Um time comemorou demais após fazer um gol em um campeonato infantil e deixou o adversário na bronca. Aí depois aconteceu de tudo: gol "antiético", protesto... dá uma olhada - http://bit.ly/1LqhT4e
Posted by UOL Esporte on Segunda, 22 de junho de 2015
O vídeo acima, que batizei de A REGRA É CLARA, é alusão a frase famosa do ex-árbitro de futebol e atual comentarista de arbitragem Arnaldo César Coelho, que apitou a final da Copa do Mundo na Espanha, em 1982. Mais que uma frase, tornou-se um jargão, ora usado no sentido objetivo, ora com ironia, para tratar de erros e acertos dos árbitros.
O referido vídeo foi compartilhado comigo e outros pais, pelo amigo e esportista Jandir Aragon, de Rio Grande, RS, Brasil, na linha do tempo do Facebook e trata-se, como lá comentei, de ótimo material para discutir as relações entre esporte, ética, educação e sociedade. Além do "Sobrenatural de Almeida", presente no chute falho do garoto com o gol aberto. Ato falho? Freud explica? E o mais incrível, o acesso de raiva do menino, depois do incidente.
Em suma, conforme apresentação do UOL Esportes: "Um time comemorou demais após fazer um gol em um campeonato infantil e deixou o adversário na bronca. Aí depois aconteceu de tudo: gol 'antiético', protesto..."
Como bem destaca, nos comentários do vídeo, o perfil Atletas Acwd Trevo (Projeto Esportivo): "Erros contínuos, mas os principais são dá arbitragem que autorizou o inicio do jogo sem o mínimo de atletas em campo e o principal do treinador adversário que deu o comando pro time dele atacar sem os outros meninos estarem prontos... Dai por diante foi só loucura..."
De fato, uma sucessão de erros por quem deveria, justamente, impedir que tais situações ocorressem, ainda mais em se tratando de crianças e jovens que tem no adulto seu espelho. Todo adulto é um educador que ensina, direta ou indiretamente, aos mais jovens pelo que chamo de a pedagogia do Espelho. Todos aprendem a falar, andar, viver, espelhando-se nos pais e/ou responsáveis.
Mais do que ter regras claras, há que ter igualmente critérios cristalinos para ambos, sem ter dois pesos e duas medidas, como muitas vezes observamos no cotidiano, seja em árbitros de futebol, juízes de direito, comentaristas de resultado, professores, pais etc.
O Educa Tube Brasil pensa que o erro faz parte da aprendizagemn; que errar é humano, já diz a longo tempo a sabedoria popular, mas que um erro não justifica outro, e outro, e outro, como no vídeo em questão.
O regramento esportivo, o ordenamento jurídico são necessários a qualquer convívio social, justamente para impedir a barbárie. Porem, mais do que regras, há que se estabelecer de antemão, quais são os critérios de avaliação, e assim feito, mantê-los iguais para os dois lados. Se for errar, que seja com ambos, e se acertar igualmente; não importa se num campo de futebol, numa sala de aula ou na sala de casa. E, constatado o erro, que ele seja desfeito o quanto antes e não o contrário: que um erro acabe indevidamente justificando outro e assim por diante, como no vídeo acima.
Mais que uma "pegadinha" ou "videocassetada", que são comuns em programas de humor, este flagrante de um jogo de futebol entre crianças serve a diversas observações, debates e reflexões entre pais e filhos, professores e alunos, pois há ali inúmeros elementos que possibilitam trabalhar conceitos e princípios como a ética, o espírito esportivo, o respeito às regras, o jogo limpo, o profissionalismo - ainda que em evento amador - etc.
Um ótimo material para todos os educadores - sejam pais e/ou professores - façam sua autocrítica, autoavaliação dentro das regras do jogo social em que todos têm o seu papel social na arbitragem de conflitos (e não na criação destes).
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