domingo, 18 de fevereiro de 2024

Simplicidade das coisas versus grandes performances [reflexão sobre minimalismo existencial e narcisismo cultural]: sociedade do cansaço e da autoexposição




O vídeo acima, encontrei no Instagram de Maria Aline Moretto e vem ao encontro de insights que tenho tido há algum tempo, dessa questão entre o minimalismo existencial e o narcisismo cultural, entre a simplicidade das coisas [como define bem Maira] e as grandes performances, em que todos parecem interpretar papeis num imenso, intenso e ininterrupto reality show, e, mais que isso: do choque entre conhecimento geral que é de longa duração e a descartável cultura inútil trazida pelos algoritmos das redes sociais digitais, em que ninguém parece ter mais tempo pra ouvir canções, tudo tem que ser meio jingles, nem filme longas, tudo vira videoclipe, não paciência para vencer fazes, precisa de "passwords" e por aí vai. Que as falas no whatsapp precisam ser acelaradas. Em contrapartida ao aparente tempo escasso das pessoas, essas mesmas perdem horas diante de telinhas rolando páginas, pulando de vídeos de dancinhas e outros, sem nada reter. Tudo descartável, dinâmico, o que leva a perda de uma memória cultural.
Recomendo, para quem teve paciência de chegar até aqui em meu texto, a assistir o vídeo-reflexão completo de Maria Moretto, em que traz dados interessantíssimos para debates, roda de conversas etc, tudo a partir de uma linda apresentação da cantora Tracy Chapman em dueto com Luke Combs e que viralizou, justamente pela simplicidade, sem batidão, sem efeitos visuais, sem performances histriônicas, apelações e tudo mais. Arte pura, simplesmente. Minimalista no sentido de evitar exageros. Como diz Mariana, criar histórias sem malabarismos, como os doramas.
Moretto traz também outra provocação, de que seu audiovisual deveu-se a outro vídeo, produzido por Arthur Igreja (especialista em tecnologia) "em que ele mencionava que o novo luxo é estar offline, não depender das redes para trabalhar ou vender produtos e serviços".
Parafraseando Andy Warhol, artista plástico que atingiu estrelato, lá pelos anos 80: "Num futuro, todos terão seus 15 minutos de privacidade". A fala original era "15 minutos de fama", pois era o que se imaginava no passado. Paradoxalmente, hoje, ocorre justamente o oposto, de estarmos expostos a todo momento às redes sociais digitais, com poucos momentos de privacidade.
Para complementar essa postagem, recomendo que o vídeo a seguir sobre A SOCIEDADE DO CANSAÇO, conceito do filósofo sul-coreano Byung Chul-Han, caso tenham "tempo" para assistir aos seus "longos" 9 minutos [contém ironia]:



Bem, já que tudo partiu da apresentação icônica e motivadora de FAST CAR no Prêmio Grammy 2024, de Tracy Champman com Luke Combs, eis o clipe abaixo, com seus "longos" 5 minutos e 23 segundos [contém ironia 2]:



Observação:
Esta postagem é de autoria de José Antonio Klaes Roig, professor, escritor e poeta, além de editor do blog Educa Tube Brasil. http://educa-tube.blogspot.com José Antonio Klaes Roig ou Zé Roig, como gosta de ser chamado, possui o Prêmio de Professor Transformador [2020] e seu blog Educa Tube Brasil, o Prêmio de um dos melhores blogues educacionais do Brasil [2020], conforme selos estampados na coluna à direta desta postagem.

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