sábado, 3 de outubro de 2020

Filosofia, Literatura e Cinema integrados em videoaula valendo-se de cena de filme para complementação do conteúdo




O vídeo acima é cena inicial do filme Musa (2018), em que uma aluna recita os versos iniciais do Canto III, de O Inferno de Dante, em sua obra-prima Divina Comédia.

Eu, editor deste blog educacional, utilizei em meu fazer pedagógico essa cena específica para finalizar a aula de FILOSOFIA integrada com LITERATURA no ensino médio para complementar o tema da videoaula sobre "A filosofia renascentista presente na Divina Comédia de Dante Alighieri", em que o livro é alegoria à experiência humana, mesclando valores teológicos com filosóficos.

O próprio amor à Beatriz é metáfora para o amor de Dante à Filosofia.

E como Rebeca Fuks indica: Dante, em seu livro magistral, quis fazer uma "síntese enciclopédica do conhecimento científico e filosófico da Idade Média". Uma obra-prima da Literatura e da Filosofia, atemporal e universal, em que os 9 círculos do Inferno tratam dos sete pecados capitais, e que toda a obra, dividida em três partes (Inferno, Purgatório e Paraíso), com seus 33 cantos cada, trata da conversão de um homem comum e pecador através do caminho que leva a Deus.

O poeta Virgílio, que acompanha Dante nessa jornada pelo Inferno e Purgatório o deixa na entrada do Paraíso por seu pagão, o que reflete o pensamento teológico do escritor florentino.

No Paraíso, Dante reencontra sua amada terrena Beatriz, que é a representação humanizada da própria Filosofia (o amor à sabedoria, como os gregos assim definiram).

Segundo Étienne Gilson: "Dante amou uma mulher chamada Beatriz, sua grande paixão da juventude, que teria morrido em 1290, quando Dante tinha 25 anos. Entre a morte de Beatriz e a sua imersão na selva oscura, Dante substituiu o amor por Beatriz por uma misteriosa donna gentile, que nada mais é do que a Filosofia, a qual vai substituir a paixão por Beatriz na alma do poeta durante esse período. Essa paixão arrebatadora da filosofia na mente de Dante vai levar o poeta a glorificar essa ciência de maneira exagerada".

Unir Cinema e Literatura às aulas de Filosofia, bem como Filosofia, Cinema e outras artes às aulas de Literatura e, assim por diante, além da questão interdisciplinar e intertextual, é essencial para tornar a aula mais dinâmica, associativa, menos mecânica e mais reflexiva, provocativa e colaborativa, incentivando a participação do alunado, sua interação através de outras linguagens, imagens, mensagens...

Como sou professor de Literatura e Filosofia, além de Produção Textual, confesso que, sempre que posso, uno o útil ao agradável, além de indicar esses materiais como repertórios e referências para a escrita da Redação. O três em um, ou "combo", como alguns dirão.

Mas o interessante é promover, além da colaboração com o aluno, a cooperação com outros colegas professores, em atividades multidisciplinares, cujos temas possam dialogar entre si e com as turmas.

Em tempo: O filme mencionado, é uma produção britânica e catalã de suspense, em que a Literatura faz papel de coadjuvante na trama, muito bem organizada, sobre um professor de literatura e sua luta contra essas entidades mitológicas e sobrenaturais. O filme de 2018 está disponível para visualização completa no YouTube.

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