo, 5 de janeiro de 2020

Farenheit 451: cena de distopia com diálogo primoroso entre professora e bombeiro sobre a questão dos livros e da leitura




O vídeo acima [é preciso clicar no link para assiti-lo no YouTube], é cena emblemática de FARENHEIT 451, filme de 1966, dirigido por François Truffaut, adaptado da obra clássica da literatura de Ray Bradbury, em que consta o precioso e filosófico diálogo entre a Professora e o Bombeiro durante o trajeto para a casa da primeira.
O livro de Bradbury foi publicado pela primeira vez em 1953, mas segundo consta, "O conceito inicial do livro começou em 1947 com o conto 'Bright Phoenix'". Em 2018 teve um remake do filme, vide trailer ao final dessa postagem.
A história conta que num futuro nem "tão tão distante assim", surgirá um estado totalitário em que os livros passam a ser proibidos e incinerados pelos bombeiros. O próprio título indica a temperatura, na medição da cultura inglesa, para a incineração do papel.
Nesse futuro distante, a literatura ficou considerada como propagadora da infelicidade, despertando nas pessoas são lado antissocial (leia-se nas entrelinhas, estimulando a criticidade).
O livro e o filme, com diálogos inteligentes, tem sua melhor parte nessa caminhada da professora com o bombeiro, em que a mesma faz diversas perguntas a ele, ficando surpresa em saber que antigamente os bombeiros apenas apagam incêndios e não incineravam livros, como naquela atualidade. Mais ainda, fica sabendo pela voz do bombeiro que "Os livros são apenas lixo... não têm nenhuma importância", o que ecoa nas falas atuais de algumas pessoas obscurantistas.
Sempre é bom lembrar, àqueles que já leram livros de História, a máxima proferida por alguém: que todo regime totalitário, primeiro começa proibindo livros, depois os queimando, por fim, literalmente queimando pessoas em suas inquisições, às vezes, amparadas em discursos religiosos fundamentalistas.
Ainda bem que tais situações ocorrem apenas na ficção e nas distopias, né mesmo?



Observação: Esta postagem é de autoria de José Antonio Klaes Roig, professor, escritor e poeta, além de editor do blog Educa Tube Brasil. http://educa-tube.blogspot.com José Antonio Klaes Roig ou Zé Roig, como gosta de ser chamado, possui o Prêmio de Professor Transformador [2020] e seu blog Educa Tube Brasil, o Prêmio de um dos melhores blogues educacionais do Brasil [2020], conforme selos estampados na coluna à direta desta postagem.

sexta-feira, 3 de janeiro de 2020

Sala de leitura interativa: biblioteca desperta o interesse dos alunos pela leitura em escola da rede pública




O vídeo acima Biblioteca desperta o interesse dos alunos pela leitura em escola da rede, descobri no Facebook é trata-se do projeto "Sala de Leitura Interativa", da EE Prof.ª Maria Ribeiro Guimarães Bueno, do estado de São Paulo, Brasil, que "transformou a biblioteca em um ambiente vivo e interativo, despertando o interesse dos alunos pela leitura". Como diz um dos alunos: "ler é vivenciar a história" e essa leitura deve ser estimulada, mediada pela escola e o mundo através de ambientes interativos em que professores e alunos possa interagir, ler e também produzir textos a partir dessas experiências.
Uma biblioteca escolar deve ser um local vivo e não um depósito de livros, mas para isso, há que se ter, mais que acervo literário, planejamento, criatividade, empatia e produção textual junto às leituras e rodas de leituras.
Para ampliar essa postagem recomendo o vídeo a seguir, Alfaletrar - Biblioteca escolar e literatura, projeto que, segundo apresentação do referido vídeo no canal NOVA ESCOLA, é "projeto que foi concebido pela professora Magda Soares da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) em 2006 e promoveu ações para alfabetização em todas as escolas da rede municipal de Lagoa Santa (MG). Hoje, com 97% das crianças alfabetizadas no 3º ano do Ensino Fundamental, esse trabalho é referência nacional. A série de 19 vídeos da qual esse faz parte foi produzida pela Atta Mídia e Educação com financiamento da Fundação Lemann durante 2016 e mostra a base teórica e as práticas do projeto tanto para apoio ao trabalho dos professores alfabetizadores como para prefeituras que queiram implementar ações dessa natureza adaptando esse projeto às suas especificidades".



quinta-feira, 2 de janeiro de 2020

Jornalista demonstra a lógica atual da rede social digital: da democracia ao autoritarismo via Fake News e a checagem de notícias na internet




O vídeo acima Facebook's role in Brexit — and the threat to democracy, descobri via Twitter e é uma interessante conferência feita ao TED pela jornalista britânica Carole Cadwalladr, que explica como "a rede social perverteu a democracia e promove o autoritarismo" [Recomendo ativar legendas e a tradução].
Carole mostra através de uma forma didática sua pesquisa in loco a partir de uma pequena cidade e vai esclarecendo fatos assustadores, como a publicidade invisível, que apenas os usuários veem e depois some sem deixar vestígios entre outros recursos manipuladores da opinião pública e que têm impactado a democracia mundo afora, tomando por exemplo o Brexit.
Um contexto que lembra as distopias da literatura e do cinema, mas que chegaram ao cotidiano. Mais que isso uma forma de comprovar a importância do professor e do estímulo ao senso crítico, de não se deixar levar por fake news e outros mecanismos perversos que imperam na atualidade.
Muitas dessas Fake News só imperam diante da desinformação da falta de senso crítico, de pesquisa, aliadas ao preconceito de cada um.
Para combater esse tipo de situação, recomendo essa outra matéria em que professor da rede pública de ensino elaborou um projeto fantástico com seus alunos justamente para combater as Fakes News:

Alunos de SP viram caçadores de boatos na web: Projeto HoaxBusters está em seu segundo ano e estimula a checagem de fatos na internet



Conforme notícia do portal EBC: "Em Ourinhos, interior de SP, os estudantes e o professor Estevão Zilloli preferem usar o termo Hoax (que significa farsa, enganação) do que a palavra fakenews. Daí o nome do projeto, HoaxBusters ou caçadores de notícias falsas". Segundo o professor Estevão, o projeto usa método semelhante ao científico, estimulando o senso crítico do alunado. Depois da checagem as notícias recebem um dos nove selos possíveis, que vão além do simples "verdadeiro" ou "falso". Enfim, uma ótima e relevante iniciativa em tempos de notícias falsas.