sexta-feira, 6 de novembro de 2015

Surfando na Pororoca: O encontro das águas do mar com as do rio (e a interdisciplinaridade)


Show na pororoca

Posted by LANCENET! on Segunda, 26 de outubro de 2015


O incrível vídeo acima, que batizei de Surfando na Pororoca, por motivos óbvios, encontrei no Facebook do amigo Fernando Luís, músico e poeta de Rio Grande, Rs, Brasil e editor do blog Zé Urbano.
Trata-se de filmagem aérea do fenômeno natural, denominado Pororoca, quando as águas do rio Amazonas se encontram com as do oceano Atlântico, na Amazônia brasileira, mais precisamente na cidade de Macapá, Amapá.
Um vídeo de apenas 39 segundos, talvez, feito com auxílio de um drone ou helicóptero, mas de uma beleza surpreendente ao documentar além do encontro das águas, a reunião de dezenas de surfistas, cada qual em uma linha de onda, aproveitando-se daquela situação fenomenal.
Segundo comentário no vídeo, no Facebook, esta situação não existe mais, por conta da criação de hidrelétricas e a criação de búfalos nas margens do rio; algo que poderia motivar professores a pesquisarem sobre a real situação da Pororoca, na região, e compartilhar, tanto aqui neste blog, como em projetos de aprendizagem socializados nas redes sociais. Fica lançado aqui o desafio a algum educador para esclarecer a atual situação.
Até por que, um comentário indica que essa Pororoca talvez não seja no Brasil, e sim no Encontro Mundial de Surfistas de Pororocas, em Saint Pardon, na França (vide link abaixo) e que só amplia os horizontes sobre esse fenômeno natural:

Encontro Mundial de Surfistas de Pororocas na França

Independente destes desdobramentos, o vídeo em si, é um material que serve a diversos níveis de formação: Seja como dinâmica entre professores, para discutir as relações intertextuais da educação e seus encontros de águas salgadas e doces, das ciências exatas com as humanas, em temas transversais (como meio ambiente, por exemplo), como as ondas; seja em projetos com alunos e comunidade escolar, também num encontro de águas entre o saber que o aluno traz de casa, de sua comunidade, interagindo com o saber acadêmico do professor; seja em projetos de conscientização para a preservação do meio ambiente, sustentabilidade, de interdisciplinaridade (geografia e física interagindo em comum, ao explicar o fenômeno da Pororoca) etc.
Valendo-me de uma metáfora líquida e certa: algumas atividades que o educador faz com seu alunado podem se tornar um "divisor de águas", tanto para um como para outro: o que era amargo pode tornar-se doce; o que era doce demais (imaturo) pode ser dosado com experiências de vida, ainda que amargas, mas que dão identidade a uma ação, projeto, trabalho, vida...
A vida é feita de momentos agridoces, formados por lembranças líquidas e certas de fatos relevantes que são esses divisores de água das lembranças doces e recordações amargas que constituem nossa identidade profissional, social e humana. E promover encontros entre o lúdico e o formal, entre o exato e o humano, o artístico e o cultural, o histórico e o social, são formas de promover uma interação efetiva em uma comunidade escolar, em que todos possam surfar juntos na onda do conhecimento compartilhado.
Mais que um vídeo motivacional, é um material de curta duração para uma ampla reflexão sobre o processo de ensino-aprendizagem antes, durante e depois da escolarização.

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