sábado, 7 de novembro de 2015

A Escola da Vida: Família e Escolarização (E a escola para os pais)


Sobre o polêmico vídeo da criança. Assistam a essa entrevista...

Posted by Fernanda Favarato on Sexta, 30 de outubro de 2015


O vídeo acima, fragmento de entrevista com o filósofo e educador Mário Sérgio Cortela, descobri na linha do tempo do Facebook do professor Josias Pereira, da Faculdade de Cinema da UFPel, Pelotas, RS, Brasil e trata-se de um ótimo material para um debate sobre os papeis sociais na educação das crianças e jovens.
Josias pôs a legenda ao vídeo de que "Sempre achei que deveria ter escola para pais...", e de fato, ultimamente, diante da cada vez maior falta de valores e limites dentro do ambiente escolar, por conta de alguns, faz-se necessário repensar o papel social de cada um na escola e na sociedade, diante da cada vez maior gravidade dos incidentes no espaço escolar.
Cortela ironia a questão da necessidade de um "personal father e personal mother", a exemplo dos personal style, personal trainer, em vista de que a família tem delegado à escola atribuições iniciais que são suas, ou seja a educação, quando á escola cabe mais a instrução, a escolarização, a socialização.
Para Cortela, cabe o papel de educador à família, em primeiro lugar, e ao poder público de forma secundária. E se a família não cumpre o que deve cumprir, a escola não dará conta.
E o Educa Tube Brasil reforça a fala de seu editor faz tempo: "Antigamente os pais depositavam o FUTURO de seus filhos na escola; hoje, boa parte deles, deposita APENAS o seu filho na escola. O futuro? Bom, este um dia virá, e a cada ano está vindo na contramão (inversão) dos valores e limites mínimos de respeito, valorização, reconhecimento à instituição escola e ao princípio da educação". Para Cortela, um dos problemas é o fato de pais cada vez mais submissos aos desejos de seus filhos, que não sabem ouvir um "Não!". Para ele, firmeza é saber dizer não, mostrar autoridade, com delicadeza e firmeza.
O Educa Tube Brasil tem percebido que a atual geração, salvo exceções, tem cultuado a liberdade mas sem se preocupar com a independência nem financeira nem emocional. Já vi e soube de casos de filhos morando com os pais até os 30 anos ou mais, sendo sustentados pelos pais e convivendo com instabilidade emocional. Filhos que tem emprego e salário, mas que ainda contam com apoio financeiro dos pais. Enfim, uma dependência querendo liberdade. Ou seja, o bônus mas não o ônus; os direitos, mas não os deveres.
Diante deste panorama, multiplicam-se casos de violência de aluno contra professor; pois para Cortela, "o primeiro adulto que decide exercer sobre ela [a criança] a autoridade é o professor", por isso as agressões aos professores, por conta de pais omissos em seu papel também social de primeiro educador e formador dos valores e limites de uma criança.
De certa forma, concordo com o professor Josias, quando diz que deveria haver uma escola para os pais. Mas uma coisa é certa, esta escola já existe, não institucionalizada, que é a ESCOLA DA VIDA, que se pais não impuserem valores e limites, o fará muitas vezes da forma mais severa. A Escola da Vida acaba de forma rígida impondo a crianças e jovens sem valores e limites, o seu poder e limitações.
O Educa Tube Brasil, diante de suas expedições ao Planeta Educação sempre afirmou e torna a afirmar que: "Entende os filhos quando conhece os pais", pois uns são reflexos de um espelho social. Ainda que toda regra tenha sua exceção, pais que acompanham a formação de seus filhos são menos suscetíveis a transtornos futuros. Pais que delegam à escola e ao mundo a criação de seus filhos, normalmente quando a escola assume seu papel, são os que vão lá de capa e espada defender o indefensável, justificar o injustificável.
Redefinir jurídica, ética, política e socialmente os papéis de cada um na educação de crianças e jovens é algo URGE e RUGE em nossa sociedade, pois sempre é mais saudável prevenir do que remediar.

3 comentários:

  1. Infelizmente nossos quintais educacionais cada vez mais estão vazios de sua primeira essência: o aprender.
    Aprender é a base de tudo, e não o ensinar.
    No quintal de nossa casa quando ainda eramos criança estávamos dispostos sempre a aprender. Aprender a jogar bola, a pular corda, a correr no saco pulando com um pé só.
    Na medida do tempo que aprendíamos também ensinavamos meio sem querer.
    Hoje não, hoje temos apostilas que ensinam tudo, pedagogos que sabem tudo, professores que levantam sua voz para ensinar mas que não abaixam seu olhar na altura de nossas crianças no desejo de que com elas podemos aprender a construir uma sociedade mais justa e conectada com nossa realidade local.
    Aprender é plataforma de troca. Ensinar é gaiola de individualidade.
    As famílias tambem passam por isso. Adultos premaduros que mau aprenderam ser crianças, que não souberam o bem que é ralar o joelho jogando futebol na rua, ou quebrar o braço caindo do pé de goiaba. E agora, sem base, precisam ensinar. Mas ensinar o que? Ensinar o que as apostilas da civilidade quer.
    Não amigos, a solução está no aprender. Pois quem aprende sente junto, quem ensina se põem de pé sozinho.
    Aprender requer parar e olhar o outro até enxergar o que ele esta tentando nos passar. Ensinar não.
    Nossas familias precisam voltar ao quintal para aprenderem seus papeis, mas sem apostilas que ensinam e sim movimentos que libertam.

    Parabens ao Blog que se dispoem a aprender juntos.

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  2. Infelizmente nossos quintais educacionais cada vez mais estão vazios de sua primeira essência: o aprender.
    Aprender é a base de tudo, e não o ensinar.
    No quintal de nossa casa quando ainda eramos criança estávamos dispostos sempre a aprender. Aprender a jogar bola, a pular corda, a correr no saco pulando com um pé só.
    Na medida do tempo que aprendíamos também ensinavamos meio sem querer.
    Hoje não, hoje temos apostilas que ensinam tudo, pedagogos que sabem tudo, professores que levantam sua voz para ensinar mas que não abaixam seu olhar na altura de nossas crianças no desejo de que com elas podemos aprender a construir uma sociedade mais justa e conectada com nossa realidade local.
    Aprender é plataforma de troca. Ensinar é gaiola de individualidade.
    As famílias tambem passam por isso. Adultos premaduros que mau aprenderam ser crianças, que não souberam o bem que é ralar o joelho jogando futebol na rua, ou quebrar o braço caindo do pé de goiaba. E agora, sem base, precisam ensinar. Mas ensinar o que? Ensinar o que as apostilas da civilidade quer.
    Não amigos, a solução está no aprender. Pois quem aprende sente junto, quem ensina se põem de pé sozinho.
    Aprender requer parar e olhar o outro até enxergar o que ele esta tentando nos passar. Ensinar não.
    Nossas familias precisam voltar ao quintal para aprenderem seus papeis, mas sem apostilas que ensinam e sim movimentos que libertam.

    Parabens ao Blog que se dispoem a aprender juntos.

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    1. Grato pela visita e comentário. Realmente, precisamos reaprender a educar, e ste blog surgiu dessa ideia de compartilhar descobertas de educadores para educadores. Um abraço,

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