quarta-feira, 15 de maio de 2013

Vida de professor: paródia com a música Ouro de Tolo, de Raul Seixas



O vídeo cômico acima, Vida de professor da rede pública, descobri visitando o blog Educa Sempre, da professora Erica Bosi, e trata-se de animação de Maurício Ricardo, uma paródia da canção Ouro de Tolo, de Raul Seixas (clássico dos anos 1970), uma crítica bem humorada sobre a triste realidade da maioria dos professores da rede pública brasileira, que convivem com turmas com mais de 30 alunos, com baixos salários, com cobrança social, pressão psicológica, falta de apoio familiar etc etc etc.
Seria cômico, não fosse trágica tal situação, que apesar de todo o exagero que possa conter uma paródia, como também é o caso do que está contido em uma charge, não deixa de ser um reflexo da realidade escolar, que carece de maior valorização, a começar pela remuneração, infraestrutura, apoio psicológico, formação continuada e respaldo social para o educador.
A escola, além de ser responsável pela instrução escolar dos alunos, por conta da omissão de alguns pais, tem também assumido o papel de primeiro educador de uma criança, quando deveria ser a segunda instância educacional... Valores e limites deveriam vir de casa e ser complementados na escola. Entretanto quando a instituição assume tal papel, por omissão de quem deveria também educar, acaba sendo tolhida por aqueles que omissos, vem defender o indefensável, justificar o injustificável.
O Educa Tube não se cansa de dizer que a crise da escola é, antes de tudo, uma crise ética e social da família e da própria sociedade, que vão delegando à escola parte de suas atribuições... A escola não tem estrutura sequer para resolver seus problemas, quanto mais os das famílias e da sociedade.
Ser professor na atualidade não é tarefa fácil, de mesma forma que ser aluno, pois ambos, parecem ter sido esquecidos pela sociedade, como a própria educação, que é prioridade em discursos quadrienais. A escola (para boa parte dos pais) que já foi o local onde depositavam as esperanças do futuro de seus filhos, atualmente é o local onde depositam seus filhos e só. Basta ver que quando há movimentos para valorização do salário e da carreira do magistério (paralisações e greves), poucos são os pais que apoiam a luta, deixando os filhos em suas casas. A maioria reclama de não ter onde deixar um ou dois filhos seus, querendo que os professores aguentem diariamente, por 800 horas ano e 200 dias letivos, mais de 30, 40 filhos dos outros. Paradoxo? Contradição? Desinteresse? Desconhecimento? Talvez um reality show da educação (um BBE?), possa desvendar à sociedade os dilemas de ser educador no século XXI.
Evidentemente que existem boas instituições, bons professores, ótimos alunos, pais que são responsáveis e interessados, mas é bom lembrar que a escola é apenas o reflexo da sociedade, e como tal, está sujeita as influências do meio em que está inserida, meio histórico, político, social...
Educação, de fato, é a grande riqueza de uma Nação, desde que os educadores não sejam considerados ouro de tolo, como na criativa paródia acima. Valorizados em discursos e esquecidos na prática.
O recurso da paródia - associado a animações, como o vídeo acima -, pode promover, desde debates e reflexões no ambiente escolar, também a produção de material audiovisual entre professores e alunos, nos mais variados temas e conteúdos, bastando unir criatividade, bom humor, crítica social e conteúdo educacional.
Abaixo, vídeo com a canção Ouro de Tolo, de Raul Seixas, clássico dos anos 1970, para ampliar a reflexão no tempo e no espaço escolar, e para a atual geração, que é bombardeada com Lek Lek Lek e outras pérolas, poder conhecer canções que seus professores ouviam quando tinham a sua idade... Evidentemente que só se pode gostar daquilo que é oferecido, e não se pode gostar de algo que se desconhece...



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