segunda-feira, 13 de março de 2017
“Não precisamos de mais tempo. Precisamos de um tempo que seja nosso”, reflexão sobre a contação de histórias
O vídeo acima O nosso tempo é um bicho que só tem pescoço, descobri na rede social, através do portal Pensar Contemporâneo, que destaca fragmento de palestra de Mia Couto, escritor moçambicano, que sempre é um privilégio assistir, refletir e compartilhar neste blog educacional.
Mia nos provoca com algumas frases reflexivas que parecem versos de poesia (e são! certamente), como: “Não precisamos de mais tempo. Precisamos de um tempo que seja nosso”, e partir disso, começa a divagar sobre a importância da contação de histórias feitas por pessoas e não apenas por máquinas ou de forma robotizada, algo que remete à própria educação que precisa ser humanizada e não calcada apenas na memorização.
Diz Mia, de forma poética e filosófica: "Lembro as histórias que meus pais contaram: a casa em que vivi, a cozinha em que fui menino e a rua em que fui mundo".
Os educadores do século XXI, sejam pais ou professores, precisam ter a consciência de que a contação de histórias, sejam elas narrativas literárias ou histórias matemáticas, físicas químicas, biológicas, etc, precisam de um enunciado que desperte o interesse, a curiosidade, a magia da informação que se transforma em conhecimento.
O Educa Tube Brasil, desde sua criação em 2009, vem defendendo a importância que a arte e a cultura, a tecnologia e o meio ambiente sejam incorporados ao fazer pedagógico de forma inter e multidisciplinar, de forma transversal pois todas perpassam a grade curricular. Além disso, este blog educacional, mostra como diversos educadores, mundo a forma tem feito projetos incríveis, criativos e originais de forma simples, pois é a simplicidade que permite a continuidade. E mais que isso, da necessidade que novas tecnologias, se incorporadas à pratica escolar, requerem novas metodologias em sua utilização, pois esta geração já traz embutida em si os conceitos que o maquinário traz de fábrica: mobilidade, portabilidade, interatividade, intuitividade, convergência.
Então, se maquinário e usuário (a geração audiovisual) já se comunicam entre si de forma dinâmica, cabe à escola e à família aprenderem a se comunicar, sem que seja preciso tornarem-se especialistas em tecnologia, nada disso. Basta que os educadores (pais e professores) sejam bons contadores de histórias cada qual em sua área estabelecendo pontes com os filhos e alunos, e com os próprios colegas de escola e vizinhos, pois a rede social tem que se estabelecer além do meio digital. A primeira rede social é a família, depois vem a escola e mais adiante a comunidade.
As novas estratégias didáticas e metodológicas na educação precisam levar em conta que o mundo e as tecnologias mudaram bastando do século XX para o XXI, mas a escola ainda continua reproduzindo métodos do século XIX.
Parafraseando Mia Couto, em sua fala, digo que a Escola, os professore, os alunos e a comunidade precisam de mais tempo que seja seu, para debater, discutir refletir e propor caminhos a partir da realidade local de cada um. É um desafio que só poderá ser resolvido com a maior participação de todos. A educação não precisa de mais tempo, tipo maior carga horária e dias letivos, mas que este tempo seja melhor aproveitado, de forma que o professor possa trocar experiências com outros colegas de escola e doutras escolas, que haja tempo para a direção e professores se autoavaliarem também, e não tão-somente ao aluno. E a contação de histórias, de experiências bem sucedidas de professores aos professores, do que não foi possível realizar, de formas criativas para a resolução de problemas etc, podem ser um dos caminhos para que o tempo dinamize o espaço escolar.
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