terça-feira, 11 de agosto de 2015

O melhor jardim de infância do mundo: Fuji Kindergarten do Japão




O vídeo acima Takaharu Tezuka: O melhor jardim da infância que você já viu, foi indicação indireta via jornal virtual do professor Marco Ananias, educador do Rio de Janeiro, RJ, Brasil, matéria destacada também pelo Portal Porvir.
O vídeo apresentado pelo arquiteto Takaharu Teruka, mostra escola de educação infantil japonesa que foi projetada pela empresa Tezuka Architects, com sede em Tóquio, Japão.
As inovações começam pela estética, o visual em círculo que se conecta à ideia de espaço infinito de interação. Em círculos vivemos e convivemos, em círculos nos aproximamos das pessoas, criamos laços de afeto, de trabalho, de estudo. Melhor ainda: o respeito ao meio ambiente, já que foi constuido em torno de árvores que já existiam no local e que fazem parte, não apenas da "arquitetura", como da funcionalidade e das possibilidades de interação de professores com alunos e estes com a própria natureza viva, no meio da escola e um parquinho no telhado.
O conceito de rede social, começa pela colocação literal de uma rede de cordas, para que as crianças possam subir ao telhado (um espaço também de convivência e aprendizagem, e descer aos demais cômodos, como numa brincadeira, como num parque de diversos. Pelas imagens é possível ver dezenas de crianças em torno da árvores, sobre a rede de proteção, brincando, subindo nos galhos das árvores, que atravessam a escola, de cima para baixo e vice-versa, dependendo do rumo da interação.
Na borda do telhado há grades de proteção, que servem também como local de apreciação de atividades pelos alunos, como num estádio, teatro, para atividade no centro do piso inferior da escola. A ideias simples, o visual incrível e a praticidade é ótima.
Este jardim de infância, segundo Takaharu Tezuka, é aberto a maior parte do ano, sem divisões entre interior e exterior do prédio, que é praticamente um telhado, sem proteção acústica, para favorecer justamente a interação dos alunos, evitando o silêncio. Todos ouvem a todos... De fato: o silêncio, espaços fechados não combinam ou deveriam não combinar com a educação infantil. Mas para isso, deve ser uma filosofia da escola, aceita pela comunidade, num outro contexto social em que a insegurança exterior não invada, logicamente a paz interior. Não podem (ou não deveriam) ser uma bolha, prisão, como muitas são, por questões de violência no entorno da instituição. Mas infelizmente e compreensivelmente, muitas são...
A arquitetura da escola não prevê divisões entre turmas e alunos, todos convivendo com todos. Como o espaço é circular, aquele aluno que não deseja ficar na sala, logo, pelo conceito do círculo, ele voltará... Então, as crianças que saem das salas de aula, logo retornam as mesmas, apenas circulam pelo ambiente...
Outra questão interessante é a concepção de silêncio e barulho, pensando a educação infantil, em que a interação funciona melhor com o barulho do que no silêncio, algo que quem convive com crianças percebe bem... E esta geração audiovisual e multifocal consegue fazer diversas coisas ao mesmo tempo, em uma aparente bagunça, organizada.
Há árvores dentro de certas salas, e todas estas possuem pelo menos uma claraboia, que além de favorecer a iluminação natural, permitem atividades extras, como "Papai Noel" entrar na época de Natal. E o espaço permite não apenas liberdade individual, mas ações coletivas, de crianças ajudam a outras crianças a subirem e descerem árvores, escadas, rampas, edes etc. E o mais interessante, na apresentação de Tezuka é apresentação de dados como que a circunferência da escola (183 metros) e o deslocamento de um menino, durante 20 minutos equivale a cerca de 6 quilômetros durante a manhã. Confome dados, as crianças nesta escola percorrem em média 4 quilômetros ao dia, praticando atividades atléticas de correr, pular, subir, descer etc Mas não existe um treinamento específico, apenas ficam livres pela escola. Não há controle nem supreproteção, o cair faz parte do próprio processo de apendizagem do correr, caminhar, viver...
Tezuka diz: "Penso que a arquitetura é capaz de mudar o mundo, e a vida das pessoas"; algo que remete ao livro do filósofo Alain De Botton, chamado Arquitetura da Felicidade (Vejam vídeos sobre o mesmo, ao final desta postagem). Realmente, o espaço escolar, familiar, social deve ter uma arquitetura que favoreça a sensação de bem estar, levando em conta a finalidade, a função social que terá.
Para saber mais sobre a escola, vejam o link da matéria no portal Porvir:

Por dentro do melhor jardim de infância do mundo

O Fuji Kendergarden do Japão, lembra-me outras experiências de escolas com a educação infantil, levando justamente em conta a questão espacial como um dos fatores, junto às questões temporais e de ensino, na formação das crianças, como oytras duas escolas que o Educa Tube Brasil já destacou neste blog, como a Escola de Reggio Emília, na Itália, e a CEI Raio de Sol, de Joinville, SC, Brasil, conforme links abaixo:

As Escolas de Educação Infantil de Reggio Emilia, Itália (Univesp TV)

CEI Raio de Sol (Joinville, SC) e Os espaços sustentáveis através da arte e educação

Há também a Telefonplan School, de Estocolmo, na Suécia, "A escola [que] tem um projeto arquitetônico inovador, com poucas paredes e salas, e vários espaços pensados para aguçar a criatividade dos alunos. A tecnologia faz parte do dia a dia dos estudantes e professores, que usam laptops para estudar e trabalhar. A aprendizagem é baseada em projetos, de acordo com interesses individuais e feita de maneira colaborativa", conforme link abaixo:

TELEFONPLAN SCHOOL

A seguir, "documentário [2006] em três episódios, [em que] o escritor e filósofo Alain de Botton defende que devemos morar em casas que reflitam nossos valores e a época em que vivemos. O autor faz um tour pela filosofia e psicologia da arquitetura, com exemplos que vão da Holanda ao Japão. E sugere uma forma de habitar que leve em conta valores como flexibilidade, tecnologia, contato com a natureza e vida comunitária. Afinal, o mundo contemporâneo é um lugar para sentir-se em casa".
O primeiro episódio, A Morada de Hoje, destaca que "Nossas casas devem refletir a época em que vivemos. O mundo mudou e a arquitetura deve seguir suas transformações".



No segundo episódio, "Gosto Se Discute", discute "O que é a beleza e o que é a feiúra? Quando falamos que uma casa é bonita, estamos dizendo que seríamos felizes nela?"



Por terceiro e último episódio, A Casa Perfeita, De Botton reflete sobre "A morada deve promover o encontro do mundo interior com o exterior. Seus pilares devem ser os conceitos e estéticas da atualidade":



Para finalizar a postagem, recomendo o blog ARQUITETANDO IDEIAS, link abaixo, da amiga Elenara Stein Leitão, que divulga diversas postagens relativas a arquitetura em geral e algumas sobre educação, em especial:

ARQUITETANDO IDEIAS - BLOG

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