sábado, 13 de setembro de 2025

"Eles vivem" e são "Pessoas comuns": filme de sci-fi e episódio avassalador de Black Mirror sobre a Sociedade do Consumo e do Cansaço




ELES VIVEM! [trailer de They Live] é um filme de ficção científica de John Carpenter, de 1989, considerado por alguns trash, pois traz como protagonista o aitor candadense Roddy Piper, um ex-lutador de luta livre [telecatch], em que as disputas eram coreografadas e levavam ao delírio os espectadores; evento muito popular nos anos 1970 a 1990 na TV. Mas a saca de Carpenter é mesclar sci-fi com crítica política e social, pois John Nada [Roddy Piper], um operário em Los Angeles, descobre numa caixa estranhos óculos escuros que, ao serem usados, permitem ler a linguagem subliminar da propaganda e ideologia consumista [numa hilária crítica ao capitalismo], descobrindo que os alienígenas já estão entre nós, eles vivem entre nós, controlando a sociedade, e só podendo ser visualizados por meio daqueles pculos pretos. E aí começa a resistência a essa invasão, sendo ele perseguido pelos aliens infiltrados em todas as instituições da sociedade. Sacada genial. Um filme que o editor deste blog educacional recomenda a fãs do gênero e a qualquer um que goste de um bom cine pipoca com crítica social.
Recentemente, em 2025, vi o episódio PESSOAS COMUNS [vídeo abaixo], episódio 01 da 7ª temporado do seriado britânico BLACK MIRROR, presente na Netflix, que faz uma crítica ao uso nebuloso das tecnologias, e que muitas vezes, episódios de temporadas anteriores se tornaram previsões sombrias que se realizaram. Em Pessoas comuns, vemos um casal de trabalhadores [ele operário, ela professora] que vivem uma vida pacata, até que ela precisa se submenter a um tratamento médico e precedimento experimental caro para sobreviver. O marido, para conseguir recursos financeiros para o procedimento precisa participar de lutas e outras situações constrangedoras que são compartilhadas pelas redes sociais digitais. Com a esposa recuperada, começa o martírio, pois o plano de saúde deles não comporta tamanhas despesas e precisa migrar do simples para o plus, desde para o "premium" e por aí vai. Antes disso, o plano mais comum, como num pacote de streaming, contém publicidade. Só que há um inconveniente:a professora no meio de uma aula começa a fazer comerciais aleatórios. Para migrar para um plano sem essas inserções, mais custos e mais o marido se expõe a todo tipo de atividade abjeta, numa clara crítica ao sistema econômico que todas as "pessoas comuns" estão submetidas, remetendo à sociedade de consumo, do espetáculo e do cansaço, a necropolítica etc, tão bem analisadas por diversos pensadores, sociólogos e filósofos como Guy Debord, Zygmuth Bauman, Byung Chul-Han, Achille Mbembe entre outros.



Recomendo também essa ótima análise de PH Santos sobre o mesmo episódio, e que é importante para refletir sobre o modelo civilizatório em que estamos presos, por sermos pessoas comuns:



Ambos os vídeos abordam esse modelo econômico e engenharia social que publiciza, monetiza tudo e todos, e sobre os quais, como cidadãaos comuns, estãos sujeitos, numa ruptura do estado do bem-estar social para o estado mínimo, em que os meios justificam os fins. os meios midiáticos e os fins lucrativos. Mais que uma visão apocalítica e distópica da realidade, ambas as abordagens, uma em 1989 e outra em 2025, refletem um processo de desumanização social que precisa ser revisto, pois os prejuízos são socializados e os lucros privatizados, como disse alguém, tempos atrás.
se Mais que isso, a vida de pessoas comuns, sem condiç~eos de planos de sáude ou de streaming, entre outros, se tornou um imenso espaço de publicidade, com alguma programação no intervalo, pois jogos, filmes, vídeos em plataformas são interrompidos de quando em quando por comerciais, a não ser que paguem por um plano que não tenha tamanha intervenção, invasividade. Uma questão para se refletir e debater: ética e estética.
Observação: Esta postagem é de autoria de José Antonio Klaes Roig, professor, escritor e poeta, além de editor do blog Educa Tube Brasil. http://educa-tube.blogspot.com José Antonio Klaes Roig ou Zé Roig, como gosta de ser chamado, possui o Prêmio de Professor Transformador [2020] e seu blog Educa Tube Brasil, o Prêmio de um dos melhores blogues educacionais do Brasil [2020], conforme selos estampados na coluna à direita desta postagem.

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