quinta-feira, 7 de dezembro de 2017
Sem palavras: comovente publicidade natalina que trata da inclusão de deficientes auditivos
O vídeo acima, que batizei de SEM PALAVRAS, conforme encontrei por acaso no YouTube, trata-se de campanha publicitária natalina (2017) de rede de lojas de vestuário que comove por trazer um assunto atualíssimo, inclusiva que foi tema da redação do Enem - Exame Nacional do Ensino Médio de 2017: a inclusão.
O comercial que parece um curta-metragem conta a história de duas meninas com dificuldade de comunicação, até que uma dela descobre o real motivo: nãos e tratava de antipatia ou falta de empatia, mas de limitação por deficiência auditiva (surdez).
Eu, José Antonio Klaes Roig (editor do blog Educa Tube Brasil), já coordenei entre 2005 e 2007 projeto de informática na educação especial, em parceria com o Núcleo de Tecnologia Educacional que atuava e os professores da educação especial da EEEF Barão de Cerro Largo, de Rio Grande (RS) Brasil. Na oportunidade, eu como formador no uso dos multimeios na educação, tinha como atribuição principal capacitar professores da rede pública estadual no uso das TIC e Mídias na Educação. O projeto com alunos da educação especial surgiu das tratativas do professor Nerocy Miranda Filho (coordenador do NTE à época) com a professora Jane Alano (da Escola Barão). Com a ida do prof. Nerocy para a iniciativa privada, assumi a coordenação do NTE e do projeto, readaptando-o às novas turmas, pois além de alunos deficiência mental foram incorporados alunos com deficiência auditiva, visual e portadores de altas habilidades. E o mais interessante neste projeto é que todos os envolvidos, de professores a alunos, TODOS aprendera uns com os outros. Minha formação na tecnologia precisava do conhecimento da educação especial que os professores tinham, e ambos contamos também com auxílio de monitores: alunos com deficiência auditiva e visual que nos auxiliaram no uso de softwares e programas que os mesmos utilizavam em seu cotidiano. O o mais interessante de tudo: alunos ouvintes aprenderam com relativa facilidade a Libras - Língua Brasileira de Sinais para se comunicar com os colegas surdos, mesmo que estes mesmos alunos (ouvintes) tivessem dificuldades em algumas disciplinas como matemática, por exemplo. O que fez os professores envolvidos no projeto refletir sobre a própria questão da aprendizagem que muitas vezes funciona em função do interesse despertado por alguma atividade significante.
A inclusão tem que ser pensada, não apenas como integração e interação do portador de alguma necessidade especial com a realidade dos demais, mas principalmente da interação e integração de ouvintes com os surdos de videntes com cegos etc. Conhecer o outro, sentir suas limitações é mais do que um exercício de alteridade, mas uma necessidade para que possamos TODOS pensar o próprio ato de aprender e ensinar.
Sem palavras, mas com ações é possível realizar mais coisas que com cem palavras... Quase sem palavras fico quando vejo iniciativas que promovem o respeito à cidadania, ao diferente, ao desigual propondo uma equidade de realizações...
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