segunda-feira, 27 de julho de 2020

A Peste da Insônia: o sonho que vivemos [genial curta-metragem adaptado com trechos lidos de Cem Anos de Solidão de Gabriel García Márquez]




O vídeo acima, A Peste da Insônia, descobri no Twitter, via postagem do professor e jornalista José Antonio Orlando, de Belo Horizonte, Minas Gerais, Brasil, e editor do ótimo blog Semióticas.
Trata-se de um curta-metragem inspirado no clássico da literatura mundial, "Cem Anos de Solidão", de autoria de Gabriel García Márquez, Prêmio Nobel da Literatura em 1982. Segundo a Wikip[edia, é uma das obras mais lidas e traduzidas do mundo, e pertencente ao chamado realismo mágico latino-americano. Conforme dados do portal O Tempo, o livro foi publicado pela primeira vez em 1967, sendo adaptada para o cinema em 2000 e agora em 2020 readaptada no formato de curta-metragem, reunindo um elenco de grandes atores para lerem, durante a pandemia e o confinamento social, alguns fragmentos do clássico original sobre uma epidemia que assola a cidade imaginária de Macondo, a tal peste da insônia que com ela traz outra mais trágica: a do esquecimento.
De acordo com José Antonio Orlando, o referido curta foi produzido pela Fundação Gabo, criada pelo próprio escritor colombiano Gabriel García Márquez (1927-2014), (...) "filme, com direção do venezuelano Leonardo Aranguibel e participação de atrizes e atores latino-americanos, entre eles a brasileira Alice Braga e o argentino Ricardo Darín, tem cenas dos atores lendo em suas casas trechos de 'Cem Anos de Solidão' e imagens de cidades da América Latina desertas durante a quarentena. A América Latina, e principalmente o Brasil, é uma das regiões mais afetadas pela pandemia de covid-19 no mundo, com números recordes de mortos e de contaminados. Em “Cem anos de solidão”, livro de 1967 de García Márquez, os habitantes da aldeia fictícia de Macondo também entram em quarentena porque são atingidos por uma epidemia de insônia e de esquecimento".
O filme pode ser assistido gratuitamente no site da Fundação Gabo, clicando AQUI.
Uma belíssima e genial ideia, fazendo jus a memória literária de Gabo. Um pequeno vídeo de 15 minutos com imensa amplitude, pois trabalha com o particular de atores em confinamento, com o universal, de boa arte da sociedade mundial, também reclusa a suas casas e a importância de cultuar nossas memórias, como feito desde a antiguidade, contando histórias uns aos outros para não perdermos a humanidade e mantermos a sanidade diante do esquecimento que tudo apaga... Enfim, para continuarmos com nossa a identidade, ao mesmo tempo que exercemos a empatia e a alteridade, que parece esquecida por certos grupos intolerantes, negacionistas, terraplanistas e outras figuras sombrias que esqueceram que fazem parte de uma imensa aldeia global.
Um projeto riquíssimo, de unir vozes, imagens e relatos ficcionais que parecem tão reais, transpondo a ficção para a realidade. Eis a genialidade de Gabo, preserva em seus livros, e que nos servem como literatura de autoajuda, num outro sentido, dentro deste contexto de pandemia, isolamento, confinamento, quarentena e tudo mais...
Um material para pais e filhos, professores e alunos assistirem juntos, se não de forma presencial, à distância, cada qual em sua habitação, para depois de refletir, debater uns com os outros como um livro vivo, escrito a cada dia...
A "Máquina da Memória", descrita no romance de Gabo, é o fabuloso mecanismo que cada um tem dentro de si, quando compartilha suas experiências de vida, que pode ser através da contação de histórias, do compartilhamento de ideias via redes sociais, digitais ou não, cada foto, cada vídeo, cada postagem que publica num blog, no instagram, no twitter, whatsapp, tik tok etc. Mas, mais que isso, cada vez que conta a si mesmo suas histórias, suas memórias, lembranças e recordações, preservando sua identidade, sanidade e humanidade...

Nenhum comentário:

Postar um comentário