domingo, 20 de dezembro de 2020

O Ponto Futuro: futebol, educação e sociedade (jogada antológica da seleção tricampeã e uma breve reflexão)




O vídeo acima, Gol de Carlos Alberto em 1970 com narração do rádio - Brasil 4 - 1 Itália, como o próprio titulo indica, trata-se de uma jogada antológica da Final da Copa do Mundo de Futebol de 1970, entre Brasil e Itália.
Um lance genial que sempre me causou impacto pela beleza plástica, estética, poética da cena, bem como pela questão filosófica, desde que ouvi um comentarista de futebol [se não me falha a memória, Armando Nogueira], em uma de suas belas crônicas, referir-se aquela movimentação toda e o passe final que Pelé dá ao capitão Carlos Alberto Torres, como o "Ponto Futuro".
O "Ponto Futuro" é aquele passe feito no espaço vazio, sem marcação, esperando a aproximação de quem vem de trás, para chutar forte a gol.
Recentemente, em cerimônia de passagem das turmas de segundo ano do ensino médio para o Terceirão, como regente de uma das turmas, mostrei essa cena para que todos refletissem sobre a importância naquele momento de transição, de pensarem justamente nesse ponto futuro, já que Jairzinho na ponta, como uma metáfora do 1º ano, passa a bola para Pelé no centro (o hipotético 2º ano) que vislumbra a aproximação do Terceirão (personificado) pelo "Capita" do Tricampeonato Mundial, para fazer o gol. O gol que encerrou aquela magistral goleada. Por sinal, segundo consta, foi em 1970 que os jogos da Copa do Mundo passaram a ser televisonados a cores.
Educação e futebol possuem algumas coisas em comum, além da questão da educação física, da prática esportiva escolar. Há que se pensar na organização, no planejamento, no treinamento, na ocupação de espaços e tempos, na visão do todo, no trabalho em equipe, na superação de limites e muito mais.
O Futuro é algo que ainda está lá adiante, mas é um ponto que é preciso ter a consciência da existência no movimento diário de ir de casa para a escola e vice-versa. O "Ponto Futuro" é um posicionamento ético, poético, estético, filosófico e educacional.
O professor do século XXI precisa ter essa consciência do ponto futuro em seu fazer pedagógico, valendo-se de sua babagem cultural do passado em diálogo com a geração do presente. O professor, que já esteve naquela situação, quando foi aluno, é um dos mais qualificados para promover essa transição, propondo sempre uma reflexão para a importância da escola, da educação e do próprio viver em sociedade.

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