quarta-feira, 14 de maio de 2014

Moto com rodinhas e a dependência mútua de pais e filhos




O vídeo acima Rodinhas, vi na TV e trata-se de um divertido comercial de 2014, mas que serve para uma reflexão social e educacional.
Em poucos segundo passou para mim, pelo menos, uma outra mensagem: de que pais devem sufocar menos os filhos, dando-lhes autonomia e favorecendo a aprendizagem pelo erro, pois assim como aprender a andar de bicicleta, a motocicleta requer equilíbrio, não apenas de quem aprende, como de quem ensina.
Nem sempre o familiar é o melhor professor, justamente por às vezes não saber se distanciar para que o aluno/filho tenha seu próprio espaço para ousar, seguir em frente sem amarras.
Tanto as rodinhas (de bikes como de motos) como os cordões umbilicais devem ser com o devido tempo retirado. Entretanto, às vezes são os pais que relutam em cortar seu cordão umbilical com os filhos, deixando-os inseguros, imaturos, sem iniciativa, dependentes dos pais próximos, ou de outros tipos de "rodinhas" para poder andar, seja de bike, moto, ou até a pé, no dia a dia...
Os filhos também (alguns deles), muitas vezes querem liberdade, mas não independência (econômica), vivendo às custas dos pais até sua terceira década de vida... Se os pais - como os primeiros educadores de uma criança - incentivarem aos filhos tirarem as rodinhas o quanto antes, tudo pode ser diferente...
As TIC mudaram essa lógica de dependência. Hoje são os filhos que ensinam os pais no que tange ao uso dos equipamentos elétricos e eletrônicos. São os pais que dependem das crianças para manipular simples fones celulares, DVDs, etc.
Entretanto, sempre bom lembrar um fragmento da autobiografia de Erico Verissimo, Solo de clarineta (1973), em que o autor ao falar sobre a morte e a expressão de respeito dos adultos, refere-se ao seu contraponto, justamente na postura dos jovens: "(...) pensei também nas crianças que, por nada saberem, tudo descobrem".
O importante não é um depender do outro, mas um ensinar e aprender com o outro... E incentivas estas descobertas das crianças, e neste ponto, tanto o comercial como a citação de Verissimo nos ensinam a ver o mundo com outros olhos, para podermos refletir sobre nossa postura enquanto educadores e formadores de opinião...

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