terça-feira, 23 de março de 2021

A ciência brasileira e a Síndrome de Cassandra: palestra de Natália Pasternak e as relações intertextuais entre a divulgação científica e a crônica de costumes




O vídeo acima, A ciência brasileira e Síndrome de Cassandra, descobri no YouTube e trata-se de uma ótima mini conferência da microbiologista Natália Pasternak ao TEDxUSP, de 2017, em que de forma didática, a especialista defende a importância da ciência frente ao avanço das crendices, superstições, Fake News, traçando um interessante percurso da anticiência, das pseudociências e das chamadas terapias alternativas e o silêncio dos próprios cientistas durante este período. Esse mea culpa de Natália é muito reflexivo, não apenas na ciência, como na política e na sociedade, pois, de certa forma, todas pessoas esclarecidas se omitiram quando viram certos discursos negacionistas, intolerantes, fascistas, revisionistas e diversionistas foram se instalando na sociedade, através de programetes policialescos glamoruizando as políciais violentos e milícias, programas jornalísticos e humorísticos flertaram com o sensacionalismo, banalizando e humanizando figuras sinistras e política e terrivelmente incorretas, não contestando o Tiozão da família nos grupos de redes sociais e tudo mais.
Natália também de forma didática demonstra como iniciou, no marketing e publicidade, usando a linguagem da ciência para vender shampoo e outras coisas, ao mesmo tempo que demonstrou a importância da pesquisa científica, frente ao descrédito de cientistas, professores e especialistas, frente a uma população dominada por notícias falsas, espelhadas em massa.
A "síndrome de Cassandra", aquele mito grego é bem propício ao momento atual e negacionista e o exemplo dado por Natália é emblemático. Em alguns momentos, sua fala me lembrou fragmentos do livro de CarlSagan, um dos grandes divulgadores da Ciência, "O mundo assombrado pelos demônios". Vejam abaixo, vídeo resenha sobre o referido livro:



Outro material intertextual que me veio à mente, enquanto ouvia a palestra da Dra. Natália Pasternak, foi esta interpretação de Antonio Abujamra, dramatizando a crônica "Eu sei, mas não devia", de Marina Colasanti:



Observação:
Esta postagem é de autoria de José Antonio Klaes Roig, professor, escritor e poeta, além de editor do blog Educa Tube Brasil. http://educa-tube.blogspot.com
José Antonio Klaes Roig ou Zé Roig, como gosta de ser chamado, possui o Prêmio de Professor Transformador [2020] e seu blog Educa Tube Brasil, o Prêmio de um dos melhores blogues educacionais do Brasil [2020], conforme selos estampados na coluna à direta desta postagem.

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