domingo, 24 de fevereiro de 2013
Escola Verde, em Bali (arquitetura em bambu): sustentabilidade e realidade local
O vídeo acima, Escola Verde, descobri via portal eCycle e trata-se de experiência educacional, em Bali, ilha da Indonésia, e que possui sua arquitetura feita de bambu, respeitando fatores climáticos, sociais e culturais da região.
Conforme apresentação da eCycle:
"Escola na Indonésia apresenta o conceito de sustentabilidade já nos primeiros anos de ensino: A Escola Verde é um projeto pioneiro e inovador. A ideia veio de seu fundador, John Hardy, depois que sua mulher o levou para assistir o filme do Al Gore “Uma verdade inconveniente”. Ele ficou impressionado com a história e decidiu aposentar seu próspero negócio de designer de jóias e fundar uma escola que garantisse cidadãos mais cientes e responsáveis pelos problemas do planeta. O lugar fica em Bali, na Indonésia, e conta com alunos de todas as partes do mundo. A primeira turma de 100 crianças foi formada em 2008.
Mudanças já na estrutura: A estratégia de aprendizado consiste na filosofia holística, que pressupõe a procura de identidade, significado e propósito de vida nas relações que se cria dentro de uma comunidade. Os alunos são educados para ser parte de um conjunto humano e não competirem entre si. A escola não tem a aparência esperada de um prédio tradicional. Toda a estrutura do lugar é feita de bambu, um material que existe em abundância na região e permite construções de baixo impacto ambiental. A necessidade de Hardy é tentar transformar o mundo por meio da educação e acrescentar a consciência ambiental nas gerações futuras.
Dentro do mato: As crianças dispersam a atenção muito facilmente, principalmente quando são obrigadas a ficarem sentadas por mais de uma hora. Na escola verde, as salas não têm paredes e as distrações com o ambiente fazem parte do processo pedagógico, ou seja, o que era falha vira estratégia educacional. Pessoas do mundo inteiro se mudam para a Indonésia para que seus filhos possam fazer parte dessa experiência mais integrada com a vida e com o meio ambiente. A escola cresceu bastante ao longo dos anos, mas ainda conserva seu ar intimista e hippie.
Para mais informações, acesse o site do projeto (em inglês).
O interessante nesta experiência inovadora é justamente levar em conta a realidade local, aproveitando a natureza, o clima, a cultura, sem vir com aquele modelo pronto, de cima para baixo, mas justamente, incorporando o fator local ao universal. A escola é de bambu, não por ser um modismo, ou verniz ambientalista, mas que a realidade do local a faz ser natural por si só... Quantas vezes já vimos escolas suntuosas, erguidas em bairros periféricos que são depredadas, não por que a comunidade é delinquente, mas muitas vezes por que delinquentes e pessoas da comunidade, inclusive alunos, não veem este "elefante branco" como algo natural, mas uma imposição. Algo de governo e não da própria comunidade.
O próprio projeto pedagógico leva em conta esta questão local. Como menciona Ronald Stones, diretor da Escola Verde: "Primeiro é ensinado inglês, matemática e ciências, depois estudos ecológicos e ambientais direcionados à sustentabilidade, com o design da escola levando em conta esta realidade de seu entorno, e por terceiro passo trabalhar as influências geográficas e culturais, com as artísticas. O objetivo é que estes 3 projetos pilotos sejam feitos em equilíbrio, sem fechar as portas para a educação convencional". Os alunos aprendem em forma de círculo universal, todos convivendo de forma sustentável, em equilíbrio com o meio e o grupo.
Pensando em sustentabilidade em sentido amplo, e no espaço escolar como um ambiente em pleno acordo com o meio em que está incluído, creio que projetos simples, bem organizados e autênticos ao meio em que estão inseridos são os que mais dão certo e têm continuidade. Mega projetos, que exigem grandes somos de recursos humanos, tecnológicos e financeiros, podem até obter resultados satisfatórios, mas demandam tempo e exigem uma estrutura adequada, para manter esta continuidade. Quem é da educação sabe bem que, por exemplo, na questão das TIC na Educação, não basta ter laboratórios de informática bem equipados, sem um responsável pela manutenção do maquinário, sem internet veloz, sem recursos financeiros para reposição de peças e equipamentos sucateados etc.
A Escola Verde é um sinal verde para projetos sustentáveis em sua simplicidade, criatividade e autenticidade, se levados em conta a realidade local, tornando-se, em contrapartida, por tudo isso, um projeto também universal, tanto que, no caso da escola em questão, vêm alunos de todo o mundo conhecer a experiência inovadora.
Abaixo, palestra com John Hardy, designer de joias e co-fundador da Escola Verde, feita ao TED, e que me foi gentilmente sugerida via Facebook por Elenara Stein Leitão, arquiteta de Porto Alegre, RS, Brasil, editora do blog Arquitetando Ideias.
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Simplesmente sensacional!
ResponderExcluirOi, Tati, não tinha visto tua mensagem antes,. Eu também achei demais! A arquitetura educacional é um fator importante da interação professor - aluno. Abrs, amiga.
ExcluirAdorei à materia!! Parabéns!!
ResponderExcluirOi, Priscila. Eu fiquei encantado também, quando vi este vídeo e as ideias nele constantes. Que bom que gostou também. Um abraço,
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