segunda-feira, 13 de julho de 2020
"Travelers": viajantes do tempo e as pandemias, entre a ficção e a realidade, a educação e a sociedade (Episódio 05 da 2ª Temporada)
A imagem acima, da série de TV canadense TRAVELERS, sobre viajantes do tempo, comecei a ver recentemente, em função de comentário de amigos no Facebook Elenara Stein Leitão (de Porto Alegre, RS) e Paulo Ricardo Correa (Rio Grande, RS). Elenara foi além, me sugerindo ver o episódio 05 da 2ª temporada, intitulado "JENNY" (cena abaixo), em que é tratado o surgimento veloz de uma pandemia muito semelhante a do COVID-19.
Jenny é referência à paciente zero, de onde prolifera o vírus gripal, uma também viajante do tempo.
Apenas um detalhe: o referido episódio foi produzido em 2017 e levado ao streaming em 2018, mas dadas as devidas proporções entre arte e realidade é bem curiosa a coincidência e recomendo pra quem quiser verificar na plataforma de streaming Netflix.
Todavia, é apenas isso, daquelas estranhas coincidências entre a vida e a arte... E um bom seriado sobre viajantes do tempo e as implicações éticas, históricas, morais e sociais dessa situação.
O roteiro conta a história de um grupo inicial de cinco "travelers" (viajantes) que vêm do futuro pós-apocalíptico para assumir os corpos de pessoas que já estão com a morte certa (uma espécie de invasores de corpo, outro clássico da sci-fi), mas seguindo rigorosos protocolos de cumprir uma missão específica, sem provocar outras transformações e vindo isso, confinados no século XX, assumirem o restante da vida do hospedeiro (alusão a outro filme de sci-fi).
Os cinco viajantes, que tem sua transferência do futuro para o nosso presente, requer a localização exata do alvo, possibilitada pelos smartphones e GPS do século XXI. Cinco "travelers" fazem parte de um grupo de elite multifuncional, pois há um líder que assume vida de um policial do FBI, uma médica, um engenheiro, uma estrategista e um historiador e especialista em tecnologias.
Algo interessante que, trabalha com os valores humanos (da inteligência coletiva desse grupo) em diálogo com a Inteligência Artificial, que é o "Diretor" (IA) que coordena essa expedição dos viajantes do tempo em missão especial.
Ficção científica à parte, é um bom seriado que recomendo àqueles que buscam entretenimento e também reflexão sobre os PROTOCOLOS, seja na questão da saúde, da ética e da moral.
A partir de postagem e comentário sobre o seriado e o episódio recomendado, destaco comentário da professora Flávia Landgraf lá no Facebook que trago fragmento aqui para o Educa Tube Brasil, para promover um diálogo intertextual, interdiscursivo e para favorecer a pluralidade de vozes em uma rede social e num blog educacional:
"A 'coincidência' com a realidade mostra o rigor na qualidade com que os criadores da série se utilizam para colocar esse episódio no ar.
Quanto maior for a semelhança entre ficção e realidade, significa que o autor se utilizou das melhores fontes sobre o assunto. Por que Star Trek, por exemplo, coleciona uma legião de fãs até hoje, mesmo após 50 anos que foi criada? Porque o Gene Roddenberry era um misto de nerd com visionário, e muito bem assessorado pelas pessoas mais informadas no assunto. A parte que eu menos gosto, por atuar na educação na área das ciências, é quando eu vejo um filme ou um série com riqueza nos detalhes científicos eu fico imaginando que nem todo mundo vai conseguir atingir e dimensionar o que está vendo, a não ser que passe por aquilo na vida real. Se as pessoas aproveitassem esse tempo pra estudar as melhores fontes sobre os vírus, certamente o Cassino* não estaria com a praia cheia todos os finais de semana. As pessoas evitariam de ficar amontoadas nas filas para entrar nos estabelecimentos comerciais. Se recusariam a sair na rua sem todo o equipamento de proteção, ao invés de apenas colocar um pedaço de pano na cara (e olhe lá).
Começariam a evitar abraços e proximidade, mesmo com as pessoas da casa ... e mesmo assim saber que não vão ter a garantia de não se contaminarem.
Hoje no planeta Terra só está livre do covid-19 quem precisa viver dentro de uma bolha que não admita nem 0,0001% de contaminação no ambiente.
(Desculpa pelo textão, mas é que está ficando cada dia mais difícil ver nesse pandemônio todo que estamos incluídos e ficar sem falar nada.)"[Prof Flávia Landgraf, Rio Grande, RS, Brasil].
Um comentário que deixei na íntegra, pois traz dados relevantes e demonstra a intertextualidade entre a realidade e a ficção, entre a vida e a imaginação, como este blog tem trazido de forma recorrente, e que mais recentemente até produziu postagem sobre as tecnologias de Star Trek na educação e na sociedade (link abaixo):
Professor quântico: do teletransporte da ficção para a realidade da educação em tempos de pandemia
Enfim, um ótimo material para professores de Química, Física, Biologia trabalharem de forma inter e multidisciplinar e também intertextual com seus alunos, usando, seja um episódio de seriado, um filme, uma reportagem, um audiovisual para discutir temas da contemporaneidade. A própria questão dos PROTOCOLOS que os viajantes do tempo seguem é algo que pode ser discutido nas aulas de Filosofia, Sociologia e História, seja do ponto de vista da saúde, da ética, da moral, da política e da sociedade, ampliando os discursos, a interdisciplinaridade e intertextualidade.
Afinal, maior viajante do tempo é o professor, que já foi aluno e hoje diante de suas turmas é um "Diretor", promovendo essas viagens com seu alunado, seja na sala de aula, em saídas de estudo, em atividades virtuais ou presenciais, incentivando que informações se transformem em conhecimento.
Marcadores:
biologia,
CinEducação,
cinema,
educação,
filosofia,
física,
interdisciplinaridade,
intertextualidade,
pandemia,
química,
saúde,
sociedade,
sociologia,
tecnologia,
televisão
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Parabéns, José.
ResponderExcluirEste trabalho que realizas pelo Educa Tube Brasil faz a gente visualizar luzes em túneis que teimam em se tornar escuros como o que estamos atravessando hoje. Abraço.
Obrigado! Cada um tenta fazer o seu melhor, influenciando e sendo influenciado pelas interações sociais, e este blog é fruto disso, das diversas sugestões compartilhadas comigo, das descobertas que são socializadas, propondo esse diálogo intertextual entre arte, cultura, educação e tecnologia, minhas áreas de atuação. Grato pela visita e comentário! Abraços. [acredito que seja a Flávia ;-) ]
Excluir