domingo, 24 de janeiro de 2021

Belíssima cena do filme O Perfume (2006) e as ideias políticas, filosóficas e sociais de Rousseau [Cinema, Literatura e Filosofia]




O vídeo acima, trata-se de belíssima cena do filme O PERFUME (2006), que descobri através do portal NetMundi que discute em uma postagem "as ideias políticas, sociais e filosóficas de Jean-Jacques Rousseau, um dos mais importantes "influencers" do Iluminismo e cuja as ideias e conceitos serviram de base à Revolução Francesa.
Como professor de Literatura e Filosofia, além de Produção Textual, fiquei encantado com a postagem e a própria cena, que já não me recordava deste fabuloso filme "O Perfume: A História de um Assassino", com direção de Tom Tykwer, adaptando o livro best-seller de Patrick Süskind, com a incrível interpretação de Ben Whishaw, encarnando o serial killer Jean‑Baptiste Grenouille, jovem pobre que nascem em Paris, em 1738, três anos antes da chegada do próprio Rosseau à Cidade Luz.
Como mostra a sinopse do filme: "Na França do século 18, Jean-Baptiste Grenouille é um aprendiz de perfumista com o dom incomum de diferenciar todos os odores à sua volta. Sua obsessão é extrair e preservar o aroma da feminilidade, o mais sublime dentre todos." E para isso, comete diversos crimes.
Tanto o livro, como o filme são ótimos e recomendo aos seguidores e visitantes do Educa Tube Brasil, justamente pelas possibilidades de discussão literária, cinematográfica, filosófica, histórica, sociológica, artística, cultural, social e muito mais.
Como educador, frequentemente utilizo cenas de filmes, clipes, fragmentos de livros, poesias etc para passar conteúdos, tanto literários e filosóficos, como estimular a escrita criativa e a interpretação de textos. Unir cinema e literatura, com filosofia, sociologia, arte e cultura, história e geografia, tecnologia e sociedade é o grande desafio do professor do século XXI, de tornar a intertextualidade, a inter e multidisciplinaridade na prática.
Conforme o artigo no Netmundi.org, "Cena do filme O Perfume e as ideias políticas de Rousseau", esse diálogo é possível, mesclando cinema e literatura para tratar das ideias política do célebre filósofo francês. Valores, conceitos e ideias que continuam terrivelmente atuais e que requerem uma reflexão entre o contexto pré-iluminista, o iluminismo e a atualidade, com suas ondas de ódio, intolerância, desiguladade social brutais, em pleno século XXI, em que ps avanços tecnológicos superam os roteiros da ficção científica, mas boa parte da população mundial parece viver dentro de imensa distopia, em plena pandemia do Covid-19. Nunca Rousseau foi tão atual e necessário.
Por isso, recomendo a leitura na íntegra do referido artigo (link ao final desta postagem), que menciono aqui alguns fragmentos para uma provocação filosófica, literária, cinematográfica, social e educacional.
Rousseau queria ser músico, mas tornou-se um dos maiores pensadores da Humanidade e muito disso se deve, como o texto indica, e concordo plenamente, da cisão que o filósofo teve da desiguladade reinante nas ruas de Paris, antes da Revolução Francesa e nisso o filme é bem fiel ao contexto histórico.

ROUSSEAU E OS CONTRATES DE PARIS

Como bem destaca o artigo do Netmundi: "Rousseau acreditava que o homem nasce naturalmente bom, mas a sociedade o corrompe. O surgimento do Estado na história da humanidade deveria representar um contrato social que os homens fazem em troca de segurança e defesa dos seus direitos, porém, acabou se tornando uma ferramenta de concentração de poder."
E este fragmento do artigo é terrivelmente atual: "Entretanto, Rousseau acreditava que, enquanto o homem não participasse da criação das leis, ele nunca seria livre de fato. Para ele, nas propostas de Hobbes e Locke as leis são feitas por uma elite que age sempre em favor próprio, perpetuando a injustiça". E assistimos incrédulos isso, bastando ver as tais reformas propostas pelas cigarras às formigas, como numa fábula, de que a reforma trabalhista e a previdenciária resolverão todos os problemas. Nítida ruptura com o contrato social do bem-estar, previsto na Carta Magna, ou Constituição Federal.
E o mais provocador, revelador e ao mesmo tempo assustador: "O avanço tecnológico apenas confirmou a tese de Rousseau de que quanto mais avançamos nos conhecimentos técnicos e científicos, mais imoral vai se tornando a humanidade."
Quando vemos a grande desigualdade causada pela pandemia, em que as chamadas Big Techs, ou grandes empresas de tecnologia ficaram mais ricas e poderosas que já eram, acumulando bilhões em lucros e com poderio maior que qualquer Nação, mais é necessário recuperar os ensinamentos de Rousseau.
Talvez, por isso mesmo que Literatura, Artes em geral, Filosofia em especial, sejam tão combatidas e criticadas por governos autoritários e/ou totalitários. Pois elas exalam o Perfume da sabedoria, da sensibilidade, do conhecimento, bem diferente do que o jovem Grenouille visava, logicamente.

2 comentários:

  1. Eu assisti O Perfume. Visitei a Ilha de Rousseau ao lado do Lago de Genebra e a cidade criada por Voltaire e Ferney-Voltaire. Voltaire detestava Rousseau por sua vida individual, mas tem franceses que dizem que Rousseau está perdoado por ter obrigada a mulher Tereza a colocar 7 filhos Roda para adoção. Ele fez isto mas abraçou a humanidade. As pessoas tem a tendência de unir a vida particular com a intelectual. Como fizeram com Baudelaire, com Proust

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    1. Muito interessante tua postagem Marlise. Sim, há que se separar o autor, a obra, sem tempo, sua vida. Grato pela visita e comentário em meu blog educacional. José Roig.

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