segunda-feira, 22 de dezembro de 2025

[Algo]ritmo, rima, versos e linguagem poética da poesIA versus vulnerabilidade dos mecanismos de segurança de IA




A interessante matéria no perfil do Instagram da DW Brasil, de que a Poesia [ou linguagem poética] consegue desativar mecanismos de segurança de Inteligência Artificial vai ao encontro de ideias que trato nas aulas de literatuta, língua portuguesa e produção textual sobre os níveis sintático e morfológico [que as Ias dominam bem a organização e função das palavras em um texto e da estrutura e formação das palavras, respectivamente], mas que o nível semântico, dos múltiplos sentidos que a linguagem figurada e de estilo possam ter, as IAs ainda são falhas. Leem e compreendem bem enunciados, mas nem todas as enunciações. E a notícia em questão resume bem isso, pois conforme indica "O resultado [da referida pesquisa] surpreendeu os pesquisadores do Icaro Lab, na Itália. O estudo investigava se diferentes estilos de linguagem – neste caso, prompts em forma de poemas – influenciam a capacidade dos modelos de inteligência artificial (IA) de identificar conteúdos proibidos ou perigosos".
Os prompts ou linhas de comandos, se poéticos e filosóficos [e subjetivos], confudem esses sistemas de segurança de IA que são objetivos e diretos. Como provoca a matéria: "- Poetas [serão] os hackers do futuro?". Creio que já são no presente, pois a criatividade humana sempre será o antídoto à formação de complexos globais skynet... flix ou não. Para enfrentar paradigmas autocratas, sistemas tecnocratas, algoritmos rígidos, nada como a criatividade, o improviso, a ironia, o sarcasmo, a metáfora e a simbologia.
Iludes-se aquele que aprendeu um idioma, seja qual for, de que será capaz de entender a todos os falantes. E as gírias, e as piadas internas, e as alusões, menções, inferências que dependem de uma ampla rede de conectivos e conexões, além do texto propriamente? As IAs são como "O quarto chinês" de Alan Turing, ou a Caverna de Platão: um local fechado que depende de dados ou que confunde sombras com a realidade. Cortem a conexão com o mundo lá fora, ou criem linguagens novas, condificadas por outros elementos que as máquinas não consigam decodificar, como a grande poesia, e as coisas mudam completamente.
Músicas como "Cálice" de Chico Buarque na voz de Milton Nascimento é um convide a uma interpretação ampla contexto político e social daquela época, do "Cale-se", da censura e da ditadura. Nem sempre máquinas compreenderão essas sutilezas e artifícios linguísticos.
Por essas e outras que recomendo a poesia como uma linguagem alternativa aos algoritmos, e a utlizo com frequência nas redes sociais para fugir de haters, bots e assemelhados. Vejam a beleza da poesia nas coisas e gentes, como no vídeo abaixo "Porque lemos e escrevemos poesia?", cena do belíssimo e profundo filme Sociedade dos Poetas Mortos.



Observação:
Esta postagem é de autoria de José Antonio Klaes Roig, professor, escritor e poeta, além de editor do blog Educa Tube Brasil. http://educa-tube.blogspot.com José Antonio Klaes Roig ou Zé Roig, como gosta de ser chamado, possui o Prêmio de Professor Transformador [2020] e seu blog Educa Tube Brasil, o Prêmio de um dos melhores blogues educacionais do Brasil [2020], conforme selos estampados na coluna à direta desta postagem.

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