quinta-feira, 8 de maio de 2014

Você se sente nu quando não está com o fone celular? Então veja este criativo comercial...




O vídeo acima O carro feito para os dias de hoje , trata-se, logicamente, de um comercial de automóvel, mas aborda a questão do uso do celular, ou melhor, da falta que as pessoas sentem dele, e da sensação de se sentir nu quando percebem que o esqueceram. Uma criativa e divertida propaganda que ao invés de apenas focar no próprio umbigo, utiliza-se do contexto social para expor seu produto.
Um ótimo material para uma reflexão social, que descobri indiretamente através do Twitter da colega e amiga Raphaella Marques, educadora do Rio de Janeiro, RJ, Brasil e editora do portal Raphaella Marques.
Um pequeno vídeo que serve para pensarmos o mundo atual em que o carro ainda é um dos sonhos de consumo das pessoas, mas que o celular é tão necessário para uns como o vestuário, e não estar com um é como sentir-se despido.
Conforme notícia da Revista Exame Online: "O veículo traz uma proposta diferenciada no segmento de carros de entrada. É o primeiro modelo da categoria a trazer o exclusivo MyLink, um sistema multimídia de conectividade com uma tela de 7” touchscreen com o qual o usuário emparelha seu smartphone e, além do GPS que traz em tempo real novidades que possam vir a surgir no trajeto percorrido, reproduz músicas, vídeos, fotos e faz ligações telefônicas, via bluetooth".
Como educadores, precisamos estar constantemente informados e conectados aos avanços tecnológicos e pensar em suas possibilidades educacionais.
Apesar de meu senso crítico, também sinto-me nu sem meu celular, pela questão da mobilidade, multifuncionalidade (ouvir música, tirar fotos, fazer vídeos, mandar mensagens e até ligar e receber chamadas, hoje algo secundário num telefone celular).
Transpondo este comercial para o ambiente escolar, cabe analisar que ao invés de centrarmos o foco mais no professor (o automóvel), precisamos reeducar nosso olhar para outros temas de igual importância (o aluno). E digo isto, pois, infelizmente, em algumas escolas o aluno não é o foco principal da instituição, mais preocupada com a opinião de professores e pais, do que ouvir a do aluno, conhecer seus gostos - dentre eles, o uso epiderme do celular, como uma vestimenta do cotidiano, na maioria das vezes proibido de utilização no ambiente escolar.
Tenho discutido no blog, em palestras, cursos e oficinas das múltiplas possibilidades do celular e breve farei um postagem especial sobre este tema. Com um telefone celular pode-se gravar áudios (fazer entrevistas com outros professores, com pais e alunos); pode-se fotografar e filmar uma atividade, projeto, saída de campo para depois editá-la em forma de pequeno documentário escolar; é possível fazer um curta-metragem (há inclusive festivais de vídeos escolares e outros como o Festival do Minuto, que como o nome indica, premia vídeos de até um minuto de duração, que atentem pela criatividade em curtíssima duração).
O mundo mudou, outras coisas passaram a ter novos valores... Há que se avaliar este novo contexto social para interagir num contexto educacional, caso se queira uma interação efetiva de uma turma. Como tudo na vida, há prós e contras, e o uso do fone celular na educação deve ser pensado dentro de uma proposta efetivamente educacional, de ensino e aprendizagem, e não de recreação. Pensar que com sua mobilidade e multifuncionalidades pode ser um grande aliado na construção do conhecimento coletivo, em que alunos ensinam aos educadores os recursos disponíveis e sua forma de utilização e os professore mostram aos alunos as possibilidades de utilização em projetos e atividades escolares, dentro e fora da sala de aula...
Há que despirmo-nos de alguns conceitos e pré-conceitos sobre coisas que desconhecemos, pesquisando outras possibilidades de uso das tecnologias, fugindo do lugar-comum, como bem mostra o comercial acima, que muda o foco de abordagem. Precisamos de educadores menos professorais e mais aprendizes, que utilizem sua bagagem sentimental em favor de ações diferenciadas, que motivem os alunos a pesquisar por contra própria, que tenham autonomia no próprio estudo, a partir de atividades fora do lugar-comum da sala de aula.
Um comercial de automóveis em que o protagonista é um fone celular mostra que é possível inovar, ser criativo e ainda atingir seus objetivos, instigando o pensamento de espectador. O aluno deve ser mais que mero espectador de uma aula expositiva entre quatro paredes...
Para se entender o mundo atual, só existe uma alternativa: conviver, fazer pequenas expedições ao mundo de quem se pretende interagir, conhecer seus hábitos, costumes, gostos, linguagens...
O mundo mudou e tanto professores e alunos precisam dar-se conta disso. Os professores foram educados num contexto em que respeito era sinônimo de autoridade (Magister Dixt - o mestre disse, e tinha sempre razão, mesmo que não...), e respeito era sinônimo de medo. Hoje o respeito é atingido pela empatia, criatividade, bom humor em sala de aula. Quem tem domínio de conteúdo e sabe mostrá-lo de forma diferenciada, chamando o aluno para participação, tem o domínio da classe.
Os valores e os limites de alunos e professores são diversos. Alguns alunos vêm pra escola sem ambos, o que causa transtornos no ambiente educacional, cabendo ao educador tentar propor a resolução de problemas, além da disciplina de Matemática, Física etc. Mas os valores podem ser discutidos através de conversa sobre o mundo de cada um: o professor contar aos alunos como era o seu tempo de aluno, numa pequena viagem no tempo, pesquisando na internet, por exemplo, cada aluno no próprio celular, haja vista que a conexão das escolas, em sua maioria, é lenta. Os limites de alguns professores ainda é a sua aldeia, e dos alunos é o espaço digital.
Enfim, se você se sente nu diante de seu alunado, sinal que sua prática é lugar-comum demais que não instiga mais sua turma, então mude o foco, eleja o aluno como sua meta de pesquisa, de descoberta de gostos, avalie o que faz parte da identidade da criança e do jovem, e siga em frente, sem precisar acelerar nada... A diferença entre uma escola convencional e uma Auto Escola que ensina pessoas a serem bons condutores de veículos automotores é que a primeira precisa saber atuar em colaboração, como a Auto Escola, em que o instrutor vai ao lado do aluno que conduz o volante.
O professor do século XXI precisa ser esse instrutor que deixa o aluno conduzir também o processo de ensino-aprendizagem, tendo o apoio de alguém qualificado, sua experiência de vida e velocidade de raciocínio diante das situações reais do trânsito e da vida...
Há que se pensar novas metodologias e didáticas para interagir com novas tecnologias aplicadas à educação.

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