terça-feira, 29 de junho de 2021

Lili: curta-metragem de animação que conta história de menina que, no meio de uma tempestade, precisa escolher entre a ilusão e a realidade




O vídeo acima, Lili, é uma lindo, poético e filosófico curta-metragem de animação em stop motion, que descobri no YouTube e que foi realizado em Israel, em 2016, com direção de Hani Dombe e Tom Kouris.
A sinopse conta que: "Lili se recusa a abandonar sua infância e luta contra uma tempestade de areia que ameaça levá-la embora. No meio da tempestade ela redescobre a alegria da infância, mas forçada a escolher entre a ilusão e a realidade".
A história inicia com Lili e seu "ursinho" [um coelho de pelúcia] estão no telhado da casa, próxima à beira do mar, quando o vento - que é o ar em movimento - começa a ventar mais forte e dar "vida" aos brinquedos no quintal. Logo chega uma tempestade de areia e Lili, prende com fita adesiva seus brinquedos no telhado, aguardando aquelas nuvens imensas como uma espécie de Quixote, com uma panela na cabeça, uma tampa de panela como escude e um graveto como espada. Lá no alto, tenta enfrentar a tempestade de areia, sendo levada por essa, junto com seus brinquedos...
Essa primeira parte, remete ao Mágico de Oz e à menina Dorothy, pegando carona num furacão, indo para o reino de Oz...
No segundo momento, dentro da tempestade, Lili encontra um misterioso Parque de Diversões, com um carrossel onde se põe a girar. Reencontra seu "coelho de pelúcia" e fica rememorando aquele tempo de infância...
A tempestade é uma metáfora, justamente para esse rito de passagem entre a infância e o país dos sonhos e a adolescência e a chegada ao país da realidade... Pura poesia em imagens e símbolos, quando Lili sai da tempestade e retorna ao mundo real..., já adulta, reencontrando um desenho antigo na beira da mesma praia. Algo que remete à filosofia de Heráclito: "Ninguém se banha duas vezes no mesmo rio. Quando imergimos, águas novas substituem aquelas que nos banharam antes", e já não somos a mesma pessoa, quando retornamos ao mesmo local. Embora a água fluia, como o tempo, as memórias são nossa pequena máquina do tempo, em que retornamos àquilo que nos marcou.
A cena final é emblemática, da mulher fazendo um avião de papel com o desenhod a menina que já foi um dia, arremessando ao ar, na mesma praia, rumo ao mar, ao novo, ao desconhecido...
Um rico material para uma aula de filosofia, semiótica, de interpretação textual e de escrita criativa...

Observação:
Esta postagem é de autoria de José Antonio Klaes Roig, professor, escritor e poeta, além de editor do blog Educa Tube Brasil. http://educa-tube.blogspot.com
José Antonio Klaes Roig ou Zé Roig, como gosta de ser chamado, possui o Prêmio de Professor Transformador [2020] e seu blog Educa Tube Brasil, o Prêmio de um dos melhores blogues educacionais do Brasil [2020], conforme selos estampados na coluna à direta desta postagem.

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