terça-feira, 9 de julho de 2013

Todos com todos: documentário sobre inclusão escolar



O vídeo acima, Todos Com Todos, foi indicação via Facebook do amigo Fábio Adiron, de São Paulo, SP, Brasil, editor do blog Inclusão: ampla, geral e irrestrita, e trata-se de ótimo documentário, realizado pela Secretaria dos Direitos das Pessoas com Deficiência do Estado de São Paulo, sobre inclusão escolar.
A inclusão, mais que uma interação social, é um processo de aprendizagem entre professores e alunos, pois a criança com deficiência, incluída no ensino regular mostra que todos nós possuímos limitações, sejam físicas, neurológicas e de aprendizagem, mas que podemos superar tais limites, através de experiências colaborativas, participativa e afirmativas de interação e inclusão escolar.
Fabio Adiron conta que quando levou Samuel, seu filho, à escola propondo inclusão à escola não sabia como agir, e que o processo de aprendizagem foi mútuo: escola/família. E de fato, a inclusão requer não apenas a participação do aluno no ambiente escolar, mas a participação efetiva da família neste processo, acompanhando, auxiliando, participando.
Já coordenei projeto de informática na educação especial em que eu tinha dúvidas em como agir diante de necessidades especiais que eu não possuía: cegueira e baixa visão, deficiência mental e física, surdez e alta habilidades. Na época (2005 a 2007), precisei demais das professoras da educação especial, especialistas no tema, que necessitavam de meu apoio, especialista em TIC e Mídias na Educação.
Fato que lembra-me duas citações de Pitágoras: "Ajuda teus semelhantes a levantar a carga, mas não a carregues", algo que lembra ditado popular de "ensinar a pescar e não dar o peixe" e "Com ordem e com tempo encontra-se o segredo de fazer tudo e tudo fazer bem", o que é real, pois necessitei de que alunos surdos me ensinassem Libras e fossem meus intérpretes, junto com os professores da área, além de aluna cega que me ensinou a usar o Dos Vox (software para deficiência visual), e atuou como minha monitora no projeto, e que atualmente cursa Pedagogia. O aprendiz também torna-se mestre; e o mestre, aprendiz. Ainda mais que a pessoa com deficiência, melhor que qualquer professor, sabe de seus limites e possibilidades, e poder contar com a ajuda de pessoas com estas deficiências, atuando como monitores é uma experiência enriquecedora para ambos: professor e aluno.
O Educa Tube destaca a ótima conversa inicial entre Samuel e seu pai Fábio, quando aquele, ao perceber que estava sendo filmado para o documentário, e diante da resposta do pai, diz: "Então eu sou um narrador personagem?". Provavelmente uma fala, fruto de amplas conversas sobre arte, cultura e literatura entre pai e filho. De certa forma, podemos ser o "narrador personagem" de nossa própria história de vida, conduzindo a trama de nossa existência, além do fio condutor das palavras, através de ações concretas inclusivas, como protagonistas e não meros coadjuvantes, figurantes. Mas para isto é preciso também que não somente o aluno seja incluído, mas que o professor, a turma, toda escola, o sistema de ensino e a sociedade se incluam junto neste processo de interação social.
Como bem destaca Adiron: "A convivência de todos com todos, é único caminho que prepara as pessoas para a autonomia e o respeito às diferenças".

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