O vídeo acima, que intitulei "Eu descobri que as telas cansam", encontrei no Instagram de Ana Carolina Barbi [Orientação Parental], e trata-se de preciosa e profunda reflexão de um menino [Tiago, 12 anos] sobre o uso exagerado das diversas telas no cotidiano: celulares, smartphones etc e cabe um belo debate no ambiente escolar, entre pais e filhos, professores e alunos, responsáveis e docentes, gestores escolares e gestores públicos, legisladores e representantes de megacorporações, chamadas Big Techs, ou redes sociais digitais.
Como professor, quero deixar claro que penso que o problema não são as tecnologias digitais, as telas em si, mas o seu uso abusivo, sem limites, sem controles, sem cuidados... Isso sim, é preocupante, já que, como usuários, independentemente da faixa etária, estamos todos vulneráveis a algoritmos e a uma engenharia social que as telinhas e telonas estão nos projetando. Uma espécie de Mágico de Oz 5.0, e quem leu o livro de L. Frank Baum, ou viu o filme de Victor Fleming e King Vidor, entenderá melhor essa referência.
Oz é um mágico e enganador, ao mesmo tempo, e as tecnologias digitais, sem filtro, sem regulação externa são como o reino de Oz, algo permeado por fake news, notícias falsas e tudo mais, promovendo a sociedade do espetáculo e a sociedade do cansaço, "tudo junto e misturado". Cabe aos responsáveis uma orientação, de como lidar com isso, além da escola, de como estabelecer valores e limites no uso das tecnologia digitais, do impacto do uso excessivo leva à saúde mental, equivalente ao consumo de drogas alucionógenas. É uma questão de saúde pública essa dependência das telas, e que a sociedade precisa refletir, debater e procurar caminhos para atenuar esse impacto, principalmente nas novas gerações, que já nasceram dentro de um mundo digital, hiperconectadas, vidradas, hipnotizadas, insones por causa da engenharia algorítmica dos jogos, clipes, curtas, filmes, redes sociais digitais.
Como destaca o comentário de Kilda Rodrigues de Oliveira, na postagem no Instagram, sobre o vídeo do menino: "Acabou de nascer um cientista!!! Levantou a hipótese … determinou o método … selecionou a amostra … coletou os dados … analisou os achados e apresentou os resultados." Ou seja, o método cartesiano na prática. OU seja, o "Penso, logo existo", substituído por muitos pelo "Teclo, 'zapeio', jogo, faço selfie, faço 'upload', tenho 'views', logo existo"
Para complementar essa postagem e reflexão breve, indico a cena do filme "Oz, mágico e poderoso" [2013], em sua cena final, que demonstra o poder da projeção sobre uma população, e que a recomendo como metáfora das Fake News na sociedade atual, tremendamente conectada a ilusões em 3D, full HD, 4K, 5G:
Observação:
Esta postagem é de autoria de José Antonio Klaes Roig, professor, escritor e poeta, além de editor do blog Educa Tube Brasil. http://educa-tube.blogspot.com José Antonio Klaes Roig ou Zé Roig, como gosta de ser chamado, possui o Prêmio de Professor Transformador [2020] e seu blog Educa Tube Brasil, o Prêmio de um dos melhores blogues educacionais do Brasil [2020], conforme selos estampados na coluna à direta desta postagem.
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