quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Autobiografia de Erico Veríssimo: a consciência do fazer literário (dissertação)


Acima, a íntegra de minha dissertação de mestrado em Letras (FURG -2010), área História da Literatura, em que analisei a autobiografia de Erico Veríssimo, Solo de clarineta, com enfoque literário.
Através da dissertação, demonstro como o autor, que também é o narrador e a personagem da própria história de vida, utiliza-se dos mesmos recursos da ficção, dividindo a autobiografia em capítulos e subcapítulos, semelhantes a contos e crônicas, deixando um efeito de estranhamento para o final de cada pequeno texto, ora com tiradas bem humoradas, ora com confidências comoventes.
Seu relato é autêntico, mas a estrutura usada pra contar a história de sua existência é literária. E o autor cruz-altense tem consciência disso.
Esta foi a terceira vez que me debrucei sobre Solo de clarineta. Em 1982, ainda no ensino médio, como um leitor ingênuo, descobrindo o universo literário do autor de Clarissa, Música ao Longe, Caminhos Cruzados e outros clássicos; em 1986, na especialização em História do Rio Grande do Sul: sociedade, política e cultura (FURG), em que analisei a figura do gaúcho típico e seu arquétipo através da obra de Erico Veríssimo (sua autobiografia e a trilogia O Tempo e o Vento); e, por fim, em 2010, pelo mestrado em Letras(FURG).
Não descarto, no futuro, uma quarta expedição, tornando a reler com outros olhos o mesmo texto autobiográfico deste autor que fecundou em mim o gosto pela arte, cultura e literatura.
Veríssimo diz em Solo... que Monteiro Lobato era um desses autores fecundantes que inspiravam outros autores. Erico também foi pra mim um desses autores, que influenciou uma geração de escritores, não apenas do Rio Grande do Sul. Se tornei-me também escritor e poeta, devo, em parte, ao pai de Clarissa...

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