O vídeo acima, E se os personagens de IA soubessem que estão numa simulação?, encontrei no Instagram de Eduardo Mulkson e se presta a uma provocação filosófica e tecnológica sobre a cada vez maior dificuldade em seprarar o real do ficcional, das imagens produzidas por IAs [tipo a nova ferrameta de criação de vídeos do Google: VEO 3] e as demais, pois cada vez mais as simulações impressionam pela resolução da imagem e a capacidade de confundir o espectador. Algo como se estivéssemos dentro de uma Playstation gigante e não soubéssemos mais se somos pessoas ou personagens de uma avançada simulação. No plano tecnológico, há desdobramentos quanto as potencialidades desses recursos nas mais variadas áreas, reduzindo custos, diminuindo riscos, antecipando questoes que podem ser testadas; no plano filosófico, além do excesso de exposição às telas e óculos VR, promovendo também uma certa alienação quanto ao mundo real. Como disse alguém: entrávamos na internet para fugir da realidade, hoje vamos pro mundo real pra fugir das redes sociais.
Toda tecnologia tem um impacto, ora positivo, ora negativo. Cabe aos usuários saberem dosar e bem utilizar a ferramenta em si. Fake News poderão se tornar mais perigosas com tamanha inovação, comprometendo, tanto processos eleitorais, como a vida em sociedade, devendo as instituições buscarem formas de regulação, fiscalização e criminalização dos abusos.
Mesclando tecnologia com filosofia, há quem discuta possibilidade de chegarmos a ter uma simulação tão avanaçada em que as personagens do jogo não saibam que não são reais. Numa espécie de Playstation 10. E agora fica a provocação: e se já atingimos isso e somos essa simulação de alguma civilização avançada e não nos damos conta disso? Como poderíamos ter certeza que somos reais e não personagens de um jogo poderoso rodando em alguma plataforma sofisticadíssima? Brincadeiras à parte, tal questão é algo que um dia poderá ser colocada em xeque, caso se atinja um nível de simulação que não faça desconfiar da própria realidade.
Antes disso, temos que lidar com plataformas de mídias e redes sociais que simulam mundos que só existem na linha editorial da empresa, numa espécie de bolha ou caverna de Platão 5.0, só divulgando seus partidários e criticando sistematicamente seus desafetos. Temos algoritmos que manipulam eleições mundo afora, que mantém pessoas presas às telas num narcisismo, individualismo e consumismo, simulando uma realidade de luxo e riqueza que não existe e por aí vai.
Cada vez mais confiar, desconfiando; verificar, pesquisar, exercer o senso crítico diante de tantos estímulos visuais e sonoros, como se estivéssemos dentro de um jogo. Instagram e Tik Tok monetizam os usuários, como numa Cassino digital, em que cada situação é ointuada para a posterior monetização. Casas de Apostas fideliam infuencers que divulgam essas plataformas,c riando uma realidade paralela na mente dos usuários, em busca da riqueza ilusório. Enfim, cada vez mais o "Eu, robô que me habita saúda o Eu, robô que te habita", confiando e desconfiando de tudo que recebe por meios das telas, espelhos de Alice, num mundo das maravilhas digital, bem diferente do plano real.
Aproveito para complementar e justiciar a alusão no tpitulo dessa postagem a poema de Edgar Allan Poe, link abaixo:
“Um Sonho Dentro de um Sonho”, tradução do poema de Edgar Allan Poe
Em tempo: O vídeo acima foi indicação de meu ex-aluno André a quem agradeço a lembrança e os papos que tivemos em sala de aula, nas aulas de Literatura e Filosofia. ;-)