sexta-feira, 27 de março de 2020

"Aula on line na Quarentena!!!": Peça de humor para descontrair [e refletir] em tempos de isolamento social e 11 sugestões de um professor digital




O vídeo Aula on line na Quarentena!!!, é uma peça de humor do criativo e talentoso ator Diego Almeida, que por diversas vezes reproduz em seus esquetes, paródias da sala de aula e da vida de professor. E em tempos de COVID-19 e isolamento social, ele não poderia de deixar de lembrar das aulas on line que se tornaram quase febre nas redes sociais digitais.
A piada, o humor sempre é algo de real, com elementos de exagero. Ela deve ser vista como isso, um material para provocar riso, mas também para propor reflexões sobre as situações destacadas.
Como professor, além de blogueiro e formador de futuros professores, tenho discutido há anos a questão do uso das mídias e redes sociais digitais, das TIC - Tecnologias da Informação e da Comunicação e dos multimeios em geral como suporte, apoio e ferramentas de interação dentro e fora do espaço escolar formal.
Já estabeleci, nesses anos todos, diversos projetos em parceira com outros professores e alunos e estão documentados neste blog educacional e em meu canal de vídeos no You Tube: Educação 3D+.
Em diversas Lives com outros professores, tenho discutido sobre a importância de estabelecer essas trocas de saberes entre professores em si e com os alunos. Que é um momento de, diante do quadro de anormalidade, se pensar novas formas de ser professor e ser aluno. Reaprendermos a ser professores e alunos, usando as tecnologias. Muita calma nessa hora! Quem nunca usou, não conseguirá, do dia pra noite, literalmente, se tornar um professor digital. É humanamente impossível. Até mesmo quem, como eu e outros, já tem uma trajetória na EaD, sabe que é bem diferente do que estamos vivenciando, isolados em casa, tendo que lidar com o lado afetivo, pedagógico, ético, social e psicológico. Estamos trabalhando muito mais que em tempos de normalidade, pensando adaptações de conteúdo, estratégias de interação, trocas de experiências, autoavaliação e muito mais.
Mas uma coisa é certa: depois que a pandemia passar (e esperamos que não demore!), nem a escola nem a sociedade serão as mesmas. Heráclito que o diga, o célebre filósofo grego que dizia que diante de um rio nem nós nem as águas são as mesmas quando da segunda vez, pois tudo flui e tudo se transforma. A EDUCAÇÃO e a SOCIEDADE precisarão se transformar quando o isolamento cessar, tentando tirar lições de tudo isso:
1. Que as tecnologias precisam ser utilizadas de forma adequada na educação e não de forma apressada;
2. Que não basta ter máquinas, faz-se necessárias novas metodologias para novas tecnologias;
3. Que o famoso "homescholling" (escola em casa) é bonito na teoria, mas na prática não tem tanta eficácia, pois os pais e/ou responsáveis são educadores, sim, mas não professores, pois falta-lhes didática, conhecimento de causa, qualificação profissional para isso;
4. Que professor precisa ser reconhecido e acima de tudo valorizado (financeiramente, plano de carreira, cursos de formação, capacitação continuada), pois só dar máquinas não resolve a situação se não pensarmos a máquina como ferramenta de apoio e não bengala digital (como disse João Monlevale);
5. Que o aluno por si só não tem também como estudar por conta própria, sem o apoio capacitado do professor, pois jogar videogame, assistir filmes, baixar apps etc não pressupõe maturidade pra organizar tempo e espaço de estudos de forma autodidata;
6. Que por melhor seja a plataforma de ensino a distância, a AFETIVIDADE, o olhar e a presença física são insubstituíveis, usemos óculos VR, WhatsApp, Hangouts ou o que for (e essa sugestão serve para professores e pais e/ou responsáveis também [nosso mestre Jarbas Barato Novelino até destacou isso da AaD, afetividade a distância, tão necessária como a EaD;
7. Ter lideranças capacitadas e equilibradas em tempos de crise para gerenciá-las e não criar outras é fundamental, pois são essas que devem auxiliar os professores, sugerindo caminhos, possibilidades ou incentivando a colaboração com alunos e cooperação com outros professores de forma equilibrada e não meramente marqueteira pra publicar em redes sociais;
8. Que mandar material por meio digital requer tranquilidade, QUALIDADE mais do que quantidade!, pois o aluno precisa primeiro aprender a organizar seu tempo e espaço (virtual) para essas tarefas e atividades;
9. Que os alunos precisam entender que professor estar em isolamento também precisa de tempo para se organizar, ler materiais enviados e não pode estar respondendo em seguida emails e mensagens de zap zap, tipo: recebeu meu trabalho? tá tudo ok? falta algum ainda? (imagine o professor com diversas turmas e alunos saber quem fez o quê! Tudo requer tempo, planilhas, softwares etc;
10. Crie com SIMPLICIDADE, pois é ela que permite a CONTINUIDADE: pense indicar leituras do livro didático [poucas páginas inicialmente e aumentando gradualmente], que sejam leituras enriquecedoras e não apenas pra vencer conteúdos; use mapas mentais simplificados, resumindo o conteúdo por imagens, palavras-chave, frases curtas (lembrem-se que é uma geração audiovisual que pensa por imagens e sons); faça podcasts (arquivos de áudio direto do celular e compartilhe no grupo do Whats da turma (se tiver) e, POR FIM, e não por último,
11. Seja acima de tudo HUMANO, afetivo, divertido, quebre o gelo, descontraia, e, quando dominar recursos mais sofisticados como SALAS DE AULA VIRTUAIS, ai sim, entre 15 e 20 minutos, converse com seus alunos, explicando conteúdos, conceitos, ideias que já foram tratadas pelos outros materiais mas que requerem a interação, as trocas de saberes, o incentivo à participação dos alunos.
E como disse o professor MARCOS MEIER, num texto em seu blog, inspirado na experiência de outro professor: ELOGIE DO MODO CERTO. Não pela INTELIGÊNCIA (que leva ao medo e a perda desse status quando as atividades aumentam em grau de dificuldade), mas elogie pelo ESFORÇO, pela dedicação, interesse e criatividade do aluno. Traga-o para o lado certo da FORÇA! Da Educação!

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