quinta-feira, 28 de agosto de 2014

A diferença entre educação e aprendizagem, por Joi Ito (MTI Media Lab)




O vídeo acima, A diferença entre educação e aprendizagem, descobri via jornal virtual do colega e amigo José Carlos Antonio, professor de física em Santa Bárbara do Oeste, SP, Brasil, e editor do blog Educação na era da Web 2.0. Trata-se de fala de Joi Ito, diretor do MIT Media Lab, sobre a necessidade de inovação na educação e foi disponibilizada pelo Instituto Alana, que possui diversos vídeos sobre educação em seu canal de vídeos no You Tube (link abaixo), que recomendo aos educadores:

INSTITUTO ALANA - VÍDEOS SOBRE EDUCAÇÃO

Segundo Ito, existem quatro palavras para descrever partes essenciais da aprendizagem: Projetos, parceiros, paixão e brincadeiras. Projetos com alunos, orientados pelo professor auxiliam na interação do grupo, no ato natural que o jovem tem de aprender e compartilhar coisas; parceiros, pois crianças gostam de ensinar umas às outras, o que gera a aprendizagem coletiva; paixão, por que tem a ver com imaginação, fazer algo que gosta, com motivação, crianças apaixonadas pelo que fazem, continuarão a fazer o que gostam, e a querer aprender mais e mais (e isso serve de lição aos professores, de que a aprendizagem é contínua, independente do seu nível/grau de instrução) e, por fim, a brincadeira, que tem também a ver com a questão do imaginário, do construir o conhecimento através de jogos, esportes, todo tipo de brincar, de fabular, de contar histórias e tudo mais, que estimula o processo de aprendizagem e ensino.
Para Ito: "Educação é o que outras pessoas fazem com você. E aprendizagem é aquilo que você causa a si mesmo".
Realmente, pensando nisso: Educação é algo mais formal, enquanto a aprendizagem ocorre a todo momento, em toda parte, com todos, muitas vezes de forma autodidata, e nisto, as crianças e o jovens diante das Tecnologias da Informação e da Comunicação (TIC), Mídias e Redes Sociais sabem bem como lidar. Mas aí o papel fundamental e social do professor em tornar esta aprendizagem e informações dispersas em conhecimento amplo e mútuo.
Ito fala no termo desobediência as regras, neste sentido de ousar, de buscar a criatividade, fugindo um pouco das normas e regras neste sentido de memorização, de cópia, de ser robotizado num ambiente informatizado. De fato, ninguém ganha um Prêmio Nobel, seguindo a risca qualquer tipo de manual. O que faz a diferença é justamente pensar experiências diferenciadas de interação e aprendizagem em prol de uma boa educação, levando em conta novos contextos, métodos e didáticas...
Mas para se questionar a autoridade do professor, há que esta escola esteja disposta e preparada para abrir um debate saudável na sala de aula, pois o bom educador - apesar do Tio Google e tudo mais - tem a sua experiência de vida, sua visão de mundo para contextualizar informações, nem sempre fidedignas, capturadas nas redes sociais, nas enciclopédias digitais e tudo mais...
Há que se diferenciar autoridade de autoritarismo em sala de aula. A autoridade se conquista, o autoritarismo se impõe. Porém, apesar das cada vez mais sérias denúncias de violência no ambiente escolar, muitas vezes, aquele professor que possui domínio de conteúdo, obtém igualmente domínio de classe, resolvendo problemas com bom humor, criatividade, debate.
Quando estagiava, notei bem isto: a mesma turma que era indisciplina e irreverente com uma determinada professora, era radicalmente diferente em sua postura com outra, sendo participativa, respeitosa, interessada. Mas os métodos de interação de cada educador eram distintos e isto influenciava muito no desenvolvimento das atividades.
Interessante o conceito de Ito, da bússola acima dos mapas, como um projeto em aberto que vai se adequando às situações e não um projeto fechado que não permite adaptações. A bússola permite esta busca por um Norte, enquanto o mapa deixa as coisas muito determinadas, pouco funcionais. Algo que me fez pensar naquelas corridas de rally que precisam de um piloto e um navegador e se prestam muito hoje como analogia com as tecnologias aplicadas à educação, em que o aluno deve ser o piloto, enquanto o professor aquele navegador que orienta a viagem do conhecimento.
Ito demonstra isso, ao mencionar que Yahoo, Google, Facebook foram ações feitas de baixo pra cima, por jovens estudantes em comunidades privilegiadas, universidades etc. Que o trabalho colaborativo consegue unir pessoas mundo afora. A educação precisa levar em conta estas aprendizagens autodidatas ou colaborativas, feitas fora da escola, por seus alunos, trazendo-os para o ambiente escolar, propondo uma melhor interação entre professores e alunos. Ito aponta alguns caminhos que já ocorrem e outros que podem ser buscados na realidade local de cada sociedade.

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