quarta-feira, 24 de fevereiro de 2016

"Novas gerações têm poucas referências de autoridade", por Mário Sérgio Cortela


"Novas gerações têm poucas referências de autoridade" - por Mário Sérgio Cortela

Publicado por Mundo Nativo Digital em Domingo, 21 de fevereiro de 2016


O vídeo acima "Novas gerações têm poucas referências de autoridade", descobri via Facebook da página Mãe Com Filhos: Site para adolescentes/crianças e trata-se de interessante fala de Mário Sérgio Cortela, filósofo, professor e consultor que dispensa maiores apresentações, por ser um dos palestrantes mais reconhecidos atualmente.
Cortela trata de gestão de pessoas, e diz que o verdadeiro gestor é aquele evita o choque intergeracional (entre jovens e adultos, pais e filhos, professores e alunos) e promove a junção entre essas gerações, algo que o Educa Tube Brasil tem defendido em diversas postagens.
Fato! O diálogo entre gerações, mostrando a experiência de vida de pais e professores a filhos e alunos e aproveitando essa juventude, vontade de trabalhar coletivamente, das trocas de ideias e descobertas promovem uma empatia no ambiente social, seja a casa, a escola ou a comunidade em geral.
Entretanto, há que se discutir e refletir sobre questões como valores e limites, na atualidade, não apenas na família, na escola, no trabalho, mas em toda a sociedade. E este vídeo serve a esse propósito, pois discute de forma direta tais questões.
Concordo com a afirmação de que as novas gerações têm poucas referências de autoridade, e não apenas isso, há também um tempo cunhado pelo jornalista Leó Gershmann, de que há "ausência de perspectiva histórica" (ele se referia ao esporte e eu remeto ao cotidiano em geral, da política ao esporte, da arte à cultura, da história à memória coletiva).
Não podemos culpar essa geração pela falta de referências, tanto de autoridade como de historicidade, em todas as áreas, pois muitas vezes não lhes é oferecido o contraponto, o contraditório, as múltiplas perspectivas sobre um tema, seja na família, na escola, nas mídias, na sociedade em geral.
Fui criança e adolescente em plena ditadura militar, em que imperava forte censura, e mesmo assim, tive uma formação de conhecimento geral autoditada através de álbuns de figurinhas, almanaques distribuídos em farmácias, revistas de história em quadrinhos (em que aprendi a ler imagens antes mesmo de estra alfabetizado), pelos desenhos animados da TV (como a Arca do Zé Colmeia) tive minhas primeiras noções de meio ambiente, ecologia e educação ambiental; complementadas por seriados como Cosmos, de Carl Sagan, Tarzan, Elsa, a história de uma leoa etc.
Hoje, temos muita informação circulando no ciberespaço, alguns procedentes, outras inadequadas ou improcedentes, muitos boatos indo e vindo que nem bumerangues digitais, e cada vez mais o papel do educador, seja pai ou professor, será fundamental na organização desta informação que gere conhecimento mútuo.
Cabe aos gestores públicos e à sociedade reconhecerem, recuperarem e valorizarem o papel educacional e social, bem como a autoridade do gestor escolar e do professor perante o aluno, de o professor reconhecer no aluno um aliado e não adversário, de a comunidade ver a educação e a escola como centros de formação, primeiro para a vida e para a própria sociedade para que seja possível mudar essa matriz em vigor, em que aos professores é cobrado mais do que ensinar a resolução de problemas do conteúdo programático escolar e sim, resolver problemas da própria sociedade.

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